sábado, 31 de outubro de 2009

Um tiro no pé.

Um tiro no pé.


Esta semana, Sérgio Galo, exímio baixista de invejável talento foi mais uma vítima da violência urbana.

Ele e sua família foram assaltados, humilhados e torturados.

Esse episódio está se tornando corriqueiro no noticiário televisivo e outros meios de comunicação. Todo dia, invariavelmente, registra-se um assalto e outros tipos de delitos contra o cidadão. Está se tornando tão vulgar que em breve não causará impacto nenhum.

A origem desses distúrbios sociais é de fácil compreensão.

Assim como a sociedade inadvertidamente permitiu a degradação da natureza, poluindo as águas do planeta, devastando as matas, também, irresponsavelmente, sem uma visão de futuro, permitiu a concentração de riquezas gerando o empobrecimento e por via de conseqüência, as mazelas sociais.

O descaso e a falta de compromissos com as gerações futuras produziram uma sociedade ensandecida e submissa aos interesses dos marginalizados.

A violência urbana cada vez mais crescente transforma as cidades em uma bomba relógio prestes a explodir.

A tendência é que a ordem social bem como a liberdade de ir e vir, a instituição da família, o respeito ao patrimônio e aos direitos dos cidadãos, dentro em breve assumirá novo formato sob o império da marginalidade.

Não haverá nem joio nem trigo. Prevalecerá a lei do mais forte e o mais forte até prova em contrário está do outro lado da fronteira. São as legiões dos fora da lei.

Vamos nos posicionar no centro de um furacão.

Os efeitos da marginalidade restringiam-se outrora às grandes cidades. Atualmente não há limites geográficos, nem populacionais. O crime impera em qualquer instância tanto nos grandes centros como nas pequenas localidades.

Esta é a situação imposta ao cidadão brasileiro submetido aos dissabores e aos percalços do cotidiano.

Sem querer o homem deu um tiro no pé e cavou sua própria sepultura.

Não me surpreenderá se bandidagem organizada, de repente, passar a cobrar um pedágio pela vida e pelo ar que respiramos.

Quem viver verá.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Zelimeiriando

Mudança no menu. O verso substitui a prosa.
Hoje resolvi fazer uma homenagem singela ao "poeta do absurdo" - Zé Limeira,      considerado o Dali do repente. Notabilizou-se por seus neologismos esdrúxulos e suas construções poéticas verborrágicas sacrificando a coerência em favor da métrica.
As quadrinhas seguintes são homenagens singelas a esse paraibano do Sítio Tauá na serra de Teixeira.


Vinte e três mais sete trinta

A quinta é depois da quarta.

Eu não sei quem é que pinta

Nem quem é que escreve a carta

Só sei que a vida é uma finta

É briga que não se aparta



Fantasma só vem de noite

Carneiro morto é churrasco

Pancada grande é açoite

Quem traz a morte é carrasco

O corredor é ligeiro

Quem pega bola é goleiro

Torcedor no futebol

Se não é Flamengo é Vasco



Faca de aço é cutelo

Amor primeiro é o que fica

Quem sabe dá uma dica

Quem bate prego é martelo

Se for cacete é uma pica

Nem você nem Freud explica

Pobre morar num castelo



Quem mata a fome é comida

Mulher solteira é sozinha

Abelha grande é rainha

Corte na carne é ferida

Quem faz o prato cozinha

E se esmera na bebida

Comendo mel com farinha

Na entrada e na saida



Seguro morreu de velho

Mala pequena é malote

Quem não tem o rabo preso

Mostra o pau esconde o bote

E quem tem o olho aceso

Não tem medo de calote

Baleia grande tem peso

Sapo pequeno é caçote





O galo que não tem gogo

É o rei do galinheiro

E mulher que perde o fogo

Não arruma companheiro



Homem que perde a carteira

Mulher que dinheiro acha

Tudo isso é baboseira

Nem é pão nem é bolacha

Se por fora estão sorrindo

Só não vê quem se abaixa

Por dentro os dois tão mentindo

Pode crer tudo se encaixa



Tomei café num dedal

Banho tomei num riacho

E brinquei o carnaval

Com o pinto fiz um penacho

E passei a noite inteira

Boiando numa banheira

Navegando rio abaixo

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Requalificação Urbana

Meu irmão Cláudio honrou-me com um comentário ao artigo que escrevi semana passada com o título Neologismo Tropical.


No comentário do mano, que também é engenheiro, ele estranha como eu, o significado do termo requalificação, inserido em uma placa de obras da Prefeitura Municipal, dando publicidade aos serviços de melhoria que estão sendo implantados na calçadinha de Tambaú.

Cláudio, que também tem um faniquito como eu quando quer saber das coisas, não se dando por satisfeito, comenta que teve as mesmas dúvidas quando recentemente em Teresina percebeu a utilização do termo em questão, em várias placas de obras.

Ontem partiu em meu socorro e enviou-me um e-mail com um artigo escrito por um professor português chamado Antônio Cipriano Silva, comentando justamente sobre requalificação urbana.

Observei na própria mensagem que Cipriano é um jovem professor de economia em Caldas da Rainha, em Portugal.

Li o texto com a maior atenção.

Lido o texto morreu a charada. Trata-se da intervenção pública para um planejamento urbano.

Não seria mais simples e melhor compreensível se houvessem utilizado reordenamento urbano?

Não sei por que a insistência em garimpar palavras exóticas para definir as coisas.

Meu querido irmão, a utilização do termo “requalificação” no contexto pode ser entendida como um modismo maroto muito a gosto do economês e das firulas dos arquitetos.

Complicam achando que é “chic” quando na realidade é boçal. É um jargão. E para mim o jargão é o oxigênio da mediocridade.

Não vêm que esses neologismos são exemplos de mau gosto como acontece com o uso aportuguesado de vocábulos ingleses.

Hoje mesmo, num órgão público onde fiz um pagamento, uma jovem me atendeu e usou a seguinte expressão: aguarde que vou “printar” o recibo. – pode?

Na coluna social leio que a banda tal vai “startar” os festejos.

Um radialista comenta que recebeu um “paper” de um deputado que está sempre “plugado” em seu programa.

E haja saco!!!

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O fim dos empregos

“Vou gerar 10 milhões de empregos” – apregoou em campanha, irresponsavelmente, o candidato Lula.


Essa e outras promessas são ditas e repetidas em campanhas políticas.

Os candidatos na ânsia de se elegerem prometem desmedidamente, sem levar em conta as responsabilidades que estão assumindo.

No caso específico da geração de emprego há um fenômeno de âmbito mundial que incide frontalmente na redução da oferta da força global de trabalho.

Acabo de ler “O fim dos empregos” do economista americano Jeremy Rifkin. Um relato contundente e preocupante sobre o declínio sistemático dos empregos.

Para ele muitas funções em pouco tempo deixarão de existir. Operários, secretárias, recepcionistas, caixas de banco, telefonistas, são atividades brevemente fadadas a extinção.

O número de pessoas desempregadas ou subempregadas vem crescendo constante e rapidamente. São vítimas de uma extraordinária revolução da alta tecnologia. Computadores sofisticados, robótica, telecomunicações e outras tecnologias de ponta estão cada vez mais substituindo os seres humanos nas atividades produtivas.

“Caminha-se pára uma bipolarização de um lado, a elite da informação, que controla e administra a economia global de alta tecnologia, e de outro, o número crescente de trabalhadores deslocados, com poucas perspectivas e pequena esperança de encontrar bons empregos em um mundo cada vez mais automatizado”.

