terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O BESSA & AEROCLUBE

A questão de localização do Aeroclube é um assunto na berlinda em todas as rodas de bate-papo da cidade.E pelo que pude observar até agora existe quase que uma unanimidade nas opiniões apoiando sua mudança para outro local. Ao que parece as únicas opiniões favoráveis a sua permanência são de parte dos associados pois mesmo dentro daquela corpoeração ha pessoas que concordam com sua mudança.Sobre este assunto foi publicado na edição de hoje (terça-feira 21) do Correio da Paraíba um  artigo de minha responsabilidade que transcrevo neste blog a seguir:

O solo urbano


A decisão da Prefeitura Municipal em transferir o atual aeroclube da Paraíba destinando a área para outras funções de interesse coletivo tem o amparo da lei e cumpre justamente os princípios constitucionais.

A cada ano a cidade cresce em todas suas dimensões. A cidade “incha”.

Cresce a população, o volume de tráfego, a necessidade de mais habitações, cresce a demanda por mais infra-estrutura, só não cresce sua extensão territorial.

O Bessa, um dos mais populosos bairros da capital abriga o aeroclube que ocupa considerável área de seu território, mais de 30 hectares. Este equipamento além de obstacular o aperfeiçoamento de seus sistemas (viário, esgotamento sanitário, moradias), alberga uma atividade que põe em risco permanente tanto os aficionados da aviação como os moradores, devido a proximidade das habitações com as aeronaves em suas operações de pouso e decolagem.

O aeroclube sem dúvidas é um equipamento que presta um serviço relevante se bem que a uma parte restrita da população. Não se questiona absolutamente sua existência muito menos o direito de seus associados à prática de atividades aeronáuticas quer com fins esportivos, de lazer ou comerciais, mas sua atual localização, O que se discute é sua a localização numa região altamente adensada impedindo a ação do poder público para a melhoria da qualidade de vidas de seus cidadãos.

Muito pertinente e oportuna a providência do Prefeito Luciano Agra considerando aquela gleba de utilidade pública. Certamente deverá enfrentar sérias resistências de pessoas ou entidades refratárias às mudanças e descompromissadas com o bem estar público, mas sem dúvidas contará com um importante e poderoso aliado caracterizado pelo apoio popular.

A partir de janeiro de 2011 deverá recrudescer o alinhamento político-administrativo entre a Prefeitura da Capital e o Governo do Estado. Esta condição permitirá e facilitará, por exemplo, uma parceria onde o Estado poderia oferecer parte de seu estoque de área públicas localizadas em Mangabeira para implantação de um novo aeródromo inserido no complexo turístico do Cabo Branco. Fica a sugestão.

sábado, 20 de novembro de 2010

Graciliano

"Comovo-me em excesso, por natureza e por ofício. Acho medonho alguém viver sem paixões."



Graciliano Ramos

Graciliano Ramos
No dia 27 de outubro de 1892 nasceu em Quebrângulo, nas Alagoas, Graciliano Ramos de Oliveira, o primogênito do casal Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos, que teve dezesseis filhos.

Graciliano ainda infante deu sinal de seu talento para as lides literárias. Assim, aos 12 anos de idade, fundou o Dilúculo (alvorada) um jornal de criança, do qual foi Diretor.

Aos 16 anos publicou seus primeiros sonetos sob pseudônimo de Almeida Cunha.

Casou em primeiras núpcias com Maria Augusta Barros com quem teve quatro filhos. Enviuvou e em 1928 casou novamente com Heloisa Medeiros.

Em 1927 foi eleito Prefeito de Palmeira dos Índios.

Foi preso, sem processo, em Maceió, pelo governo Vargas. Em 1945 filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro. Faleceu em 1953, no dia 20 de março, numa casa de saúde em Botafogo, vítima de um câncer no pulmão. Foi enterrado no dia 21 no cemitério São João Batista.

Expoente da literatura brasileira e um dos e seus maiores romancistas, Graciliano escreve dizendo o máximo com o mínimo de recursos. Impressionante seu poder de síntese. Um escritor eminentemente substantivo, conciso. Usa o mínimo de palavras e as mais simples e mesmo coloquiais, para alcançar um fim mais rico.

No dizer de Tristão de Athayde Graciliano “foi um apaixonado subversivo, contra as injustiças sociais e contra toda sorte de alienações no plano político e econômico”.

Em nossa heróica Paraíba temos visto, neste período de transição, o desencontro entre os governadores que sai e o que entra.

Não há como se estabelecer uma convivência pacífica e proativa entre os dois.

Gladiaram-se durante a campanha e continuam se ofendendo mutuamente agora no processo de transição que se desenrola no mesmo clima beligerante como se observa nos jornais, nas rádios, na TV e nos portais da web.

