quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Balduíno Lelys

Uma fábrica de sonhos. Arqueólogo visionário e eterno cultor da natureza. Um cidadão do mundo. Telúrico? Utopista? Nenhuma coisa nem outra. Classifico-o como um ecologista na verdadeira acepção da palavra engajado na luta pela preservação da fauna e da flora do Cariri. Conheci Balduíno na década de 70, na casa de minha sogra Maria Rosa Jacinto que gozava de sua intimidade. Mesmo não tendo chance de falar, pois ele não dava trégua me encantei com aquela conversa prodigiosa que mais parecia uma cordilheira narrando suas experiências na selva amazônica comendo jabuti cozido no próprio casco. Um sertanejo protagonista de uma rica história de vida como uma aquarela gigantesca pintada com pinceis mágicos. Por conta de sua personalidade franciscana experimentou altos e baixos nas atividades que desempenhou. Um empresário sem emprego e sem salários. Seus passos são imprevisíveis ora como empresário exótico como o definiu Machado Bitencourt, ora convivendo em comunidades indígenas pesquisando fósseis milenares, ora dedicando-se à industrialização de medicamentos naturais, ora em atividades didáticas como fundador da Universidade Leiga do Trabalho, em Taperoá, sua cidade natal. Fundador do laboratório Lelis, fabricante de água oxigenada e xaropes. Um extraordinário ser humano possuidor de invejável inteligência e de uma visão cósmica do universo e sem o menor apego às coisas materiais. Um escravo da busca do conhecimento. Autor de palestras para grupos seletos no exterior como ocorreu em Tóquio falando para biólogos e cientistas sobre o processo de fossilização das baleias. Fez da museologia seu projeto de vida atividade que consumiu todo seu patrimônio material. Tivemos uma convivência estreita quando o procurei para montar o museu da energia, na Cruz do Peixe (hoje Usina Cultural da Energisa), a pedido de João Agripino Maia de Vasconcelos então presidente da SAELPA concessionária de energia elétrica da Paraíba. Hoje tive a felicidade de reencontrá-lo na Cinep – Companhia de Industrialização da Paraíba. Conversamos sobre seus projetos e não me surpreendi. Continua com a mesma garra e os mesmos sonhos. jhgj

sábado, 31 de agosto de 2013

Novo emprego


Você é livre para fazer suas escolhas, mas é escravo de suas conseqüências. (Pablo Neruda)

“O paralelo é a melhor forma de julgamento”.

José Américo de Almeida

Estou vivenciando uma nova experiência.

Abandonei por livre e espontânea vontade o encanto da ociosidade permitida.

A pesar da idade avançada suspendi meu merecido ócio remunerado pela aposentadoria e aceitei um novo desafio.

Assumi, a convite de minha nova amiga Tatiana Cabral a chefia do Departamento de Engenharia da CINEP – Companhia de Industrialização da Paraíba.

A experiência acomoda duas vertentes distintas.

De um lado o enriquecimento da auto-estima e do outro a perda dos privilégios reservado aos jubilados.

Estabeleço um paralelo para julgamento das duas situações.

O fato de ter sido lembrado, sendo um sexagenário, é uma confortável e estimulante massagem no ego.

Sentir-se útil e produtivo é um rejuvenescimento.

 Ter sua capacidade reconhecida e sua experiência de vida entendida como algo que soma e que pode contribuir proativamente numa atividade laboriosa é algo fascinante para quem é acolhido.

Faz a diferença ser entendido não como um estorvo ou algo descartável, mas como alguém capaz de pensar e produzir.

É realmente reconfortante e encorajador, sem falar no reforço do orçamento doméstico.

Na coluna dos débitos lanço as desvantagens.

A suspensão repentina da dolce far niente. A suave indolência como dizem os italianos.

Não poder mais preencher o dia com amenidades jogando conversa fora com os amigos sem nenhuma obrigação com horários nem coisas a fazer.

Não poder mais dormir altas horas da noite e acordar na hora que lhe aprouver deixando-se espreguiçar numa leniência prazerosa.

Não poder mais desfrutar da alegria do convívio e das brincadeiras com minhas duas netinhas Luisa e Alice, nas sextas feiras.

Ter que enfrentar diariamente um trânsito caótico e estressante no deslocamento para o trabalho e vice versa.

São os ossos do ofício, a lei da compensação.

Todavia estabelecendo-se o paralelo a coluna dos benefícios tem mais peso. (Por enquanto).

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Papa Francisco e a JMJ


Nesta tarde nebulosa do dia 22 de Julho de 2013, exatamente às 15h45min o AirBus A310 da Alitalia aterrissa no Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de janeiro.

Em poucos instantes desembarca seu principal tripulante o Papa Francisco em sua primeira visita ao exterior prestigiando a 28ª edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) programada na cidade do Rio de Janeiro.

No aeroporto S. Santidade é recebido pela Presidente Dilma Roussef e outras autoridades civis e eclesiásticas como o governador do Estado, o Prefeito da Guanabara, D. Orani Tempesta arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador da JMJ.