Rifkin cita um estudo da Federação Internacional dos Metalúrgicos, em Genebra, onde se prevê que dentro de 30 anos, menos de 2% da atual força de trabalho em todo m o mundo “será suficiente para produzir todos os bens necessários para atender a demanda total”.

Também menciona uma afirmação do arquiteto japonês Yoneji Masuda, responsável pelo plano japonês de tornar-se a primeira sociedade totalmente computadorizada, que “ no futuro próximo, a automação total de fábricas inteiras se concretizará e, durante os próximos 20 ou 30 anos, provavelmente surgirão... fábricas que dispensarão qualquer tipo de trabalho manual”.

Enquanto isso os políticos insistem apregoando que o setor de serviços e o trabalho administrativo serão capazes de absorver os milhões de trabalhadores que procuram o mercado de trabalho.

Não basta a intenção de criar novos empregos. Diante dos desafios da modernidade impõe-se a necessidade de redefinir o papel do indivíduo na sociedade. Há que se encontrar uma alternativa ao trabalho formal na economia de mercado. Esse é o grande desafio de cada país no Planeta.

Talvez a solução esteja no “terceiro setor”. Isto será assunto para outra conversa.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Prestígio e poder

Imagino a atividade episcopal, aliás, como qualquer outra religiosa fora do mundo laico, como uma atividade que subtende a humildade, o amor ao próximo e a resignação. Afinal, não foram esses os grandes ensinamentos de Cristo?

Não apregôo, entretanto, a passividade, o laisser faire laisser passer, oferecer a outra face. A Igreja da atualidade requer um entendimento ecumênico e atitudes de vanguarda. Porém uma coisa não invalida a outra. O sacerdote ao se preocupar com sua comunidade há que ter em mente, primeiro, os compromissos doutrinários do cristianismo. Não é o que ocorre, por exemplo, com nosso atual bispo Dom Aldo Cillo Pagotto.

Sua Excelência Reverendíssima tem demonstrado à comunidade cristã paraibana, com palavras e atos, que está muito mais preocupado com sua imagem do que com as obrigações impostas pelo seu alto e importante cargo. Passa-nos, com seu comportamento reprovável, a idéia de que exercita o culto da personalidade. Esquece que um dos maiores atributos de Jesus era a humildade.

Desde que iniciou suas atividades eclesiásticas, em nossa cidade, que prefere envolver-se em temas polêmicos de origem política de preferência, o que o mantém no foco da mídia, ao invés de ocupar-se do seu rebanho e de sua Igreja cada vez mais deserta, ou ainda acobertar atos condenáveis como o abominável crime de pedofilia praticado por alguns de seus membros, fato amplamente divulgado pela imprensa internacional.

Por que preocupar-se, por exemplo, com a indicação de um padre para um cargo público como é o caso de sua reação contra Frei Anastácio quando postulava a superintendência do INCRA?

Qual o objetivo de sua Excelência Reverendíssima ao envolver-se em temas que não lhe dizem respeito senão uma estratégia apologética de quem tem sede de prestígio e poder?

Dom Aldo, com todo respeito seja mais autêntico e cuide de suas almas

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A escada

A escada verbete originário do latim “scalata,” scala para os italianos, ladder para os americanos, escalier para os franceses, treppe para os alemães é um elemento arquitetônico secularmente utilizado nas residências, edifícios e logradouros públicos.

Serve tanto para subir como para descer.

Por ela você desce à planície e ascende aos píncaros.

Não permite o meio termo ou sobe ou desce, mas lhe permite a opção de subir ou descer.

Por ela se alcança os altares e o cadafalso, os tronos e o calabouço, os púlpitos. e as celas.

Algumas são singelas, despretensiosas, despojadas, outras realescas, magníficas, esplendorosas, umas circunspetas, outras românticas, umas simplesmente funcionais, outras decorativas, umas estáticas outras rolantes, todas com a mesma função, subir ou descer.

Há uma, porém, na casa de Aníbal, que contraria todos estes conceitos.

Só faz subir.

Mesmo quando nela se desce você sobe, pois naquela casa, por conta da energia contagiante do casal (Aníbal/Solange), não há como descer, só subir.

Subir, subir, subir, até encontrar com Deus admirando-se a beleza contagiante do mar da Praia Formosa bem ali da varanda que a escada dá acesso.

domingo, 25 de outubro de 2009

O Lagostim flambado.

Minha cunhada Rosana é pródiga em qualidades e atributos. Dentre eles destaco o prazer de cozinhar.

Rô, como a chamamos na intimidade, nunca freqüentou uma escola de culinária, mas domina essa arte com exímia maestria. É um dom natural. Já foi proprietária de um restaurante onde preparava o mais gostoso arroz “à Piemontese” jamais preparado nesta cidade e alhures.

Uma reunião social em sua casa é um festival de gastronomia tanto na variedade das iguarias como no esmero do preparo e na apresentação dos pratos.

Ela providencia todos os detalhes com uma simpatia contagiante.

Os sabores são indescritíveis e representam um desafio a qualquer gourmet. Tudo é divino, mesmo com as restrições de Alex (o marido) com o sal.

Ontem fui convidado para um papinho em sua residência. Participava apenas um “petit comitê” formado pelo casal anfitrião, sua belíssima filha e minha sobrinha Rosa Karenina, além de seus primos Fred Marinheiro e Carleusa, esta ansiosa e esbanjando alegria esperando o Antônio Carlos, o segundo filho, que chegará lá para o início de janeiro do próximo ano.

Salgadinhos deliciosos, com destaque para as codornas primorosas providenciadas por Alex, whisky honesto e o papo gostoso se desenrolava focalizando amenidades, como de costume.

Eis que de repente foi servido um lagostim refogado na manteiga e flambado.

A cor fortemente corada da casca do lagostim assumia um brilho levemente oleoso produzido pela manteiga e contrastava com o branco do filé.

O conjunto era de um efeito glamoroso e apetecedor agindo rápida e magicamente nas papilas gustativas.

Olhei para aquele prato com uma ansiedade maior que o prazer.

Os lagostins ali deitados, inertes, em posição decúbito dorsal, pareciam dizer: me coma, me coma.

Fiquei desconcertado e parti para a ação sem ligar para a mínima regra de etiqueta.

Com as mãos capturei um lagostim e devorei com a voracidade de um primata.

Foi um gesto rápido e preciso.

Somente notei a gafe quando Carleusa sutilmente observou:

- Rosana providencia uma toalha pra Maurício, acho que ele vai precisar tomar um banho.

Mancada a parte aquele lagostim merecia uma estátua de bronze ou no mínimo um tango.

sábado, 24 de outubro de 2009

Neologismo Tropical.

Sexta feira 22 de outubro, tarde de um verão magnífico.
Adentro o Bahamas, não o arquipélago das Caraíbas, mas o restaurante, ali em Tambaú.

O píer (aquele que foi sem nunca ter sido) foi detonado. Muitas barracas foram retiradas da orla para gáudio dos ambientalistas e por que não dizer também para nossa alegria em poder vislumbrar a beleza oceânica desse mar caliente.

A calçadinha está em reforma. Não é bem uma reforma. Talvez uma restauração. Não sei por que cargas d’água chamaram de requalificação.

A praia é um canteiro de obras. Estão substituindo o revestimento.

Compondo esse cenário frenético um out- door dá o recado publicitário do Dr. Coutinho divulgando os serviços da Prefeitura Municipal.