Que falta nos faz o “Mestre Graça” para inspirar esses contendores com sua verve prodigiosa como o que se destaca de um dos seus relatórios enviados ao Governador do Estado, Álvaro Paes.

...“Dos funcionários que encontrei em janeiro do ano passado restam poucos: saíram os que faziam política e os que não faziam coisa nenhuma. Os atuais não se metem onde não são necessários, cumprem as suas obrigações e, sobretudo, não se enganam em contas. Devo muito a eles.”

...“Não sei se a administração do Município é boa ou ruim. Talvez pudesse ser pior.”

... “ 724$000 foram-se para uniformizar as medidas pertencentes ao Município. Os litros aqui tinham mil e quatrocentas gramas. Em algumas aldeias subiam, em outras desciam. Os negociantes de cal usavam caixões de querosene e caixões de sabão, a que arrancavam tábuas, para enganar o comprador. Fui descaradamente roubado em compras de cal para os trabalhos públicos.”

...“as despesas com a cobrança dos impostos montaram a 5:602$244. Foram altas porque os devedores são cabeçudos.”

São coisas ditas realçando o que é substantivo sem rebuscamento, mas sem perder o brilho, como ele mesmo dizia: “(A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer”.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O saber.

O saber nunca é demais mesmo considerando aquilo que se costuma chamar de cultura inútil.

Julgo que nenhuma cultura jamais será inútil. E se por acaso o for ensejará menor prejuízo do que o vazio do não saber.

A filosofia é uma reflexão sobre coisa vivida.

O espírito que constrói os sistemas filosóficos nos cérebros dos filósofos é o mesmo que constrói os caminhos-de-ferro com as mãos dos trabalhadores. A filosofia não é exterior ao mundo. (K. Marx, Artigo de fundo no nº 79 da Gazeta da Colônia.

Ensaio uma peregrinação sobre etimologia e origem das coisas.

Vou garimpando no que se dispõe nos livros, revistas e na web.

Busco em Platão a origem dos sexos. Na busca encontro três personagens míticas Andros, Gynos e Androgynos.

Andros é uma entidade masculina com oito membros e duas cabeças, Gynos uma criatura feminina com duas cabeças e Androgynos uma criatura proto-humana metade masculina e metade feminina.

Conta-se que os deuses insatisfeitos resolveram separar essas criaturas para reduzir seus poderes.

Seccionados, Andros deu origem a dois homens que apesar de ter em seus corpos separados, tinham as almas ligadas, por isso um era atraído pelo outro. O mesmo ocorreu com os outros dois.

Andros originou os homossexuais, Gynos as lésbicas e Androgynos os heterossexuais.

Qualquer que seja sua preferência agora você sabe como se originou.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Carol

Parece que foi ontem o advento daquela criança maravilhosamente linda filha do meu irmão Cláudio.

Sangue do meu sangue Carol chegou como num conto de fadas, um raio de luz irradiando um sentimento misto de encantamento e alegria. Cresceu sempre linda, bonita mesmo, por dentro e por fora.

Passam-se os anos e para minha grata surpresa a reencontro agora através de uma mensagem que me foi enviada por minha irmã Nora, sua tia.

Carol agora é adulta, é mãe e além de mãe dedicada é escritora. Não sabia eu que por trás daquela tímida e outrora frágil criancinha escondia-se um ser humano de invejável talento.

Carol estava ali, a convivência diuturna e a aproximação do parentesco lhe embotava o brilho e impedia que divisássemos a nela uma pérola, um diamante raro que agora brilha intensamente.

Escreve como gente grande textos precisos, escorreitos, de superior qualidade filosófica perscrutando os mistérios da alma e do coração.

Lí com redobrada atenção alguns de seus textos postados no seu Blog Jornada da Alma, sobre a psique e as energias humanas, o inconsciente coletivo, a libido e seus simbolismos, sobre a teoria platônica da criação dos sexos. De fato são exegeses, dissertações esmeradas com muita propriedade sobre a essência cósmica. Quem desejar constatar é só acessar www.teoriadetudo.wordpress.com

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

USE DAY

Recordo ainda infante das marotices, porque não dizer, sacanagem, atribuídas a um velho garçom – COBRINHA, que durante muitos anos enriqueceu o anedotário gastronômico da sociedade paraibana. O jornalista Wills Leal em seus “Fragmentos Etílicos e Gastronômicos” relata façanhas espirituosas, gafes e brincadeiras protagonizadas por COBRINHA.

Nas contas de Cobrinha 2 + 2 poderia assumir qualquer valor, nunca 4.

Certa vez na descriminação de uma conta inseriu um produto SECOLA e taxou: tantos cruzeiros.

Questionado pelo cliente desculpou-se e arrematou: Não colou.

Atualmente as coisas se sofisticaram, se modernizaram.

