quarta-feira, 25 de abril de 2012

MOBILIDADE URBANA

A questão da mobilidade urbana representa um desafio que atormenta a administração pública notadamente nas capitais e cidades de porte médio (com população entre 100 e 500 mil habitantes).

De um lado a facilidade de acesso ao crédito propicia o crescimento progressivo dos veículos em circulação sobrecarregando as vias públicas e gerando congestionamentos.

Do outro lado a poupança pública é suficiente para os investimentos necessários no setor capaz de satisfazer à demanda solicitada.

As vias públicas permanecem com as mesmas características oferecendo as mesmas capacidades para escoamento do fluxo de veículos automotores.

Resulta por via de consequência os grandes problemas de mobilidade causando dissabores e transtornos à toda população que necessita deslocar-se em suas atividades cotidianas e nos horários de maior fluxo o caos se instala.

Não existe uma fórmula mágica para resolver estes problemas, mas é perfeitamente possível atenuá-lo mediante a adoção de uma série de providências por parte da administração pública a seguir anunciadas.

Educação para o trânsito.

Reputo a mais importante das ações envolvendo todos os atores pedestres e motoristas;

Desenvolvimento e implantação de um programa intensivo e permanente de educação para o trânsito iniciando-se nas escolas das redes pública e privada; com uma grade curricular contemplando os conceitos corretos de utilização das vias, ampliando- se a toda sociedade através de campanhas regulares massificando os deveres dos usuários, questões de segurança e legislação. Adoção de um programa de estímulo ao usuário como, por exemplo, redução de IPVA para motoristas que não cometerem infração durante o período de um ano.

Melhoria dos transportes públicos.

Transporte público de boa qualidade subintende uma frota com carros confortáveis e quantidade suficiente para um serviço que apresente pouco tempo de espera e horários confiáveis. Isto certamente desestimulará o uso do automóvel particular, o principal vilão desta história e a solução que mais agride o meio ambiente e sem dúvidas reduzirá o volume de tráfego consequentemente diminuindo os congestionamentos. (Os congestionamentos além de stress provocado nos passageiros e motoristas causam um grande mal ao meio ambiente, pois aumentam a emissão do dióxido de carbono, o principal gás do efeito estufa, responsável por 64% dos gases poluentes lançados diariamente na atmosfera); priorizar o transporte coletivo adotando-se faixas exclusivas para o transporte de massa; implantação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) – Light Rail ou Metrô de superfície.



Transporte de vizinhança.

Disponibilizar uma concessão pública ou permissão para o transporte de vizinhança solução já em prática em algumas cidades brasileiras. São concessões públicas para transporte de massa entre regiões lindeiras ou contíguas, por exemplo, uma linha circulando na orla entre Intermares e o Cabo Branco.

O transporte de vizinhança atua como uma suplementação ao transporte público convencional e tem características específicas como a tarifa diferenciada e o ponto de parada que é determinado pelo passageiro de acordo com sua necessidade.

Melhoria do sistema viário.

Identificação de ações pontuais nos trechos de conflito para facilitar o escoamento do fluxo diário como: implantação de uma rótula entre o Hospital Edson Ramalho e o IPEP, implantação de um elevado no cruzamento da Epitácio Pessoa com a Av. Maranhão, aproveitando o desnível existente, implantação de um elevado na Av. Cruz das Armas nas proximidades da rua Des. Santos Estanislau e finalmente a implantação de um programa permanente de manutenção do leito das ruas e avenidas.

Este elenco de intervenções certamente reduzira a médio e longo prazos os atropelos experimentados na atualidade pelo cidadão pessoense no que diz respeito à mobilidade urbana.

As férias de Bira.

“Senhores passageiros por razões de segurança o voo 363 com destino a Buenos Aires com partida prevista para 15:30 está reprogramado para 18:00 horas. “

- Não vamos esquentar Giza. Se eles estão dizendo que é questão de segurança só nos resta esperar. - Ubirajara Dória, mais conhecido como Bira do Oião, consola a mulher Adalgisa no salão de embarque.

Após três horas de espera o serviço de auto falante do aeroporto anuncia:

“Senhores passageiros do voo 363 para Buenos Aires, por favor, dirijam-se ao balcão da companhia para novas informações.”

Uma comissária muito simpática com a boca vermelha como um tomate maduro explica: “Lamentavelmente ocorreu um problema técnico com a aeronave do voo 363 com destino a Buenos Aires e a substituição somente será possível amanhã. Os passageiros em trânsito serão acomodados em um hotel aqui na cidade correndo todas as despesas por conta da companhia aérea. As bagagens serão acomodadas na nova aeronave não se preocupem. Nosso funcionário irá conduzi-los até o ônibus que os levarão ao hotel. Queiram nos desculpar”.

E agora Bira, nossas roupas e tudo mais já foram despachadas e a gente vai pra esse hotel sem eira nem beira? – Giza lamentou.

- Giza vamos olhar por esse lado. Já pensou se o problema tivesse acontecido com a gente no ar. É só mais uma noite e logo passa.

Alguns minutos de ônibus chegaram a um hotel próximo ao aeroporto. O quarto ainda estava sendo cuidado pela faxineira.