Uma placa enorme chama atenção não pelo tamanho olímpico de suas dimensões, mas pelo que está inserido no seu texto.

REQUALIFICAÇÃO E REFORMA DO CALÇADÃO DA ORLA DE MANAÍRA.

Não consigo entender o significado de requalificação no contexto.

Que será que os tecnólogos da Prefeitura quiseram dizer?

Será que criaram uma qualificação para os passeios públicos?

Consulto vários colegas engenheiros, arquitetos e urbanistas tentando desvendar o misterioso vocábulo. Todos ignoram. Ninguém aventura uma explicação.

Por fim apelo para meu ombudsman Puchkin que oferece uma saída:

Não perca tempo com essas idiossincrasias dos urbanistas municipais. Não é pra fazer sentido lógico. É tão somente uma tentativa de dar pompa ao out door. Trata-se de um neologismo tropical. Entendeu?!

Infelizmente continuo na missa sem ver o padre. Ou seja, não entendi bulhufas.

Com a palavra meu amigo Luciano Agra.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O terceiro mandato.

Viram a pesquisa do IBOP ontem?

Mais da metade da população brasileira aprova o Governo Lula - 55% de aprovação.

Como se explica o que ocorre com o Luis Inácio?

Quanto mais se lhe batem, mais cresce sua popularidade.

Indiscutivelmente é um índice inacreditável de popularidade.

Inacreditável e, sobretudo perigoso.

Perigoso porque pode induzir o analisado a sonhos mirabolantes.

Se de um lado fica explícito que a sociedade está endossando sua política administrativa do outro preocupa, pois tem o sabor de uma bebida alucinógena muito a gosto de caudilhos latino-americanos que insistem em se perpetuarem no poder. A América Latina é pródiga nesses exemplos.

Tomara que o efeito das pesquisas seja simplesmente massagear o ego do Presidente e que o fantasma do terceiro mandato, feito uma Fênix, não ressurja das cinzas.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A bolsa de DILMA

Você cansou do bolsa família, não se estresse.

Surge agora no planalto central mais um benefício - O Bolsa Dilma.

Está pensando o que?

Leia a coluna da jornalista Anna Ramalho no Jornal do Brasil:

“A ministra Dilma Rousseff, em foto publicada anteontem n’ O Globo, deve ter se esquecido de esconder a bolsa...”

Porque o estardalhaço?Será que a Ministra não pode usar uma bolsa?

Afinal a vaidade feminina lhe dá margens para exibir qualquer adorno.

Nada de mais se o artefato da Ministra presidenciável não fosse uma Kelly, grife Hermès, criada em homenagem à princesa Grace, e objeto de consumo das milionárias mundo afora."

O detalhe é que a bolsa não custa menos de 4.700 euros – cerca de R$ 14 mil.

Portanto… Quem ainda teme a revolucionária comunista dos anos 70 pode ficar tranqüilo.

Não se usa uma Kelly impunemente.

É muito bonito pregar comunismo nas propriedades e com o dinheiro dos outros, mas a ministra gosta mesmo é de uma grifezinha.

Para comprar a bolsinha que a ministra usa, o trabalhador brasileiro tem que trabalhar dois anos e dois meses, sem comer, sem morar, sem adoecer, sem transporte, investindo tudo na bolsinha da ministra boazinha do PAC, numa farsa de quem quer parecer popular. Mas que na verdade, depois de guerrilheira, virou foi uma aproveitadora do dinheiro público para uso de luxos 'burgueses'.

Enquanto ela e Lula se apegam ao bolsa-família para manter o povo anestesiado pela ignorância coletiva, ela se agarra mesmo é no poder para ganhar milhões e poder andar como uma perua, com bolsa de madame.

Ainda bem que ela anda despencada nas pesquisas de opinião e é a campeã absoluta em REJEIÇÃO!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

DICAS PARA 2010

(Para Cícero, Ricardo, Zé e outros candidatos nanicos).

Senhores candidatos: o eleitorado paraibano atingiu um nível de politização que não suporta mais as futricas e os ataques pessoais entre os postulantes a cargos eletivos.

Há que se cuidar de programas de governo e explicar ao povo de forma clara e objetiva quais são suas reais intenções caso venha a ser eleito para governar o Estado.

A título de colaboração ofereço-lhes esta singela contribuição para estabelecimento de um programa de governo realmente voltado para atender às aspirações populares.

POLÍTICA ADMINISTRATIVA

Projeto de lei estabelecendo três salários mínimos como piso salarial para os barnabés estaduais. Implantar um auxílio natalino como 14º salário.

Férias de trinta dias úteis. Onde já se viu férias em sábados,domingos e feriados, estes já são feriados por si mesmos.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Implantar dois programas de relevante alcance social, a “Bolsa Moleza” e o “PRO EMPRENHO”.

O primeiro (Bolsa Moleza) faculta a todo e qualquer cidadão, que se encontre eventualmente sem emprego, uma remuneração mensal, a título de ajuda emergencial, no valor de um salário mínimo por um prazo nunca inferior a 12 meses, podendo ser prorrogado, por igual período.

O segundo (Pró-Emprenho), assistirá todas as mães solteiras cujos companheiros (pai da criança) se encontrem numa das seguintes condições: foragido, neguem a paternidade ou estejam pagando penas prisionais.

O homem não pode viver só do trabalho e obrigações, é imprescindível o lazer para se manter o equilíbrio emocional e para que vida tenha um sentido prazeroso e saudável na convivência social. Assim é imperioso que sejam incentivados os festejos populares. Criar o SANJUECA, o São João fora de época, o Pbqueijo ou o festival do queijo, o Pbgueijo ou o festival do caranguejo, o Pbioca, o festival da Tapioca, o Pbgay, o festival dos gays. Enfim, um calendário repleto de folguedos de forma que todo mês haja uma festa para deleite dos Paraibanos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Pequeno artigo sobre as siglas - PASS

Subitamente tenho a impressão de que estamos numa corrida vertiginosa em direção às nossas primitivas origens e ainda não nos conscientizamos disso. Pelo menos é o que deduzo observando as atuais formas de comunicação escrita e oral.

Não sei se o fenômeno ocorre em outras pátrias, mas aqui na nossa república federativa o idioma do Sr. Camões vem sofrendo uma metamorfose que nos obriga uma atualização permanente sob pena de “ficarmos na missa sem ver o padre”.

É a síndrome das Siglas.

O homem primitivo, nossos ancestrais trogloditas, usava poucas expressões ou grunhidos, para se comunicar. Um grunhido longo, outro breve, outro nasal, cada um expressava um sentimento ou alguma coisa. Mas, sobretudo tudo era muito compacto.

Hoje na idade do chip (já que houve a da pedra, do fogo, etc.) estamos quase voltando lá. Se o distinto leitor observar a famigerada família de siglas que somos obrigados a conviver no nosso dia a dia, há de convir que dentro em breve será preciso o concurso de um lexicógrafo esclarecer o significado das ORTN’s, CIC, TPM, DARF, DOC, TED, CEP, INSS, RG, CPMF, IPTU, ICA, IRPF, PEC, PAC, LTN, e quem sabe outras dos ET’s vindo nos OVNI’s.

É preciso, pois conclamar a ABL para juntamente com o MP e o SDC estabelecerem um TAC, como também apelar ao CN para promulgação de uma PEC regulamentando o instituto das siglas no sentido de se evitar uma CTM.

