sábado, 24 de agosto de 2019

Transposição do Rio S. Francisco – E AGORA?

A convite do amigo George Cunha, Presidente da Academia Paraibana de Engenharia, assisti ontem (20/08/19) a uma excelente palestra proferida pelo Engenheiro Rômulo de Macedo Vieira, referência nacional em assuntos de Transposição do Rio São Francisco. Vivi duas felizes ocorrências primeiro a oportunidade de reencontrar-me com colegas que há muitos anos não via a exemplo de Neuzinha Martins, Orlando Galiza e Chico Chaves, segundo a palestra em si que foi uma verdadeira aula, um retrato falado da complexidade deste projeto tão decantado e tão desejado pelo que ele representa em termos de desenvolvimento econômico, para a região nordestina. O foco principal da palestra foi a identificação do que falta ser providenciado e executado para conclusão do projeto como um todo. O palestrante discorreu, com maestria e convencimento, um rosário de providências necessárias ao pleno funcionamento do projeto e que até agora não foram sequer iniciadas. São pendências que, com auxílio da tecnologia e recursos financeiros, se resolvem num lapso de tempo. Sob seu julgamento esses itens deverão estar satisfeitos, sobretudo pela vertente burocrática, até o ano 2026. Entretanto em minha opinião há um gargalo, um obstáculo muito preocupante e de difícil solução quanto à operação do sistema. Trata-se de uma questão subjetiva na hora da onça beber água. Ou seja, a conciliação de interesses e conflitos entre os estados participantes: Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Quem e como se definirá o remanejamento das bacias e quem paga a conta. Ocorreu-me uma ideia que, aliás, despretensiosamente sugeri num breve aparte ao conferencista. Poder-se-ia criar uma entidade sem vínculo com a União, os Estados e o Município, talvez um conselho gestor superior e isento instituído único exclusivamente para gerir esses conflitos. Caso contrário resta administrar a ganância de uns e dos outros.

sábado, 10 de agosto de 2019

NEGLIGÊNCIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Vez por outra se noticia a ocorrência de desabamento de prédios nas diversas cidades brasileiras. Alguns desses desastres poderiam ter sido evitados caso houvesse uma fiscalização mais rigorosa de sua construção. Em fevereiro de 1988 0 Edifício Palace II, no Rio de Janeiro desmoronou destruindo 44 apartamentos. Um dos pilares do prédio estava danificado. Oito pessoas morreram soterradas e 150 ficaram desabrigadas. Ainda no Rio, em Janeiro de 2013, o edifício Liberdade desabou matando 22 pessoas. Obras realizadas no 9º andar provocaram o desastre, pois 4 das 8 paredes derrubadas eram estruturais e responsáveis pela sustentação do peso da construção. Em Janeiro de 2011, em Belém do Para o Edifício Real Class de 35 andares desabou deixando um saldo de 20 vítimas. Mês passado aqui em João Pessoa, na Rua D. Moisés Coelho desabou um prédio de cinco andares complemento da clínica Medical Dias. Felizmente não houve vítimas, pois o acidente ocorreu às 22:00h e o vigia, para sua sorte, estava ausente. Acidentes e desastres na construção civil quando ocorrem provocam consequências desastrosas ceifando vidas e volumosos prejuízos materiais. Por que ocorrem desabamentos na construção civil? Os erros técnicos que geram acidentes na construção civil têm origens diversas. Podem ser de projeto (erros de cálculo nos projetos estruturais das fundações, pilares e vigas). Nas técnicas de construção, (Desobediência às normas técnicas, negligências na investigação da taxa de trabalho do terreno escolhido para determinar a capacidade de suporte do solo para suportar as cargas da construção). Vícios de construção (erros na execução da obra), utilização de materiais de qualidade questionável. Ao se constatar quaisquer indícios de irregularidade numa construção é imperioso providenciar um laudo técnico com a maior urgência para determinação de sua(s) causa(s). Quanto mais rápido seja identificado a origem de uma anomalia maior a possibilidade de se evitar um desastre. Na construção civil não é tolerável negligências posto que envolve a segurança física de pessoas humanas.

sábado, 3 de agosto de 2019

O substituto do Capeta.