O Papa percorreu um percurso ora em carro fechado, ora no papa móvel, passando pela Catedral Metropolitana, pelo Teatro Nacional e finalmente de helicóptero alcança o Palácio das Laranjeiras, sede do Governo do Estado, onde foi oficialmente recepcionado.

Durante todo trajeto o Papa Francisco foi ovacionado por uma multidão incalculável que se concentrava ao longo das artérias.

O assédio parecia incontrolável e em determinado momento preocupante quando o ilustre visitante num gesto de simplicidade baixou o vidro do veículo para acenar causando repentino tumulto por conta das pessoas que romperam os cordões de isolamento impostos pelos seguranças.

Durante a cerimônia no palácio falaram apenas a presidente Dilma e o Sumo Pontífice.

A presidente Roussef em poucas palavras reiterou que a preocupação do seu governo endossa a luta do Papa pela igualdade social.

O Papa Francisco por sua vez reiterou sua admiração pelo povo brasileiro simpaticamente afirmando que aprendeu que para se comunicar com os brasileiros tem que ser pela porta do coração e ainda proferiu algumas frases emblemáticas sobre o evento.

Não trago ouro nem prata, mas o que me foi dado de mais valioso – Jesus Cristo.

Cristo bota fé nos jovens.

A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo.

O carisma do Sumo Pontífice ficou patenteado em todos seus gestos.

Sem sombra de dúvidas pelo que ficou explicitado no início desta visita o pontificado do Papa Francisco prenuncia-se como um dos mais ricos da história da Igreja Católica.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

OS SETE FOLEGOS DE ANACLETO GAMBARRA

Anacleto Gambarra não era um expoente, antes um lugar comum entre os mortais, perdido anonimamente na multidão.

Nada lhe estimulava a auto-estima. Frágil composição corporal, olhos miúdos e redondos, o cabelo repartido ao meio,  um diminuto e fino bigode a lhe adornar o rosto pálido e redondo.

Trajava com freqüência uma surrada calça escura, um colete cinza e gravatinha borboleta.

Caminhava rua acima, rua abaixo, como se estivesse numa busca frenética a um lugar nunca encontrado, sempre conduzindo debaixo do braço uma inútil papelada encartada num jornal velho imaginando projetar um apelo intelectual.

Produzia máximas da demência antecipando-se às leis de Murphy.

“O que é bom pra todos é pra um”.

“Todo jogo começa zero a zero.”

Às vezes em Latim, mesmo ignorando seu significado.                     

 “Homo quid homo est non flere.” (Homem que é homem não chora).

Morava com uma tia avó, viúva que o adotou desde os 2 anos. A subsistência era garantida com a pensão da tia e os parcos recursos de uma aposentadoria por invalidez.

Uma de suas manias era decorar o dicionário de Português conseguindo até o momento gravar até a letra “M” no verbete Monopsia – estado de  monopse, palavra para designar quem só tem um olho e monopsônio que é a estrutura de mercado caracterizada por haver um único comprador para o produto de vários vendedores.

Nasceu de parto prematuro e complicado que resultou no falecimento de sua mãe. Seus primeiros dias de vida foram numa incubadora. Permaneceu  três meses sob os cuidados desse equipamento. Nesse ambiente experimentou sua primeira adversidade quando um tubo (endotraqueal) colocado no seu nariz indo até a traquéia e responsável pela ventilação foi inexplicavelmente obstruído. Não teve morte instantânea por pura sorte.

Seu pai dois anos após seu nascimento foi vitimado por febre amarela vindo a falecer. Ficou sob os cuidados de Adalgisa sua tia avó.

Aos doze anos foi vítima de outro infortúnio quando sofreu uma queda ao escalar uma mangueira do quintal de casa. Teve duas costelas quebradas e uma fratura exposta na perna esquerda.

Aos dezesseis anos teve seu primeiro emprego como ajudante de zelador na biblioteca municipal.

Adorava sua ocupação e lá adquiriu o hábito pela leitura. Mais tarde fruto das amizades e de sua dedicação foi contratado como zelador da biblioteca.

Aos vinte e cinco anos, no lusco e fusco de um  dia dos festejos juninos foi atingido por um busca-pé que lhe causou queimaduras generalizadas incapacitando-o para o trabalho protagonizando seu quarto infortúnio e proporcionando-lhe a aposentadoria prematura.

O acidente causou também seqüelas irreversíveis no seu comportamento. Adquiriu tiques nervosos e um aspecto meio bizarro aparentando ausência e inquietação. Não era mais o mesmo. Desconhecia as pessoas e tinha dificuldade no relacionamento. Tornou-se excêntrico e sombrio. Cultivou novo visual adotando o uso de uma gravatinha borboleta.Este novo Anacleto passou a ser alvo de chacotas e gozações. Ganhou muitos apelidos como  “Data Venia”  expressão com que iniciava suas falas, “Tição Branco”, por conta das queimaduras e “Manequim de Alfaiate”, devido  a indumentária que insistia em trajar.

Sua vida transformou-se num beco sem saída.

Festa da Padroeira.  A cidade engalanada e o povo frenético.