P.S - Para que não me chamem de CDF e antes que me mandem à PQP é só. OBG e AD.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O verso e o reverso

Abra o jornal.


Leia a manchete. Leia o editorial. Leia os colunistas. Consulte os classificados se tiver algum interesse.

Pronto.

Tudo que você leu é verdadeiro?

Isso depende.

Você tem que entender o que está por traz da notícia.

Isso é um assunto muito complexo e delicado. Você tem que conhecer as relações e principalmente, as linhas de interesse entre o dono do jornal e as pessoas ou grupos econômicos vinculados à notícia que está sendo veiculada.

As notícias impressas muitas vezes são falaciosas.

A linha editorial do jornal pode estabelecer sutilmente que você pode escrever sobre o que quiser desde que respeite tais e tais compromissos políticos ou econômicos.

O articulista tem ampla liberdade de expressão, todavia não pode nem deve fazer críticas sobre assunto conflitantes com os interesses econômicos do jornal. A liberdade de imprensa é condicionada.

Portanto você deve tomar certas precauções e não acreditar piamente em tudo que está impresso.

Sem contar com certas artimanhas que são utilizadas para “criar” notícia.

Certa vez presenciei um episódio envolvendo um executivo Rio-grandense do Norte, diretor do Departamento Estadual de Estradas, e um jornalista, que traduz um ardil malicioso para “criar” a notícia.

O Major Walter, era esse seu nome, reclamava de uma notícia inverídica noticiada envolvendo o órgão público sob sua direção e exigia uma reparação.

O jornalista desculpou-se e arrematou.

Major, ontem estava sem uma notícia de interesse público para fechar minha coluna e inseri essa matéria. Hoje o senhor rebate, com toda razão, e me propiciou outra notícia. Fique tranqüilo.

Com se vê, há que se precaver para não comprar gato por lebre.

domingo, 18 de outubro de 2009

DICAS PARA CRIAR SENHAS

A informatização é uma inovação que exige das pessoas, em qualquer nível, cumprirem certos procedimentos e protocolos para realização de qualquer atividade.

Por exemplo, o instituto da senha para acesso às informações.

Para sua segurança, isto é, para evitar que terceiros invadam sua privacidade é necessário que você crie uma senha.

Todo dia, toda hora, você precisa de uma senha para movimentar sua conta bancária, para abrir o portão de sua residência, para abrir sua pasta de documentos, para ler seu correio eletrônico, para desbloquear seu celular, enfim, sempre há uma necessidade que só será suprida utilizando-se de uma senha.

Para isto você deve ter duas preocupações básicas.

O código escolhido não deve ser fácil de ser decifrado mas que seja fácil de ser lembrado.

Ao criar uma senha evite números que façam referência aos seus dados pessoais, aniversário de casamento, data de nascimento, número da residência, etc.etc.

Uma boa prática é adotar as iniciais das palavras que compõem uma sentença que lhe seja conhecida.

Por exemplo: Deus criou o mundo em sete dias. Utilizando-se as primeiras letras de cada palavra resulta: dcomesd.

Substituindo-se o s de sete pelo algarismo romano 7 você terá um desdobramento em uma senha alfa-numérica: dcome7d.

Outro exemplo: Nem só de pão vive o homem – nsdpvoh.

Para uma senha numérica crie um código de correspondência, por exemplo: PERNAMBUCO.

Pernambuco tem 10 letras. Atribua a cada letra um valor numérico na ordem crescente.

P=1; e=2; r=3, e assim sucessivamente.

Forme uma palavra chave com as letras, por exemplo: NABUCO, resulta: 4578910

Tudo depende de sua imaginação. Mãos a obra.

sábado, 17 de outubro de 2009

Ode ao mar do Bessa

Mar que te quero verde...

Contemplo-te verde.

Sempre verde como te vejo agora.

Verde esperança, verde atlântico, verde natureza.

Navegar-te não ouso, só contemplar-te e quando muito banhar-me em tuas vagas lavando o peito e a alma.

Vejo rugas brancas em tua face. São ondas quebrando nos arrecifes numa genuflexão respeitosa de saudação a Netuno.

Oh! Mar dos meus encantos. Bem perto de mim e tão longe adornando os céus no horizonte.

Maurício Montenegro

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A FÉ

O que é a fé?

É um sentimento ou uma faculdade?

A fé é uma manifestação de crédito incondicional sobre alguma coisa que não podemos ver nem tocar, mas que apenas sentimos.

É a fé que impulsiona o homem a realizar algo impossível.

O impossível é algo que não pode ser realizado até que é feito.

A fé é o oxigênio dos grandes feitos.

A fé não exige predicados nem condiciona o indivíduo. Pode manifestar-se no católico e no pagão.

Pode-se duvidar da existência de Deus, mas não da existência da fé. Ela prescinde da existência de Deus, embora toda vez que se fala em fé, logo surge a idéia de religião, de divindade.

Mesmo o cientista mais cético, tem fé na ciência, tem fé em si mesmo, tem fé na inteligência, nos princípios, na ética.

Retome-se a Bíblia quando Jesus foi procurado por uma mulher com um fluxo de sangue e disse-lhe que seria curada se tocasse as vestes do Mestre. Após o milagre disse Jesus: “a tua fé te curou”. Isto é, o que importa é a fé e não quem realiza o milagre.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Relocalização do Aeroclube

A localização do aeroclube da Paraíba tem sido, ao longo dos anos, um problema mal resolvido.
Na década de 40 implantou-se em Tambauzinho, hoje Expedicionários, onde está o Espaço Cultural, na época endereço do 8º Regimento de Artilharia Motorizada (Oitavo RAM).
Com o passar do tempo, lá pelos anos 50, a expansão urbana forçou sua mudança para o litoral norte, precisamente no bairro do Bessa.
Novamente o adensamento verificado nessa região está a exigir um novo posicionamento, pois as condições locais ameaçam tanto a segurança do vôo como das habitações lindeiras.
Apesar de uma convivência aparentemente pacífica é notória a preocu~pação dos moradores do bairro diante da possibilidade de acidentes que possam vir a ocorrer, causados pelas aeronaves. Por outro lado, além da questão da segurança, ressentem-se da ausência de melhorias urbanas que não acontecem impedidas pela presença daquele equipamento.
A insatisfação nã se limita apenas aos que habitam a vizinhança, os usuários também reclamam de algunspontos negativos da estrutura atual como é o caso, por exemplo, de um local adequado para dobragem de pára-quedas, posicionamento impróprio do posto de abasttecimento de combustível, local para realização de eventos sócio-recreativos (atualmente essesw eventos são realizados em um dos hangares exigindo-se desalojar os aviões para possibilitar os festejos).
A relocalização desse aeródromo, portanto, é uma providência inquestionável e necessária tanto para a melhoria da qualidade de vida dos moradores do bairro, como para segurança dos praticantes de aereodesportos.
É preciso, no entanto, que se tenha como objetivo uma solução que interrompa o ciclo vicioso de mudanças a cada estágio de crescimento da cidade.
Ha que se adotar uma solução que atenda esta condição assegurando uma vida útil prolongada ao equipamento e no mínimo, protegido das pressões impostas pelo crescimeno natural da cidade.
Sugere-se como idéia básica dispor uma cobgertura vegetal, com espécimes de orte médio, no entorno da área do novo projeto.
Uma vez dimensionadas e disponibilizadas todas as áreas de manobra, pouso, decolagem, edificações, enfim todos os dispositivos requeridos e, observadas as relações espaciais exigidas pelas normas que disciplinam a matéria, acrescenta-se ao lay out, um grande cinturão vegetal. Esta providência além de proteger o equipamento da interferência das edificações adjacentes será, sem dúvidas, um benefício à melhoria das condições ambientais.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A questão da Educação