Tiveram que esperar alguns minutos para serem acomodados. Já passava da meia noite e o casal não conseguia esconder o cansaço.

Fazia um calor insuportável.

- Bira liga o ar.

Já liguei, mas não funciona e a esta altura não adianta chamar a camareira. Logo, logo amanhece e vai estar tudo bem.

Deitaram-se vestidos apenas com as roupas íntimas.

- Bira desde ontem a noite que tem uma coisa me agourando e me dizendo que a gente não devia ter feito esta viagem. Não consigo dormir com esses maus pensamentos, o calor e as muriçocas.

- Oxente Giza deixa de besteira. Isto acontece. Você vai ver amanhã estaremos numa boa passeando pelo Tigre. Tudo vai da certo. Tenha fé.

- Tomara! – consentiu Giza.

Dia seguinte conseguiram afinal embarcar.

No aeroporto foram abordados por um corretor oferecendo-lhes peso com uma razão de troca muito vantajosa. Bira encantou-se com a sugestão e cambiou uma soma suficiente para as despesas corriqueiras como refeições, taxi.

Retiraram a bagagem e fizeram o traslado num taxi. No final da corrida efetuou o pagamento e foi questionado pelo motorista.

- Desculpe Senhor, mas essa cédula é falsa.

- Será possível acabei de compra-la no aeroporto. Aquele sacana me enganou.

- Eu sabia Bira, tem uma coisa me dizendo que a gente não devia ter feito essa viagem.

- Ora Giza, não é uns trocados que vai estragar nossa felicidade. Vamos esquecer e curtir nosso sonho.

Ao fazer o check in no hotel foram mais uma vez surpreendidos.

- Lamento Senhor Dória, mas sua reserva foi cancelada. Sua chegada estava prevista para ontem e como o Senhor não chegou e além do mais o hotel está literalmente lotado.

- Ta vendo Bira, eu não disse...

- Calma Giza tudo se resolve.

- Senhor nós não tivemos culpa. É que o avião, bla, bla, bla...- Bira tentou conversar com o recepcionista do hotel.

- Vocês têm duas opções. Ou procurar acomodações noutro hotel ou então esperar até 14:00 horas que provavelmente deverá desocupar o 301 até lá o senhor pode deixar as bagagens aqui mesmo no saguão e esperar é o que posso oferecer.

- Acho que é a melhor alternativa. Vamos esperar né Giza?

- É,112lç fazer o que.

- Enquanto esperamos o senhor poderia agendar um passeio pelo Rio Tigre amanhã?

- Perfeitamente temos este serviço ao preço de US$ 140,00 por casal.

- OK. Amanhã às 09:00 horas uma Van os levará aqui do hotel para a estação do trem que os conduzirá ao passeio.

Dia seguinte após o café da manhã dirigiram-se à VAN que os esperava em frente ao Hotel.

O percurso durou cerca de quarenta minutos até chegarem a um estacionamento com vários ônibus.

Bira procura pela estação do trem. Que trem? – quis saber o motorista da VAN.

- O trem que nos levará ao passeio do Rio Tigre.

- Deve haver algum engano Senhor, estes ônibus vão para Montevideo. O Senhor deve procurar outra operadora.

Só então Bira se deu conta que havia entrado na VAN errada.

- Ta vendo Bira, minha Santa Marta protetora das donas de casa me diz desde o começo tem alguma coisa errada com essa viagem.

- Giza essas coisas acontecem vamos voltar ao Hotel e lá resolveremos.

- Lamento pelo engano Senhor sua VAN era um carro azul. Não tem problema posso agendar o passeio para amanhã e hoje o Senhor poderia aproveitar e curtir um pouco a cidade. – consolou o recepcionista do hotel sugerindo que eles se incorporem a um grupo recém-composto.

Bira já ostentando certo desconforto agradece a sugestão e prefere um programa gastronômico.

- Querida vamos ao Puerto Madero saborear a famosa picanha argentina, amanhã faremos este passeio.

- Sei não Bira daqui pra frente fico logo de orelha em pé.

Tomaram um Taxi para Puerto Madero e pediram que antes passassem pela Praça Rosada para conhecer as dependências oficiais do governo argentino.

A Praça estava sitiada com um policiamento ostensivo. 12 de julho dia da independência alguns manifestantes aglomeravam-se nos arredores do palácio. Soldados da infantaria e da cavalaria faziam a segurança do local. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e conduziam faixas com dizeres protestando contra o desemprego e o custo de vida.

O taxi transitava vagarosamente pela Hipolito Yrigoyen para acessar a Av. la Rábida Sur e dai Puerto Madero quando repentinamente ouviu-se um forte estampido. Um tiro partindo ninguém sabe de onde atingiu justamente o ombro esquerdo de Adalgisa sentada no banco trazeiro no lado do motorista.

Bira ao ver o sangue esvaindo-se no colo da amada soltou um grito de pavor.

Que foi que houve meu bem – quis saber Giza deitada ao seu lado e acordando com o grito do marido.

- Nada querida. Um pesadelo horrível.