No coreto da pracinha central a bandinha da Prefeitura Municipal executava marchinhas e dobrados militares para um público cativo na maioria composto por crianças.

Anacleto depara-se com um caminhão onde um auto falante anunciava o recrutamento de pessoas para trabalharem num garimpo. Anacleto intentando fugir dos assédios chistosos imaginou:

“Toda araruta tem seu dia de mingau.”

Sem titubear partiu para mais uma aventura.

No garimpo se envolve involuntariamente, numa briga violenta. Um dos contendores desferiu duas facadas uma atingindo-lhe o esôfago e outra  por um triz não atingiu o coração. Perdeu muito sangue e desmaiou.  Esvaindo-se em sangue é socorrido pelo capataz que o transfere para um posto de saúde no município mais próximo.

No segundo dia apos devidamente medicado toma um novo destino. Resolve abandonar a ocupação de garimpagem por considerá-la extremamente perigosa e alheia às suas qualificações. Pega carona num paquete sem um destino prévio. Desembarca no primeiro porto, Rio das Pedras. Uma cidade ribeirinha com pouco mais de vinte mil habitantes.

Numa estalagem toma conhecimento que estavam recrutando pessoas realização de um senso demográfico. Inscreve-se e é aceito como recenseador. Durante dois meses percorreu a zona rural do município utilizando-se dos mais variados meios de transporte, carroça de boi, canoas e mulas. Essa nova atividade lhe valeu uma doença tropical. Foi acometido de malária. Durante meses teve acessos periódicos de calafrios e febre. Sozinho e anônimo esteve às portas da morte. Teve a sorte do dono da estalagem apiedar-se de sua situação e prestar-lhe socorro durante a enfermidade.

Radicou-se em Rio das Pedras e la criou raízes. Empregou-se numa tipografia e maravilhou-se com o novo emprego. Certo dia por negligência quase decepou a mão numa guilhotina manual, mas perdeu dois dedos o médio e o indicador da mão esquerda.

Seu patrão numa pitada de humor comentou: Há males que vêm para o bem. Agora você está habilitado a candidatar-se a Presidente da República.

Anacleto alegrou-se com o adágio popular matéria de sua predileção. Ao mesmo tempo ficou matutando sobre a insinuação do patrão.

Ali em Rio das Pedras, longe dos achincalhes de sua terra natal, sendo uma pessoa respeitada bem que poderia ingressar na política.

Assim pensou e assim fez.

Ano seguinte foi eleito deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores.

domingo, 7 de julho de 2013

Vandalismo Chapa Branca


O Jornal A União é o único jornal oficial existente no Brasil.

Foi fundado no dia 2 de fevereiro de 1893 por Álvaro Machado então presidente da Província, sendo seu primeiro diretor o industrial Tito Silva.

Funcionava num belíssimo prédio do século XIX localizado na Praça João Pessoa. Em 1971, no Governo Ernani Sátiro, foi transferido para o Distrito Industrial. Ato contínuo, após a transferência do Jornal, o Dr. Ernani ordenou a demolição do edifício para ali erguer a Assembléia Legislativa. Foi um gesto tresloucado configurando-se num verdadeiro ato de vandalismo Chapa Branca. Um crime inominável, como classificou o jornalista Severino (Biu) Ramos em entrevista concedida para o livro “Uma viagem no tempo” em comemoração aos 120 anos do jornal.

Dr. Ernani usou de toda sua autoridade realçada pelo AI-5 que proibia qualquer crítica a qualquer autoridade do governo. Sendo um homem vigoroso que não admitia ser contestado muito menos contrariado e não ouviu ninguém. Derrubou.

Causa espécie considerando ser o Dr. Ernani Sátiro um homem culto e ligado às letras de repente ignorar o valor histórico e arquitetônico de uma obra tão valiosa. Poderia perfeitamente ter construído a sede do Poder Legislativo em outra área da cidade em condições muito mais adequadas. O antigo prédio poderia ser ocupado com outra função, um museu ou uma galeria de arte, por exemplo. Jamais demolido.

domingo, 30 de junho de 2013

LEMBRANÇAS

Não sei por que cargas d’água de repente me ocupo de uma recorrência no banco de dados de minhas memórias de longo prazo - a episódica e a semântica.

Lembro do trem chegando nas estações de Bananeiras e Pilar.
Lembro da Churrascaria Bambu, da Sorveteria Paquetá, do Bar Pedro Américo e do Luzeirinho.
Lembro da Casa de Berta, de Lourdinha, de Marlene, da Pensão de Normélia, de Hosana e de Maria de Janúncio.
Lembro dos Cinemas Metrópole, Astória, Felipéia, Brasil, do Café Alvear, da Casa dos Frios, do Ponto Chic, do Restaurante Lido, do Bar Kerubim, do Bar do Grego, do Bar Tabajaras, da Toca do Coelho, do Drive In.
Lembro do Clube Internacional em Cruz das Armas, das Voluntárias, do São Sebastião em Bayeux  e do goiamum do Boca.
 Lembro do bonde para o Centro e Tambaú, das Marinetes, da Cruzadanemas Metrópole, Astória, Felipéia, Brasil, do Café Alvear, da Casa dos Frios, do Ponto Chic ,do Restaurante Lido, do Kerubim Bar, do Bar Tabajara,do Bar do Grego , do Drive In, da Toca do Coelho, do bonde, da Cruzada de Frei Albino, do Palmeiras, do Corso na Lagoa, do ETLF do Major Ciraulo. Mas não lembro o que comi no almoço de ontem. Como é que pode. De Frei Albino, do campo do escorrego, do Palmeiras, do Estrela do Mar  e do bloco ETLF do Major Ciraulo, mas não lembro o que almocei ontem. Como é que pode?

