domingo, 26 de novembro de 2017

O homem e a máquina

Acabo de ver pelo NETFLIX “O homem e a máquina” um documentário sobre Steve Paul Jobs, o “cérebro” da Apple. A narrativa foca a determinação, a inteligência e perspicácia do inventor, empresário e magnata. Jobs criou uma das maiores empresas do século a Apple. A sociedade americana ufanava-se incondicionalmente da Apple e seus produtos. Mesmo assim o documentário desnuda o lado negro da relação capital e trabalho existente naquela empresa. Todos os produtos da Apple eram feitos na China. Os empregados dos seus fornecedores eram submetidos a regimes austeros de produção com baixos salários e condições discutíveis de salubridade. Os solventes usados nas telas da Apple eram eficazes, porém perigosos, pois causavam lesões nervosas que levam a fraqueza e perda de sensibilidade dos artífices. Na China sabe-se que o cobre, o cromo e outros metais pesados saturam o escoamento dos cursos de águas locais e os níveis de substância químicas são tão altos que as estações de tratamento de esgoto não conseguem limpar a água. A Foxconn a maior fornecedora da Apple registrou em dois anos 18 suicídios o que induziu essa empresa a instalar redes para pegar pessoas que se jogassem. O documentário enfatizou a enorme margem de lucro da Apple. Para cada iPhone 4 a Apple ganhava 300 dólares e pagava a mão de obra chinesa 12 dólares por aparelho o que demonstra a relação de brutal desequilíbrio entre o capital e o trabalho. Steve repetia frequentemente que o mais importante não eram os lucros auferidos nas transações da sua empresa, mas, sobretudo o que poderia ser feito para melhorar a vida das pessoas. Realmente os produtos da Apple indiscutivelmente propiciaram e ainda continuam auferindo benefícios extraordinários a toda população do planeta. Paira, entretanto uma interrogação quanto aos custos sociais e ambientais desses benefícios.