O Sr. Silvio Geremia é um pequeno industrial em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Fabrica equipamenjtos para extração de petróleo. Uma atividade que utiliza tecnologia de ponta e muita pesquisa.
Para sobreviver nesse nicho de mercado concorrendo com empresas dos Estados Unidos e Canadá necessita de um quadro de pessoal altamente quaalificado. Assim implantou como estratégia, na sua empresa, um programa de custeio da educação, em todos os níveis, para todos os funcionários de sua empresa.
Muito bem se não fosse o entendimento de fiscais do INSS que estão lhe autuando entendendo que os cursos oferecidos aos seus obreiros são salários indiretos e portanto sujeitos ao pagamento de impostos da contribuição social.
Os fiscais do INSS entendem que o Sr. Geremia deve recolher à Previdência a contribuição sosbre os valorespagos aos estabelecimentos de ensino frequentados pelos funcionários, acrescidos de juros de mora e multa obrigando-o a pagar a quantia de R$28.000,00.
Aqui em João Pessoa a Prefeitura construiu um belo edifício cognominado Estação Ciência onde foram investidos cerca de 35 milhões de Reais.
Em que pese a beleza arquittetônica da edificação e o prestígio do autor do projeto (Oscar Niemeyer) questiona-se a prioridade do investimento diante das reais necessidades da urbe.
Os dois exemplos caracterizam um fato constatado no dia a dia da administração pública. Primeiro a indiferença da própria sociedade com relação à educação.
Segundo a inversão de valores verificada na gestão da coisa pública.
Há uma relação biunívoca entre osd dois fatos. Um encoraja o outro.
Isto é, o administrador público elege osupérfluo em detrimento do substantivo por força da equivocada visão da sociedade que aplaude a obra de pedra e cal e vê com desdém os investimentos em cultura e educação, como nossos indígenas que se deliciavam com as quiquilharias e penduricalhos. A lógica do círculo vicioso.
A sociedade se alimenta do supérfluo. Reconhece e aprova as obras de fachada e vê sem muito entusiasmo os esforços reservados às ações voltadas para a melhoria do ensino, por exemplo.
A miopia coletiva impede e desestimula o ordenamento das prioridades estabelecidas a partir daquilo que realmente é importante para o desenvolvimento social.
A consciência coletiva é estereotipada e burra.
A solução não é fácil, mas passa, sem dúvidas, pela ruptura desse circulo vicioso. O grande desafio que se enfrenta é como alcançar este objetivo.
Há que se estabelecer mudanças sobretudo no comportamento do homem.
Volta-se a questão inicial: é uma questão de cultura, de responsabilidade social, de espírito público.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

RECUERDOS DE ARGENTINA.

Viajar é bom. Muito bom!
A negócio ou de lazer.
Se você viaja com o espírito de turista propriamente dito você segue as regras do que é estabelecido pelo trading e não interage com a cultura do local visitado. Porém se você se liberta desses grilhões publicitários e faz seu próprio caminho torna a viagem saudável, prazerosa e mais econômica.
Há que ter um pouco de criatividade e coragem para correr certos riscos.
Deixar se envolver pela atmosfera e pela cultura de outros povos para poder ver bem. E ver bem parodiando o Ministro José Américo de Almeida “é ver o que os outros não vêem”
Se fores a Buenos Aires, por exemplo, experimenta algumas incursões fora da mídia.
Um show de tango imperdível e barato pode ser visto no Restaurante Carlos Gardel (Próximo à Praça da República), onde existe também um pequeno Museu. Ai você pode assistir um autêntico show de tango evocação e homenagem a Gardel.
O Restaurante tem uma decoração ambiental realçando um clima da época áurea do Tango. Poucas mesas, aproximadamente oito. Há que se fazer reserva.
O espetáculo é apresentado pelo poeta e jornalista Eduardo Lanza (70 anos).
A estrutura do show alterna números de canto e dança.
O cantor é José Sancho e os dançarinos um jovem casal Cintia e Ronald que domina uma técnica indescritível.
As mesas são batizadas com nome de artistas.
O apresentador a cada anúncio de um novo número recita poemas:
“Passe la vida mastigando sueños... que pintam paisagens de la alma.”
E anima a interação dos presentes fazendo com que todos participem e você termina dançando e cantando como se estivesse numa festa em família.
Outra noite vá curtir uma milonga, seus mistérios, faça um convite a uma dama e teste seus dotes na dança. Existem várias em horários diversificados. Uma milonga bastante freqüentada pelos portenhos fica no Bar e Restaurante Soul.
Boa viagem e bom divertimento.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Poema arabe

Puchkink, lembra? Aquele que se diz meu ombudsman, reclama que estou postando em matérias relacionadas a doenças e que eu deveria escrever sobre amenidades e coisas a legres.
Não bastou aquela carta que ele afirma ser da autoria do Presidente Lula agora enviou-me mais uma de suas irreverências com a tradução de um poema árabe, de autor desconhecido.

سب الدستور المعدل عام أصبحت إسبانيا دولة قانون إجتماعية و ديمقراطيةتحت نظام ملكي برلماني. الملك منصبه فخري و رن و واحدئيس الوزراء هالحاكم الفعلي للبلاد. البرلمان الإسباني مقسم الى مجلسين واحد للأعياوعدد أعضاء يبل عين و واحد للنواب و عدد نتائج الانتخابات نائب. نتائجالانتخابات الأخير مباشرة من أصبحت الشعبسنوات، بينما كل سنوات، بينمايعين عنتخاباتضو من مجلس ا الشعب أيضاً. رئيس الوزراء و الوزراءيتم ماعيةو تعيينهمللأعيان

Tradução: (Alexandre Puchkin II)
Ao passares pelas dunas num camelo
e adentrares sob um sol escaldante
Os ermos de um Oasis abandonado
Antes temas os ratos do deserto.
E se avistares odaliscas e sentires um tremor
E algo estranho invadindo o teu corpo
Não te fies na miragem
Pode ser uma serpente sorrateiramente
entrando no teu rabo.