quarta-feira, 19 de junho de 2013

O grito da República


Há 513 anos o gigante permanecia num sono letárgico, inerte, impassível e sem emoções, numa profunda prostração.

A insegurança, os desatinos, a corrupção, a improbidade, a falta de perspectiva para o futuro, enfim as mazelas administrativas concorreram para despertar o gigante adormecido em berço esplêndido que repente acorda indignado e bafeja sua inquietação em todos os quadrantes do seu território.

É o que estamos assistindo. Uma revolta popular como nunca houve em toda história da república. Um grito republicano audível em todo planeta.

O movimento das “diretas já” tinha um objetivo claro e definido. O povo espontaneamente alheio a qualquer facção partidária manifestou-se pela realização de eleições diretas para escolha de seus dirigentes políticos. Da mesma forma o movimento dos “caras pintadas” objetivava o impeachment do presidente Collor.

O movimento atual não tem uma bandeira de luta definida. É um protesto contra uma caixa de pandora. O povo cansou de ser ludibriado. Cansou pela falta de assistência à saúde, das dificuldades da mobilidade urbana, da ineficácia dos aparelhos de segurança, da mediocridade do nível de ensino das escolas públicas, da desonestidade e falta de espírito público dos dirigentes, dos desacertos da política econômica e da inversão de valores para estabelecimento das prioridades dos investimentos públicos.

E a agora grita a todos pulmões BASTA! A paciência chegou aos limites.

Ninguém pode mensurar as conseqüências e nem o final desta revolta é uma incógnita que se desvendará quando terminar. Quem viver verá.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Rousseff versus Thatcher

Margaret (Hilda) Thatcher foi primeira- ministra do Reino Unido no período de 1979 a 1990.

No início de sua gestão a Inglaterra amargava um dos piores momentos de sua história convivendo com uma inflação que alcançou o patamar de 18%, em 1980. Margaret adotou medidas drásticas para conter a alta inflacionária conseguindo reduzi-la para 8,6%, em 1982.

Sua estratégia na política  financeira reconduziu o país  para uma posição de destaque no cenário europeu. Para alcançar seus objetivos pagou caro a conta com altos índices de impopularidade. Desemprego e diminuição da produção industrial foram os principais problemas resultantes da nova política antiinflacionária.

Privatizou estatais de telecomunicações, petróleo, gás, portos, siderurgia, indústria aeroespacial, aviação e automóveis. Endureceu com os sindicatos. Foi duramente criticada, mas sua determinação e coragem que lhe valeu o epíteto de “Dama de Ferro” contribuíram para sua recondução ao cargo por três vezes.

Há quem vislumbre semelhança   entre a primeira ministra com a presidente Rousseff.

Refuto categoricamente a esdrúxula  comparação. Nem com o mais possante zoom identifico qualquer identidade entre ambas a não ser no temperamento. Aí sim. Pode até em algum momento aproximarem-se. Nas intenções e propósitos elas são antagônicas e diametralmente opostas. Thatcher expôs-se às críticas e ganhou impopularidade por suas convicções e desejo incontido de alcançar o bem da Inglaterra. Rousseff, entretanto preocupa-se tão somente com seus índices de aceitação popular visando a reeleição. Cada passo, cada gesto seu é cuidadosamente planejado para impressionar a platéia e capitalizar futuros votos.

“Não vamos parar de crescer”, enfatiza  sem importar as conseqüências de sua decisão.

Cerceia a ação dos responsáveis pela política financeira dando a mínima para os resultados.

Com o pensamento fixo em ser reconduzida ao cargo em 2014 ignora o comportamento do mercado talvez imaginando que seus poderes sejam uma varinha de condão capaz de afastar as adversidades com magia.

Enquanto isso o fantasma da inflação ameaça todos os dias a economia brasileira. So não vê o insensato e o egoista.

Só não vê o insensato e o egoísta.

terça-feira, 12 de março de 2013

O golpe do século


O GOLPE DO SÉCULO

 

Singapura, um dos quatro Tigres Asiáticos, caracteriza-se como o quarto principal centro financeiro do mundo e segundo maior mercado de jogos de cassino e o terceiro maior centro de refinação de petróleo do mundo.

De acordo com o Banco Mundial a cidade é o melhor lugar do mundo para se fazer negócios. Ou seja, um dos países mais ricos do planeta.