No início do século XXI constatou-se um fenômeno inacreditável nas profundezas do inferno. Lúcifer, após milhões de milênios e milênios de existência começou a apresentar alguns sintomas que o deixaram profundamente preocupado. Sentia-se cansado e reclamava da memória. Estava acometido do mal de Alzheimer e apresentava sensíveis sintomas de Parkinson. Sua mobilidade profundamente reduzida, as asas pesadas, a vista turva e a audição comprometida. Diante desse quadro tomou uma decisão importante: deveria preparar e escolher um substituto. Para isso solicitou a realização de uma sessão extraordinária do Conselho de Demônios - CODEM para lhe assessorar na escolha do seu sucessor. Uma tarde morna e sombria ouviu-se um estrondo ensurdecedor e um clarão alaranjado invadiu os quatro cantos do inferno. Era Satã chegando irradiando uma lufada de ar quente. Seu semblante era medonho. O olhar aterrorizante, asas de morcego, pés de bode e olhos de fogo. Montava uma biga, na realidade uma enorme bola de fogo, puxada por Cérbero, o cão de três cabeças guardião da porta de entrada do inferno e ordenou que lhe abrissem os portões. Lúcifer já era esperado pelos outros demônios. Depois de cuspir enormes labaredas o anticristo abriu os trabalhos comunicando sua preocupação quanto ao seu estado de saúde. - As forças do mal estão me abandonando. Minha memória já não é a mesma. Desconfio que minha consciência logo me trairá forçando-me a fazer o bem. Urge que eu encontre alguém para me substituir o quanto antes. Alguém que possua as qualidades exigidas para o importante cargo e esteja adequadamente preparado para a função. Por isso convoquei esse CODEM para que me ajude a escolher meu sucessor. Enquanto falava vomitava nuvens de fogo e ovos putrefatos de ratazanas. Um dos conselheiros comentou: - Vossa mercê há de convir, como diria Darwin, que o mundo vive em permanente expansão em todas as direções e está muito mais sofisticado que nos tempos de Moisés e Abraão. Hoje existe a Internet, a TV, o celular e o PT. Portanto é preciso que o escolhido esteja muito bem preparado para lidar com toda essa parafernália. Por isso sugiro que antes da escolha os candidatos em potencial sejam treinados realizando um estágio numa organização conceituada e bem qualificada. - Muito sensato! Bem pensado! Concordou Satã. - E qual seria essa Organização? O demônio interlocutor sem pestanejar sugeriu: - Ao redor do mundo existem vários centros de ensino que bem poderiam se prestar a essa tarefa, porém destaco um em particular que por suas características são exemplos de excelência para treinamento de nossos candidatos. Refiro-me ao Congresso Nacional situado em Brasília, capital do Brasil, um próspero país da América do Sul. Esse órgão é um sistema bicameral ricamente equipado com maracutaias de última geração e a mais moderna tecnologia a serviço da corrupção. Poderemos enviar nossos querubins – anjos do mal - ao convívio dos seres vivos e travesti-los em deputado federal ou senador. Depois de quatro anos de aprendizagem escolheríamos o melhor à sucessão de vossa mercê. A demoníaca propositura foi aprovada por aclamação. Os capetas vieram e estão em treinamento no planalto central. Yo no creo en brujas pero que las hay las hay.