domingo, 11 de outubro de 2009

Carta do Lula

Lembra o Puchkin, aquele irreverente que costuma policiar minhas mensagens, pois é, esta semana enviou-me um e-mail divulgando uma carta supostamente da autoria do Presidente Lula endereçada ao seu companheiro José Genuíno.
Honestamente não sei se foi uma brincadeira de mau gosto do Puchkin ou se de fato é uma missiva da lavra de sua Excelência.
Leiam e julguem.
Brazilia 12 de julio de 2009.
Amigo Genuino,
Como não sou ligado nessa coisa de internet vou me comunicar com você na munheca mermo.
Inda estou tentano fazer a Dilma minha suçessora.
Soube que a opusição está com um faniquito e anda pensano que agente perdeu o prestigio por causo das besteiras que alguns companheiros do PT andaro fazeno mais as pesquisas estão ai pra desmentir. O povo estão ligado mermo é na bolsa família e eu estou cada vez mais convencido que nunca na história desse Pais ouve um Presidente que nem eu. E olhe que nunca passei nos banco das universidade. Veja, essas coisas que divulgam na TV é só pra me projudicar, mais não tem nenhum pobrema o povão gosta mermo de circo e pão e se continuar assim vou tranquilo pro terceiro mandato.
Agora temos um pobrema sério pra resolver. Em 2010 vamos precisar de muita grana. O Zé montou um esquema infalivil e muito eficiente. O que precisamo é encontrar uma pessoa confiávil para administrar quatro contas em dólar em bancos privados no exterior todas com mais de oito dígito. Se for preciso pessa ao Delúbio pra te dá umas dica. Tem que ser negoçio de proficional. Me traga sujestões.
Genu, andei conversano com o Zé e deixei claro que não fosteis farso e que íeis ajudar na campanha. Não me interti muito com este assunto. Ele ficou meio escabriado mais acho que no fundo no fundo ele compreendeu.
Veja tu sabes que nesse negócio nada poderá fazeres sem eu, e nem eu sem tu.
Não pense que o Valério está te evitano. Ele chegou tarde e atrazado por que o tráfico tava grande mermo com menas gente traficano. É que ele veiu por outro intineraro. Mais não se isquente com esse moído mande estrelar uns ovo convide ele pra beber uma louras contigo e ele ficará muito sastifeito.Tenho abissoluta certeza.
Sim a Mariza me pidiu pra tu aparecer aqui no palaçio pra tomar uns bidinaites. Me despido vou terminar que ela tá encheno meus culhões quereno ir prum ispá.
Do amigo
Lula

sábado, 10 de outubro de 2009

Ciladas do Vernáculo

Quantas ciladas nos arma este idiomazinho de Garret e Camões. É um verdadeiro desafio, tanto para os nativos e muito mais para os dalem mar, não é verdade?
Quantas vezes nos conduzem a situações ora incomodas, ora jocosas.
Qualquer descuido, uma concordância nos pega pelo pé e lá vem um “esse” ou um “zê” nos trair.
No colóquio, às vezes, parece que lidamos com outro idioma quando nos deparamos com o regionalismo.
- Seu Pedro, esse é meu filho mais velho e está estudando para ser engenheiro.
“Seu” Pedro era o administrador de uma propriedade que meu pai adquiriu em Alhandra. Era um homem rude e arraigado à terra, nascido em Alhandra, jamais conhecera a capital, apesar da curtíssima distância.
- Seu moço... Aprecio muito quem tem leitura, mas só sei lê o macamei. Me traga um da próxima vez que vier a Santa Terezinha. (nome do sítio)
Voltei alguns meses depois e de cara “Seu” Pedro cobrou-me o “macamei”.
Entre encabulado e de certa forma desorientado pedi auxílio ao meu pai para descobrir o que realmente “seu” Pedro desejava.
Conversa vai, conversa vem, ele queria um calendário.
Certo dia um companheiro de trabalho sentiu-se altamente lisonjeado, quando foi apresentado a um visitante, como sendo um dos maiores apedeutas da organização.
- Nada, isso é bondade do amigo.
A pompa do adjetivo lhe impressionou e diante de sua incontida euforia não me senti a vontade para explicar-lhe o verdadeiro sentido do vocábulo, que no popular significa, pessoa sem instrução, ignorante, etc. (agora ele sabe).
Já perceberam como os galicismos e anglicismos dão um toque refinado na conversação?
Já observaram como uma expressão tupiniquim adquire, numa metamorfose galvânica, um status intelectual?
São recursos bastante utilizados no economês, Feed Back, Know how, savoir-faire, etc.
Não pense algum leitor que tenha tido a paciência de ter lido até aqui, que eu seja um xenófobo ultrapassado. Bem que algumas vezes utilizo tais recursos e até mesmo para desconsertar os incautos, como assisti, em certa ocasião, com o Prof. Wanderley Rosato, ex-Diretor da Saelpa.
Estávamos num papo descontraído numa roda social, quando o renomado otorrino Ramonilson Arruda pergunta ao Professor qual era a sua cidade natal. Professor Rosato usando sua marca registrada com um pequeno tempero de irreverência, respondeu, “sou de Stone River”.
Ramonilson já começou a olhar par o Professor pensando com seus botões: “ O homem é estrangeiro, outra cultura e coisa e tal”,. Sem dar tempo a que o velho Ramon (assim o tratamos na intimidade) tomasse a respiração, o Professor completou: Stone River é Rio das Pedras. Fica ali pertinho de Piracicaba, no interior de São Paulo.
Outra ocasião discutia-se sobre a criação de cães e cada um dos presentes que enaltecesse o pedigree de seu fila, de seu dálmata, de seu terrier.
Fui interpelado: - Você tem cachorro?
-Tenho.
- Qual a raça?
- Dog street.
-Não conheço.
- Conhece. É vira lata mesmo.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Bessa e o Aeroclube.

Há décadas questiono a localização do aeroclube na praia do Bessa, ou Jardim Oceania, como quer a Prefeitura.
Exatamente há 22 anos participei da administração pública municipal na secretaria de Transportes e Obras, quando tive a oportunidade de comandar uma ação objetivando a relocalização do aeródromo.
Houve algumas reuniões com a Diretoria do ACP (Aeroclube da Paraíba) e com a associação dos moradores.
A mudança, reclamada pelos moradores e pela Administração Municipal, esteve por um triz para acontecer e tão somente não se consumou pela interferência de um importante personagem sócio e proprietário de uma aeronave que intercedeu obstaculando o processo.
Vez por outra o assunto recrudesce, mas sempre acontece de uma “força oculta” colocar panos quentes postergando as providências.
A cada ano a cidade cresce em todas suas dimensões.
Cresce a população, o volume de tráfego, a necessidade de mais habitações, cresce a demanda por mais infra-estrutura, só não cresce a extensão territorial do bairro. Aí o processo e é diferente.
A cidade “incha”.
O Bessa, um dos mais populosos bairros da urbe abriga um aeroclube que ocupa considerável área de seu território, mais de 30 hectares. Este equipamento além de obstacular o aperfeiçoamento de seus sistemas ( viário, esgotamento sanitário, moradias) , alberga uma atividade que põe em risco permanente tanto os aficionados da aviação como os moradores, devido a proximidade das habitações com as aeronaves em suas operações de pouso e decolagem.
Não se questiona a existência do Aeroclube, muito menos o direito de seus associados à prática de atividades aeronáuticas quer com fins esportivos, de lazer ou comerciais. O que se discute é sua a localização numa região altamente adensada impedindo a ação do poder público para a melhoria da qualidade de vidas de seus cidadãos.
Até quando vamos conviver com esta bomba de efeito retardado?
Será preciso ocorrer um desastre vitimando seres humanos para justificar uma ação enérgica reparadora?
Repita-se a retórica de Cícero ostracizando Catilina: Quosque tandem abutere Catilina patientia nostra?
Maurício Montenegro

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Meu cálculo renal

Convivo ha alguns anos com esse indefectível cálculo renal.
Essa mazela ja se tornou lugar comum em minhas agruras e as crises agora são semestrais.
Escrevi esses pensamentos para homenageá-lo.