Ken Lim Poh um jovem e prestigiado executivo desse País arquitetou o que poderia ser o maior golpe financeiro de todos os tempos.

Segundo os planos do malaio com um pequeno  investimento de dois milhões de dólares  era possível  aquinhoar vinte e cinco bilhões de euros numa operação sem riscos que foi cognominada de Operação Lim Poh.

 O alvo do golpe era os bancos localizados nos paraísos fiscais ao redor do mundo como Bahamas, Ilhas Cayman, Ilhas Bermudas, Liechtenstein, Mônaco, Luxemburgo e Ilha da Madeira e Suíça.

Para tanto precisaria montar uma equipe de quarenta  especialistas em áreas diversificadas de atividade como informática, eletricidade, mecânica dos fluidos, química industrial, segurança eletrônica,  navegação marítima e aérea, poliglotas, pilotos de aeronaves e hackers.

Esta equipe seria treinada durante sessenta dias em local a ser determinado oportunamente.

Ken Lim contratou head hunters para recrutar os profissionais em todos os quadrantes do planeta de acordo com um perfil predeterminado.

Os recrutados deveriam ter boa aparência, formação universitária, trato agradável na convivência social. Deveriam também ostentar uma inteligência acima da média, raciocínio rápido, bom preparo físico e acima de tudo não podia ter escrúpulos.

Foram pré-selecionados mil indivíduos com estas características oriundos da Europa, Estados Unidos e América Latina. Desse grupo formou-se a equipe.

O grupo tinha estrutura organizacional muito simples. A Coordenação geral era exercida por Ken Lim Poh seguido por um encarregado de finanças e um outro encarregado de suprimentos.

Como parte do treinamento todos foram obrigados a ler o livro das Mil e uma noites narrando as aventuras de Ali Baba e os Quarentas Ladrões e a biografia de ladrões famosos ao longo da história como Al Capone (Alphonce Capone), Barrabás, Robin Hood, Butch Cassidy e Sundance Kid, Lampião, Madame Satã (o pernambucano João Francisco dos Santos) e Arsene Lupin o ladrão mais charmoso do mundo, uma forma didática de estabelecer o clima de transgressão.

O local do treinamento depois de demorada pesquisa foi o Brasil considerando ter este País uma história rica em ilícitos penais.

Para escolha da cidade percorreram a Serra da Borborema, o Recôncavo Baiano, o Pantanal Mato-grossense, decidindo-se após os pros e os contra pelo Planalto Central em Brasília, Capital Federal cenário propício para desenvolvimento da idéia.

Embarcaram num jato ERJ-145, da Embraer, com capacidade para 50 passageiros e em Brasília se hospedaram no Bay Park Hotel onde foram reservados 15 apartamentos para acomodar a equipe.

Coincidentemente no mesmo hotel estava acontecendo uma convenção de um grande partido político e aliados onde participavam Senadores, Deputados Federais, e Prefeitos Municipais.

Os convencionais foram acomodados na Torre A e a equipe da Operação Lim Poh na Torre B, do hotel.

A equipe da Operação Lim Poh fez o check in numa quinta feira às 17h30min. Alugaram cofres para guarda de valores já que todos os pagamentos eram efetuados em “cash”.

Fizeram um pequeno reconhecimento nas instalações, serviram-se de um jantar no próprio Hotel e se recolheram às 22h00min.

Dia seguinte iniciaram a montagem dos equipamentos de comunicação visual no auditório reservado para as reuniões e daí em diante estabeleceu-se uma rotina. Refeições no próprio hotel, reuniões e algumas horas de lazer.

Ao final da primeira semana de treinamento aconteceu um imprevisto inusitado.

O encarregado de finanças se deu conta que todo dinheiro do grupo havia sido furtado.

Estabeleceu-se o caos.

A polícia foi acionada e também autoridades diplomáticas e a Interpol.

As primeiras investigações concluíram e identificaram os responsáveis pelo desaparecimento de vultosa soma em dinheiro vivo.

Os autores do inesperado furto foram ninguém menos que alguns convencionais mancomunados com funcionários do hotel.

 

 

 

 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Primeiro adultério


Adão ultimamente andava meio entediado apesar do jardim do éden ostentar uma atmosfera agradabilíssima com dias ensolarados e noites estreladas, frias e prolongadas.

O desconfiômetro de Eva  aguçado pelo seu sexto sentido acusava que alguma coisa não andava bem.

Adão havia descoberto um novo vegetal que mudava seu humor e por alguma razão o chamou de Cannabis. Esta experiência lhe induziu a se interessar por outros tipos de erva e não fazia outra coisa durante o dia senão provar cada folha que encontrava.

Para tentar distraí-lo Eva e os filhos Caim, Abel e Sete organizaram um piquenique às margens do Rio Eufrates. Mal teve início o ágape um fenômeno curioso e deslumbrante aconteceu no céu. Um espetáculo indescritível formado por uma grande cortina estendida no horizonte formando arcos que mudavam  de cor e de forma constantemente e com um brilho âmbar. Tratava-se do que viria a ser a Aurora Boreal.