O Diabo do Beco do Zumbi

Quem se aventurasse nas noitadas de orgia frequentemente encontrava aquele personagem sinistro esguio e solitário. Um visual imutável, sempre o mesmo terno branco, as unhas pintadas, os cabelos pretos como a graúna untados e impecavelmente penteados, sapatos de bico fino pretos e bem lustrados. Não tinha amigos e era arredio aos cortejos. Furtivo aos assédios nunca foi visto em companhia masculina ou feminina. Tornara-se uma figura misteriosa e folclórica. Poderia ser encontrado em algum bordel todas as noites. Numa noite escura de inverno encontrei-o macambúzio apoiando-se num poste sob um lampião no Beco do Zumbi. Vendo aquele quadro desolador com receio resolvi fazer um contato. Foi uma conversa monossilábica e entrecortada com hiatos prolongados. Confessou que na realidade era um anjo caído. Lamentava-se da má sorte e que seus poderes foram cerceados e banidos. Já não conseguia aterrorizar mais ninguém. Estava renegado a um plano inferior. Quando muito conseguia alguma matreirice em festinhas infantis. Antes temido e pérfido, astuto e encantador, sabia insinuar-se entre os homens e mulheres, através dos sentidos, da fantasia, da concupiscência e da lógica utopista. Hoje era um saco de vento, um zero à esquerda. Morava ali no Beco do Zumbi nº 666 e possuia muitas identidades:Asmodeu , Azazel, Belzebu, Cadreel , Mastema , Mefistófeles, Abramalech, Astaroth - Baalberith - Belial - Nergal - Pazuzu - Ahriman. Apollyon - Baphomet e Beherit . Expressava-se fluentemente em qualquer idioma, mas não conseguia estabelecer um relacionamento. Sentia-se impotente e não sabia como enfrentar o desolamento. Só lhe restava a aposentadoria compulsória. Resolveu procurar um psicanalista e após inúmeras sessões finalmente encontrou um lenitivo, um subterfúgio que ardilosamente o colocou na carreira política e hoje completamente revigorado realiza suas peripécias diabólicas no Congresso Nacional, em Brasília.

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Oração ao molusco tetra dactilo.

Oh! Desditoso molusco! Dei-te régua e compasso para que projetásseis e construísseis a liberdade de um povo. E o que fizestes? A régua transformastes numa palmatória para instigar a dor e o sofrimento, mantendo o povo sob o jugo do engodo e da mentira. O compasso transformastes num instrumento maligno uma chave mestra para usurpar o bem popular acumulando fraudulentamente uma riqueza forjada no saque à economia popular. No afã de se manter no poder enveredastes em práticas delituosas com uma fome e sede insaciáveis. Oh! Desditoso molusco! Quantos males provocastes. Quantas crianças deixastes órfãs e com fome. Quantos idosos deixastes desabrigados. Quantos doentes deixastes desassistidos nos leitos dos hospitais. Quantas escolas e quantos hospitais foram impedidos de serem construídos em razão dos atos ilícitos perpetrados por tua súcia, astutos obreiros da corrupção. Oh! Desventurado molusco! Tua sagacidade foi impar, mas não o suficiente para te apontar que as maliciosas astúcias por ti imaginadas teriam um fim efêmero e melancólico. Oh! Molusco! Plantastes uma semente doente por isso deves colher o amargo fruto.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Em quem votar

Voto num pinto molhado Num café frio refogado Sem ter um pingo de açúcar Voto na nêga maluca Que ontem vi na TV SÓ NÃO VOTO NO PT! Até num cabo de enxada Ou numa unha encravada Que não pare de doer Numa melancia podre Achada em beira de estrada Que não se deve comer SÓ NÃO VOTO NO PT! Voto no raio da silibrina Numa casca de ferida Untada com margarina E no Saci Pererê SÓ NÃO VOTO NO PT! Numa panela furada Ou num tumor espremido Que não para de escorrer SÓ NÃO VOTO NO PT! Num saco de fruta podre Cheinho de tapurus Voto num gato pulguento Ou mesmo até no capeta E sem ter nada a temer Voto sem fazer careta SÓ NÃO VOTO NO PT!

domingo, 16 de setembro de 2018

Um futuro incerto

O que virá após o segundo turno das eleições de 2018? Nunca uma eleição presidencial foi tão complicada e conturbada quanto a que estamos vivenciando. A depender do candidato vitorioso pode-se conjecturar alguns cenários. Um resultado conservador nos conduzirá para um clima político-administrativo semelhante aos historicamente experimentados nas últimas décadas. Por outro lado a ascensão de um grupo extremista de direita ou de esquerda poderá provocar um ambiente de turbulências, nuvens negras, terreno encharcado, que ameaçam as instituições e a estabilidade politica e financeira do País. Já se faz ouvir pronunciamento de segmentos das forças armadas demonstrando preocupação com esses maus augúrios. Infelizmente o perfil dos candidatos concorrentes não reúne os atributos e qualidades que se exige de um líder político. Alguém que seja capaz de congregar as forças políticas da nação na direção de um consenso objetivando o desenvolvimento politico, econômico e social do País. Por essas razões nunca foi tão importante, na história desta república, saber escolher em quem votar. Navegar em mar tranquilo ou enfrentar tempestades é uma opção do eleitor.