Nenhum colosso basáltico, sedimentar ou vulcânico;
É capaz de produzir um fenômeno satânico
Como a avalanche provocada
por esse minúsculo aglomerado mineral, ou será vegetal?
Que promove hercúleos açoites
Varando dias e noites
E invadindo minhas vísceras como exércitos de samurais
No meu carcomido corpo com dores abissais
Os remansos biliares de súbito excitam-se
E o grão fatídico em micro-movimentos
Abre veredas sangrentas
Nas minhas entranhas doloridas
Ardendo e agindo em focos puntuais
Acentuam-se os espasmos musculares
Cada vez mais freqüentes e superlativos
O grito inevitável sucede a dor
A dor paralisa os músculos
Intumesce o abdômen, embota o cérebro...
E a razão vagueia num limiar
Entre o inconsciente e a realidade
Uma hora, um dia, outro dia,
Um lapso de tempo
Mas uma eternidade de sofrimento e dor
Os remédios mostram-se ineficazes,
meros placebos, ícones da desilusão
A esperança foge a cada minuto
Escondendo nas sombras o lenitivo
Que não vem...
Súbito, um clic milagroso...
E como um passe de mágica
Aquele estranho corpo é abortado
Navegando nos raios de sangue
Dos dutos uretrais
A concreção enfim é exorcizada
e tudo volta a ser como antes
no quartel de Abrantes.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Como tratar uma catarata.

COMO TRATAR UMA CATARATA
Você pode até pensar que é complicado, mas não existe coisa mais fácil que tratar uma catarata. Não me refiro à queda d’água, mas da perda de transparência do cristalino.
A primeira coisa a fazer é consultar um oculista. Você vai ao consultório do seu oculista, apresenta sua carteirinha do plano de saúde e aguarda até chegar sua vez de ser atendido.
Se você começar com sorte provavelmente não demorará mais que duas horas.
Você fará um cadastro registrando seus dados pessoais, peso, altura se tem casos de diabetes ou coronarianos na família, pressão, entre outros.
Em seguida você irá se submeter a um exame dos olhos para verificar pressão e outras informações pertinentes. Para isto terá que dilatar a pupila o que ocorrerá depois que for colocado um colírio três vezes em cada olho. No início desse exame não estranhe, pois apesar de você ter fornecido suas informações pessoais o atendente irá lhe perguntar sua idade. É como se não existisse computador e Internet e um estivesse no Afeganistão e você em Taperoá. Decorridos alguns minutos você será atendido pelo oftalmologista. Agora um aparelho mais sofisticado irá fazer uma varredura em seu globo ocular. O médico depois desta pesquisa lhe confirmará o que você já sabia. Você está com problema e precisa ser submetido a uma Facectomia, ou seja, operado de catarata. Aqui começa uma pequena via crucis que você com um pouco de paciência e determinação logo concluirá.
1. O oftalmologista lhe entregará um formulário para você conseguir autorização do seu plano de saúde e lhe exigirá uma avaliação do risco cirúrgico. (Atenção não se estresse, pois mesmo você tendo que operar os dois olhos a requisição que você conduz é apenas para um olho, o outro olho é outra história).
2. Você deve então dirigir-se ao seu cardiologista para a avaliação do risco cirúrgico. Ligue para o consultório do seu cardiologista. Se você continuar com a sorte anterior poderá ser atendido na mesma semana num horário que será estabelecido de mentirinha, pois na realidade o atendimento é feito por ordem de chegada. Já no consultório dependendo do dia e da hora você será atendido após umas duas ou três horas de espera. Após os cumprimentos de praxe seu médico preencherá uma requisição de alguns exames (Ecocardiograma, Teste Ergométrico Hemograma, Coagulograma Glicose), que serão subsídios para a avaliação cardiológica pretendida.
3. Dirija-se então à administração do seu plano de saúde para conseguir a autorização dos exames prescritos. Apresente sua carteirinha e aguarde sua vez. Dependendo da complexidade dos exames solicitados alguns são autorizados por uma atendente outros você deve aguardar outra fila para ser atendido por um médico.
4. Com as autorizações você se dirige a uma clínica para marcar os exames referenciados ao coração. Caso você continue nessa onda de sorte poderá encontrar vaga na próxima semana.
5. Observando um jejum de pelo menos 12 horas dirija-se em seguida a um laboratório para os exames de sangue.
6. De posse dos resultados retorne ao seu cardiologista que em função dos dados apresentados emitirá um atestado de risco cirúrgico.
7. Leve todos os papeis, exames, atestados, etc., ao oftalmologista. Chegue cedo à clínica para ser um dos primeiros a ser atendido. O médico marcará o dia e hora da cirurgia e lhe passará instruções e necessárias e lhe orientará para procurar um anestesista para uma Avaliação pré-anestésica.
8. Dirija-se ao anestesista e consiga a avaliação solicitada. Pronto você está apto para ser cirurgiado, de um olho. O próximo é outra história a ser contada. Viu como é fácil.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

CABARÉ OU SANATÓRIO

Hoje a preguiça me pegou e para não passar em branco transcrevo um comentário que enviei ao jornalista Carlos Roberto de Oliveira sobre um artigo que o mesmo escreveu comparando os poderes republicanos a um cabaré ou sanatório.

Caro amigo Carlos Roberto
Estava eu nesta quinta feira na sala de espera da Concessionária Renault aqui em JAMPA, quando tive a felicidade folhear uma revista e encontrar um artigo de sua lavra com o título “Sanatório geral ou cabaré, à escolha”.
Antes de continuar deixe-me dar uma dica pra você lembrar quem sou eu.
Sou aquele aposentado da SAELPA , aquele dos números fractais, lembra-se?
Muito bem, como dizia, li com muita atenção e redobrado interesse seu artigo que aborda com muita propriedade e inteligência um fenômeno atual do cotidiano brasileiro que temos vivenciado em nossas instituições políticas.
Neste momento minha intenção além da satisfação em comunicar-me com uma das mais brilhantes cabeças da comunicação é também, com sua permissão, fazer um pequeno comentário a guisa de reparação de um equivoco, no meu julgamento, inserido no cerne de seu artigo.
Amigo Carlos Roberto: julgo que comparar os poderes (apodrecidos) da República com um cabaré é uma afronta desmedida à instituição cabaré.
Todos nós sabemos que nos cabarés o jogo é perfeitamente definido. Já se sabe com antecedência e sem surpresas o que se vai encontrar ali. A licenciosidade e os prazeres da carne.
Não há subterfúgio nem enganação. Você entra paga e goza.
Não é o que ocorre em nossas instituições republicanas. Estas vendem uma fachada, uma imagem de defesa da representação democrática e escondem os trapos de uma catedral de sinecura, de nepotismo, de negociatas, de mensalão e de tráfico de influência das sanguessugas do poder.
Vergonha, traição, mentiras, engodo, prevaricação, corrupção, roubo, propina, cartel, quadrilha, falsidade, lama, cobiça, é o que se constata atualmente na Pátria desnuda e ultrajada.
O Congresso Nacional sangra numa UTI, ferido fulminantemente pela vergonhosa ação de seus membros corruptos e corruptores.
O Poder republicano fragilizado, ultimando-se e agonizante, refugia-se nos delírios pueris de seus arautos.
O Governo é a síntese do caos e a metáfora do rabo preso.
Os mais altos escalões republicanos vivem mergulhados num lamaçal, numa convivência promiscua com delinqüentes, meretrizes, gangsteres, traficantes, são as pústulas da nação.
Por isso meu caro amigo façamos uma ressalva aos cabarés. Quando muito vamos aceitar o sanatório geral.
Com os meus mais sinceros votos de apreço e admiração
Maurício Montenegro

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Baia Formosa


O MAR DE BAIA FORMOSA

Passei o último final de semana em Baia Formosa, na companhia prazerosa dos amigos Daniel Carneiro e Humberto Escorel. O astral do ambiente inspirou o texto a seguir. (05.10.09)


Ainda escuto os sons do mar Baia Formosa.
São vários sons. Um seguido do outro. As ondas se espraiam abraçando os arrecifes numa sucessão incontável, uma se avança agitada outra retorna trepida numa dança concatenada, uma rasteira, um passe de capoeira, e a cada movimento um som. Só não ouve quem não quer.
Sons de freqüências variadas, de timbres nem graves nem agudos. O compasso andante, uns e adágio outros. Um som é rouco e intermitente, outro contínuo e acústico. Sons anestésicos que induzem à contemplação e a lembrar mistérios, outros de acalento, de ninar.
Sons que convidam à meditação e realçam o quanto somos nanicos neste universo.
Sons que realçam questões fundamentais:
Que viemos fazer aqui?
De onde viemos?
Qual o nosso destino?
Sons que traduzem na grandeza do mar a prova inconteste da existência de Deus onipresente e onipotente.