Enquanto Eva e os garotos se deleitavam com o espetáculo do firmamento Adão aproximou-se de um novo vegetal e mais que de repente começou a mascar suas folhas que estavam infestadas de claviceps purpurea o esporão do centeio que produz efeitos alucinógenos.

Após alguns minutos Adão começou a sentir uma reação estranha. Não conseguia se manter em pé, tudo em sua volta  se movia. Sentia tonturas e uma sensação de desmaio. Encostou-se a uma árvore.

Os familiares, absortos com o espetáculo celeste, continuavam ignorando os acontecimentos.

Logo a harmonia transformou-se em algo aterrador. Tudo continuava girando alucinadamente. As palmeiras dançavam com  movimentos semelhantes às bailarinas  havaianas dançando a Hula. As pedras assumiam formas grotescas e ameaçadoras se atraiam e se repulsavam  intermitentemente. Adão sentiu que um demônio habitava seu corpo dominando seus sentidos e sua alma.

Com esforço  levantou-se e gritou para se libertar daquele ente demoníaco mas logo voltou a cair impotente sobre a relva.

O demônio ria sarcasticamente realçando seu triunfo e zombando das fraquezas de Adão. O grito, entretanto chamou atenção de Eva que vendo o companheiro prostrado sobre o solo arrastou-o até o rio e o banhou.

Após o banho Adão sentiu que estava em outro mundo. Experimentava um novo estágio vendo cores e formas se formarem por traz de seus olhos fechados. Parecia um caleidoscópio fantástico com imagens exuberantes de círculos e espirais entrecruzando-se continuamente. Os ruídos das folhagens e outros sons produzidos por animais transformavam-se em sensações óticas. A cada som emitido acontecia uma imagem diferente. Tudo lhe parecia mais belo que antes.

Foi então que ao passar por uma gazela, de corpo esbelto, pernas longas e chifres espiralados, não se conteve e entregou-se num idílio amoroso com o animal culminando com um coito inesperado sob o olhar atônito de Eva.

Adão dormiu e acordou com a sensação de estar num mundo recém-criado.

Configurou-se assim o primeiro adultério da história da humanidade.

 

domingo, 10 de março de 2013

O samurai aloprado.


O Samurai aloprado.

O samurai Toko Nokuda carregava um complexo desconcertante por conta do tamanho de sua genitália. Suas reduzidas dimensões e por vezes seu comportamento sexual, quando solicitado, imprimiam-lhe desgostos e constrangimentos indescritíveis.

Era inconcebível para um guerreiro do Xogunato (governo militar nipônico) ostentar aquela anomalia.

Freqüentemente passava decepções ao tentar se relacionar sexualmente, pois o nanico insistia de falhar justo nessas horas.

Por conta desses episódios abomináveis Nokuda travou sério diálogos com seu minúsculo órgão.

- Você pra mim não passa de uma grande decepção.  Sua única serventia é para mijar. Será que você não se da conta de suas outras funções e de sua inutilidade. Confesso que muitas vezes me passou pela cabeça decepá-lo com a katana e me livrar de você de uma vez por todas de você. Vociferava Nokuda observando o falo por trás do Yoroi.

O coitado do pênis vivia sobressaltado e humilhado.  Até que um dia resolveu reagir ao pejorativo e insultuoso tratamento que lhe era reservado por seu dono.

Numa manhã de inverno para surpresa de Nokuda o falo intumesceu-se  e assim permaneceu toda manhã numa ereção incomum. Nokuda apreensivo apelou para vários artifícios na tentava de que o órgão retomasse a flacidez. Pensou em suas batalhas e imaginou cenas sangrentas, cabeças decepadas, homens mutilados e nada. O “preguinho” continuava ali firme e duro como uma pedra. Tentou outros métodos. Aplicou um peteleco na glande que surtiu um efeito contrário. O membro irritado com a pancada avermelhou-se e aumentou ainda mais o volume e a rigidez. Foi então que lhe ocorreu uma idéia muito simples, porque não procurar uma relação com um garoto. Muitos samurais curtiam um garotinho, pois acreditavam que as mulheres lhes tirava a energia e o sexo entre Kohai (veterano) senpai (calouro) não era considerado homossexualismo enquanto com os velhos sim.

Surgiu uma dúvida atroz. Será que este comportamento contrariava o Bushidô. (Código de honra dos samurais).

Violar o Bushidô era o caminho mais rápido para o seppuku (harakiri).

Nokuda depois de muita hesitação convenceu-se que não e procurou um garoto da aldeia.

O garoto impressionou-se com a tensão do pinto vermelho de Nokuda.

Nokuda dispensou as preliminares e ansioso partiu para os finalmentes.

Na hora aprazada aconteceu um desastre. Quem se mantivera rígido e potente durante toda manhã e tarde repentinamente vergou. Dobrou-se sem forças frouxo e brando feito uma piabinha no lago Biwa.

