domingo, 30 de junho de 2013

LEMBRANÇAS

Não sei por que cargas d’água de repente me ocupo de uma recorrência no banco de dados de minhas memórias de longo prazo - a episódica e a semântica.

Lembro do trem chegando nas estações de Bananeiras e Pilar.
Lembro da Churrascaria Bambu, da Sorveteria Paquetá, do Bar Pedro Américo e do Luzeirinho.
Lembro da Casa de Berta, de Lourdinha, de Marlene, da Pensão de Normélia, de Hosana e de Maria de Janúncio.
Lembro dos Cinemas Metrópole, Astória, Felipéia, Brasil, do Café Alvear, da Casa dos Frios, do Ponto Chic, do Restaurante Lido, do Bar Kerubim, do Bar do Grego, do Bar Tabajaras, da Toca do Coelho, do Drive In.
Lembro do Clube Internacional em Cruz das Armas, das Voluntárias, do São Sebastião em Bayeux  e do goiamum do Boca.
 Lembro do bonde para o Centro e Tambaú, das Marinetes, da Cruzadanemas Metrópole, Astória, Felipéia, Brasil, do Café Alvear, da Casa dos Frios, do Ponto Chic ,do Restaurante Lido, do Kerubim Bar, do Bar Tabajara,do Bar do Grego , do Drive In, da Toca do Coelho, do bonde, da Cruzada de Frei Albino, do Palmeiras, do Corso na Lagoa, do ETLF do Major Ciraulo. Mas não lembro o que comi no almoço de ontem. Como é que pode. De Frei Albino, do campo do escorrego, do Palmeiras, do Estrela do Mar  e do bloco ETLF do Major Ciraulo, mas não lembro o que almocei ontem. Como é que pode?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O grito da República


Há 513 anos o gigante permanecia num sono letárgico, inerte, impassível e sem emoções, numa profunda prostração.

A insegurança, os desatinos, a corrupção, a improbidade, a falta de perspectiva para o futuro, enfim as mazelas administrativas concorreram para despertar o gigante adormecido em berço esplêndido que repente acorda indignado e bafeja sua inquietação em todos os quadrantes do seu território.

É o que estamos assistindo. Uma revolta popular como nunca houve em toda história da república. Um grito republicano audível em todo planeta.

O movimento das “diretas já” tinha um objetivo claro e definido. O povo espontaneamente alheio a qualquer facção partidária manifestou-se pela realização de eleições diretas para escolha de seus dirigentes políticos. Da mesma forma o movimento dos “caras pintadas” objetivava o impeachment do presidente Collor.

O movimento atual não tem uma bandeira de luta definida. É um protesto contra uma caixa de pandora. O povo cansou de ser ludibriado. Cansou pela falta de assistência à saúde, das dificuldades da mobilidade urbana, da ineficácia dos aparelhos de segurança, da mediocridade do nível de ensino das escolas públicas, da desonestidade e falta de espírito público dos dirigentes, dos desacertos da política econômica e da inversão de valores para estabelecimento das prioridades dos investimentos públicos.

E a agora grita a todos pulmões BASTA! A paciência chegou aos limites.

Ninguém pode mensurar as conseqüências e nem o final desta revolta é uma incógnita que se desvendará quando terminar. Quem viver verá.