Texto e foto de maurício montenegro

domingo, 4 de outubro de 2009

Cidade Maravilhosa

JOGOS OLÍMPICOS

Esse menino Luiz Inácio nasceu mesmo com uma estrela na testa.
Enquanto o mundo inteiro critica seus disparates cada vez mais cresce sua popularidade. Ou seja, o crescimento de sua popularidade é inversamente proporcional à suas mancadas.
Ao lado dessas constatações o infeliz tem uma sorte invejável.
E agora se não bastasse o bolsa família o aloprado consegue um tento internacional. Vai usufruir com unhas e dentes como protagonista da escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos 2016.
A reação de sua Excelência foi apropriada ao seu estilo populista. Os abraços efusivos, “agora quero ir pro hotel comemorar” (leia-se bebemorar) e as lágrimas de emoção.
Desculpem-me seus admiradores, mas as lágrimas para mim soaram como um artifício de pavimentação da estrada para o terceiro mandato.
O importante é que o Rio de Janeiro, cartão postal do Brasil, uma cidade maravilhosa mesmo, bem que merecia esse presente.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

COMENTÁRIOS AVULSOS

Registro alguns comentários oferecidos por alguns dos meus sensores :

Puchkin, já exercendo seu papel de ombudsman, me dá um puxavão de orelha. Ei, Paladinodaesperanza, como é que você com tanta experiência de vida comete a ingenuidade de fazer aquele comentário sobre a saída de Cássio do PSDB? Viu sua mancada quando o ex-governador sapecou na entrevista da API: Quem foi que me ouviu dizer que eu ia sair do PSDB? Paladino, a prudência é a mais sábia das virtudes. Vai com calma. (É Puchkin, também não fiz essa afirmação, só especulei, ta?)
Minha cunhada Rosana e minha sobrinha Rosa Karenina, advogada brilhante, reclamam e criticam o papo na cozinha remetendo-me para os encontros na Fazenda São Francisco e Mulungu, em Juazeirinho, e que essa prática deve ser creditada aos Marinheiros. Sem dúvidas, é um hábito, quase um atavismo dos Marinheiros conversarem na cozinha. Acontece que os papos em Mulungu eram num quartinho anexo à cozinha e na Fazenda São Francisco no terraço ou na sala de jantar. Lembram-se?
Minha irmã Nora, uma fada, um Tsunami de carinho e de bondade, mas essas qualidades não lhe embotam o destemor, pois é uma mulher corajosa e destemida. Desde a morte de minha mãe exerce um papel aglutinador na família e é dona de uma sensibilidade impressionante para as coisas da arte. No seu comentário a uma de minhas postagens cobra-me o compromisso de não calar diante das mazelas da vida. Nora: prometo não calar nunca e nem devo perder a esperança até para fazer jus ao título deste blog.
Menina de inteligência rara perspicaz e contundente e mordaz em suas observações. É minha sobrinha Beatriz. Muito me identifico com ela. Papo cabeça. Fez um depoimento engrossando as fileiras dos indignados com a loucura arquitetônica implantada pelo “mago” na Praça Vidal de Negreiros.

A Arte de enganar.

A arte de enganar
Sempre as mensagens do meu amigo Dudu (Dr. Eduardo Rangel) são de interesses indiscutíveis. A leitura de seus e-mails já se tornou um hábito prazeroso e diariamente fico na expectativa do próximo arquivo.
Esta semana, por exemplo, enviou-me uma informação de grande utilidade pública que passo a divulgar pela sua importância em defesa dos direitos do cidadão.
Era sobre como comprar um pneu. Uma operação aparentemente simples mas que envolve alguns mistérios da arte de enganar.
Você sabia, por exemplo, que pneu tem prazo de validade?
Vem codificado com um número de 4 dígitos. Exemplo 1307. Significa dizer que este pneu perdeu a validade após 13 meses de 2007, ou seja, em Janeiro de 2008.
Mais importante você já deve ter reparado nos supermercados alguns pneus com listras coloridas, vermelho, verde, amarela, etc.
Significa defeitos de fabricação. Foram autorizados a comercialização no Brasil desde que colocassem estas listras para alertar o consumidor.
Como o consumidor desconhece esta norma compra gato por lebre. Ademais, com o defeito, o Governo arrecada mais impostos pois o defeito gera acidentes o que aumenta as despesas do governo nos gastos com a saúde, entretanto este dinheiro é embolsado porque todos conhecem a realidade dos hospitais brasileiros.
Esta semana, por curiosidade, perguntei num dos hipermercados da cidade qual o significado das listras. A resposta foi imediata: É para provar que é novo.
Não sei se foi ignorância ou má fé.
Fico perplexo porque uma informação dessas permanece na clausura.
Nós podemos divulgar e sinalizar um alerta para os organismos de defesa do consumidor.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A Paraíba e seus problemas

maurício montenegro

Acabo de ler “A Paraíba e seus problemas” escrito em 1923 pelo Dr. José Américo de Almeida e reeditado em 1980, por encomenda do Governador Burity, em homenagem aos 93 anos do escritor o ministro José Américo de Almeida.
O escritor “solitário de Tambaú” apresenta-se mais como sociólogo que romancista.
Trata-se de uma descrição corográfica e sócio-política do nosso Estado. Um trabalho abrangente e de muita profundidade. Uma narrativa de alta fidelidade onde o autor estuda a índole e as virtudes do povo paraibano e na parte política faz revelações curiosas e interessantes. O livro tem 86 anos, mas como diz seu prefaciador, o historiador José Honório Rodrigues, “ainda tem viço e força e terá por muitos anos”.
Discorrendo sobre o problema das secas Dr. José Américo transcreve dois relatórios encaminhados ao Governo Imperial, apontando dez recomendações como remédios para sanar os efeitos da estiagem, produzidos por uma comissão criada pelo Barão do Rio Branco, então Presidente da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Um produzido pela minoria e outro pela maioria.
A 7ª recomendação do relatório da minoria recomenda:
“Mandar vir do oeste dos Estados Unidos certo número de lavradores, munidos de todos os utensílios e machinas ali usadas para ensinar agricultura pratica aos retirantes”.
Ainda sobre o mesmo assunto encontrei algumas pérolas como o despautério do Sr. André Rebouças sugerindo ao Governo Imperial, que “fosse solicitada a remessa de grandes alambiques para destilação de água do mar”.
Recordei um episódio que testemunhei quando certo Governador deste Estado, de mandato tampão, recomendou a um Secretário atirar sacos de anil para “azular” a água do mar e assim impressionar empresários portugueses da indústria hoteleira que iriam fazer um sobrevôo em nossas praias.
Vale à pena conferir.