Nokuda sentiu o mundo desabar. Teve uma crise nervosa e ficou em estado catatônico durante horas. Não acreditava no acontecido. Ao recobrar os sentidos voltando à normalidade não pensou duas vezes. Olhando firmemente para seu impulsivo membro desfechou-lhe um único golpe decepando-o pela raiz para e em seguida  sentado no piso ensangüentado praticou o seppuku a única saída honrosa para o guerreiro vencido.

segunda-feira, 4 de março de 2013

CELIBATO SACERDOTAL


A renúncia de Bento XVI nos remete a várias reflexões de cunho religioso que são verdadeiros tabus.

Questões como celibato, sexo antes do casamento, uso de preservativos, são problemas encarados de forma diversa pelos sacerdotes conservadores e os ditos liberais.

Os conservadores rejeitam a idéia de mudança. Acredito que nenhum religioso deseja que alguém seja infectado pelo vírus HIV. Mas a Igreja Católica insiste veementemente contra o uso de preservativos nas relações sexuais.

A história de padres que pulavam a cerca não é novidade na comunidade sacerdotal.  Tive amigos padres que mantinham vida sexual ativa com casos amorosos quase de domínio público que a sociedade sabia e fazia vista grossa.

No Rio Grande do Norte havia um monsenhor que era sabidamente um verdadeiro D. Juan de batina.

O celibato sacerdotal foi instituído no primeiro Concílio de Nicéia (hoje Iznik, na Turquia), em 325 três séculos após a existência do cristianismo, portanto foi uma invenção de um pensamento ocasional e não uma cláusula pétrea do cristianismo.

Particularmente sou contra o celibato sacerdotal. Ninguém deve fazer votos de abstinência sexual se bem que o celibato não significa necessariamente esta abstinência muito embora tenha acolhido este conceito na atualidade. Mas, ao assumir o compromisso o sacerdote tem que cumpri-lo. A transgressão transforma o religioso num hipócrita e a hipocrisia corrói  a credibilidade da relação com os fiéis.

Os padres devem casar, o celibato deve ser uma opção. Flexibilize-se o celibato e teremos menos casos de crimes sexuais praticados por religiosos.

Os pastores protestantes têm filhos e não sofrem nenhum problema com isso.

Diante das denúncias de prática de pedofilia Bento XVI limitou-se apenas a pedir desculpas sem adotar nenhuma providência concreta. A Igreja deve ser mais rígida com os crimes sexuais.

Aliás, com a renúncia Bento XVI dá uma reviravolta na sua biografia e deixa de ser lembrado com um papado mal sucedido na administração dos escândalos de pedofilia, um papa cuja administração abrigou o escândalo de vazamento de documentos oficiais, o Vatileaks , um papado onde se propalou denuncias de lavagem de dinheiro em contratos do Banco do Vaticano e passará a ser lembrado daqui a alguns anos como o Papa que renunciou.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Alice - 1º Aniversário


Exatamente às 17h30min do dia 17 de Fevereiro de 2013 nasceu na maternidade do Hospital da Unimed minha segunda neta que tomou o nome de Alice.

Alice chegou deslumbrantemente linda e exuberante como Luisa a primeira.

Nasceu com 49,5 cm e pesando 3,155kg.

Logo cedo deu provas que tem muita vontade e determinação quando aos berros reclamou da temperatura do berçário com saudades da barriga da mamãe como a dizer “ali se vive bem” (desculpem o trocadilho).

Neste primeiro ano demonstrou ter uma personalidade  superlativamente comunicativa e uma empatia inigualável com todos que a procuram.

Hoje completa, portanto seu primeiro aninho de existência.

Te amo Alice, tanto quanto à Luisa sem tirar nem por.

Feliz aniversário  minha querida.

O mundo de minha neta Alice é um pouco diferente do mundo encantado criado por Lewis Correl pseudônimo de  Charles Lutwidge Dodgson romancista e poeta britânico.

Aquele recheado  de personagens antropomórficas da toca do Coelho, a Lagoa de Lágrimas, os Conselhos da Lagarta, Porco e Pimenta, Chá de loucos, Campo de Croqué da Rainha de Copas, Tartaruga Falsa, a Quadrilha da lagosta e este nodoado pelas guerras, pela fome, uma sociedade desnorteada e insegura navegando num  oceano de religiões, como o Hinduísmo com seus 32 milhões de deuses, com nações sob o  jugo de caudilhos, com um Papa renunciante, enfim um buraco negro. Mas com certeza um fio de esperança reservará para minha neta uma sociedade livre e feliz.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Idílio psicótico


O idílio psicótico entre uma lâmina de barbear e uma verruga facial resulta na moral de que o prazer é efêmero e tem um custo.
Sempre que a verruga sentia a aproximação da lâmina de barbear ficava sob uma enorme tensão que lhe causava tonturas e ânsias de vômito e uma sensação mórbida de horror. Um frenesi.

A lâmina pressentindo o temor da pequena protuberância procurava tranqüilizá-la.

 – Ei verruga, não tenha medo. Não vou lhe machucar. Tenho enorme admiração e curto um montão esta tua aparência de solo lunar e formas sensuais que me incitam a libido.
A verruga ouvia o galanteio da lâmina guardando desconfiança. Não acreditava nem um pouco no que estava ouvindo.

-  Deixa-me te massa gear, propôs a lâmina procurando imprimir o máximo de sinceridade em suas palavras. Garanto que não te arrependerás.
A verruga criou alma nova e resolveu aceitar o assédio da lâmina.

A lâmina se aproximou e iniciou uns movimentos de vai e vem ora no sentido ascendente escalando suas encostas ora descendo suavemente.
 A verruga começou a ficar excitada e pensou numa frase de um almanaque; “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências”.

A lâmina continuou suavemente os movimentos de vai e vem e justo quando a verruga estava alcançando o orgasmo de tanto prazer  vapt – vupt cortou-a pela base num gesto abrupto.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Poema para minha Mãe.


Shalom Aleikhem Gardel “EL Morocho del Abastos” que cantou os segredos da alma e do coração, Shalom Aleikhem Raul Seixas “metamorfose ambulante”, o maluco beleza de maior lucidez do século, Shalom Aleikhem Jorge Amado Cavaleiro da Esperança, Shalom Aleikhem Vinícius poeta maior e tradutor dos sentimentos, Shalom Aleikhem Pixinguinha que transformava fusas e semifusas em adornos sentimentais, Shalom Aleikhem Pe. Zé que abraçou a defesa dos carentes e desvalidos, Shalom Aleikhem Sebastião Matias que transformava um tosco pedaço de madeira em poesia, Shalom Aleikhem Dolores Duran que cantou o amor em vários idiomas, Shalom Aleikhem Pe. Chico Pereira que escrevia em três dimensões, Shalom Aleikhem Sevi Falcão um virtuoso tangedor de cordas, Shalom Aleikhem Eduardinho (Magalhães) cidadão do mundo, Shalom Aleikhem D. Liquinha que amava os filhos que amava as plantas, que amava os animais, que amava tudo...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A renúncia de Bento XVI


O mundo inteiro está perplexo com a renúncia do Papa Bento XVI previamente anunciada para o dia 28 de Fevereiro próximo.

As especulações sobre os motivos do inesperado gesto papal são as mais diversificadas.

A Igreja católica defendendo seus tabus tem amargado um distanciamento e indiferença de muitos católicos ao redor do mundo.

Tomando-se como exemplo o Brasil por ser um dos países de maior densidade católica do mundo 96% dos jovens brasileiros católicos são favoráveis ao uso da camisinha para evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.

 Esta e outras constatações como sexo antes do casamento, o aborto são temas polêmicos que precisam ser enfrentados pelo catolicismo para continuar exercendo seu papel aglutinador e sob pena de perder espaço para outras doutrinas.

O enfrentamento dessas questões em Roma requer a liderança de um Sumo Pontífice liberal com ideal heterodoxo.

O cientista da religião Jung Mo Sung, da Universidade Metodista do Estado de São Paulo (Umesp) afirma que  “Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior sem atuação coerente e consistente”.

Além da queda vertiginosa de seus adeptos a Igreja Católica tem experimentado  um processo de desvirtuamento de seus ofícios.

A comunidade cristã tem procurado a Igreja como se fosse um supermercado.

Elaboram verdadeiros shows artísticos nos casamentos e batisados, como se fosse uma produção hollywoodiana sobrepujando os princípios fundamentais do catolicismo.

“Vivemos uma igreja fast-food.”

Em sendo Papa Bento XVI notadamente conservador deve vir sofrendo um assédio espetacular dos cardeais que desejam estas mudanças.

Acredito ser esta uma das principais razões de sua renúncia.

 Pela primeira vez ouvivremos falar de um ex-Papa.

Em março deveremos ter dois papas, um com poder e outro sem.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Segurança do Trabalho


 

 

A Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas adotadas para minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, proteger a integridade e a capacidade de trabalho dos obreiros e eventualmente quem visita o canteiro de obras.

Lamentavelmente este é um assunto tratado na indústria da Construção Civil com indiferença e vezes com negligência.

As  empresas quando muito contratam técnicos de segurança e adquirem alguns equipamentos de proteção individual e com isso julgam que estão cuidando da segurança.

Alguns usam de má fé como é o caso que surpreendi numa edificação próxima a minha residência onde se colocavam patamares de proteção apenas na fachada principal do prédio para ludibriar a fiscalização como se todas as fachadas estivessem protegidas.

Erroneamente alguns construtores reservam pouca ou nenhuma atenção a um assunto tão importante.

Alguns sob alegação que em sua empresa nunca houve acidentes concluem erroneamente que não devem investir nesse mister. Ignoram que nunca se sabe a hora que um acidente pode acontecer.

Uma equipe de segurança do Trabalho (SESMT – serviço especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) é formada por Técnico de Segurança, Engenheiro de Segurança, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Em cada obra deve ter a CIPA – Comissão interna de Prevenção de acidentes).

Falando em Segurança do Trabalho não basta a existência desses entes é preciso que todos os membros da empresa estejam envolvidos desse propósito. Somente assim se constituirá uma empresa socialmente correta eficiente, segura, organizada e mais produtiva.