Domingo último acompanhei o amigo Aníbal numa visita à sua filha Mariana, o genro Rodrigo e suas netas que se hospedaram na pousada Aruanã, no litoral sul.

Pedimos a conta e para nossa surpresa cobrava-se R$80,00 com uma taxa denominada Day Use.

Acrescente-se que em nenhum momento fomos certificados de que essa taxa seria cobrada.

Peremptoriamente recusamos e nos opusemos ao pagamento da mesma.

Na realidade trata-se de uma invenção marota dos hoteleiros para incrementar suas receitas, mormente nos períodos de baixa estação, entretanto, há que se considerar duas situações distintas.

Uma coisa é chegar à pousada Aruanã, usar suas dependências e seus equipamentos durante o dia, outra coisa é chegar à pousada Aruanã para uma visita rápida a um dos seus hospedes.

O primeiro caso é compreensível desde que o usuário seja previamente cientificado de sua prática, no segundo caso me parece mais uma sacanagem, um bote do Cobrinha.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cantadores de Viola

Sempre admirei os trovadores populares e os entendo como instrumentos da história captando seus elementos.

Alguns na rudeza de sua escolaridade ultrapassam os limites acadêmicos e dominam os espaços e as ciências num saber cosmopolita e universal.

Com disse José Américo: “o trovador tem uma boca que não se cerra, na sua apresentação para não ser derrotado”.

Alguns se tornaram lendários como é o caso Ugulino do Sabugy primeiro poeta popular, Inácio da Catingueira, Cego Aderaldo, Zé Catôta, Jó Patriota, Cancão, Severino Pinto o maior de todos os poetas e os célebres irmãos Batista que pontificaram obras primas ao longo de sua trajetória artística.

Certa vez em Pombal, em companhia do Dr. Carneiro Arnaud, assistimos a uma festa maravilhosa onde se apresentou uma legião privilegiada desses poetas do repente.

Ali estavam João Furiba, Ivanildo Vila Nova, Oliveira de Panelas, Francisco Linhares e outros tantos que nos deleitaram com sua poesia espontânea, pura e cristalina. Era uma espécie de competição.

O que mais me chama atenção foi a presença de espírito dos poetas e a facilidade como captavam os elementos dos cenários vivenciados criando e descrevendo, de improviso, uma crônica poética do momento vivido.

A poesia popular é muito rica e encerra trinta e seis modalidades de gêneros que vão da Sextilha às Quadras, Quadrões, Martelos e Moirões, Galope a beira mar, Toadas e Gemedeira.

Destaco neste artigo o Martelo no gênero “que é que é que me falta fazer mais”.

Mês passado estive em Limoeiro do Norte onde conheci o Professor José Maria Guerreiro, membro da Academia Limoeirense de Letras, que me contou uma pérola sobre esta modalidade.

Uma determinada ocasião, em um dos canais da televisão cearense, os poetas Ivanildo Vila Nova e Oliveira Francisco de Panelas cantavam esse gênero e Oliveira improvisou esta estrofe:

Certo dia eu estando em Hollywood

E visitando Mallboro e Arizona,

Lá eu tive um encontro com Madonna

E fomos tomar banho de açude,

É que a bicha mostrou muita saúde

E eu também demonstrei ter muito gás,

E no uso das práticas sexuais

Eu fiz tudo com ela ao modo inglês

E depois perguntei em português

O que é que lhe falta fazer mais.

É uma estrofe gaiata, mas reproduz a verve e a sagacidade do cancioneiro de viola para o deleite de quem as ouve.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ANÁLISE SINTÁTICA

Em outras oportunidades me ocupei das ciladas deste idioma de Camões e de Garret.

O vernáculo de está cheio de armadilhas que aqui e acolá põem em cheque os mais experientes leitores.

Quem já não se viu na encruzilhada ao escrever uma correspondência, uma carta, um artigo, um telegrama, enfim qualquer texto.

Você começa todo animado e de repente esbarra na dúvida: é com dois esses ou com cedilha, é com esse ou com zê, é pegado ou separado, o balaio das dúvidas é grande e repleto.

Nesse mister recebo do amigo Arael Costa uma mensagem que é uma análise sintática uma pérola de ensinamento com uma didática impressionante.

Observem as nuances lingüísticas das sentenças seguintes e como a expressão “filho da puta” assume designação diversa de acordo com sua colocação.

Filho da puta é adjunto adnominal (ou paronomástico), se for "Conheci um juiz filho da puta".

Se for "O juiz é um filho da puta", daí é predicativo.



Agora, se for "Esse filho da puta é um juiz", daí é sujeito.



Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do juiz e diz: "Agora nega a liminar, filho da puta!" - daí é vocativo.



Finalmente, se for: "O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, aquele filho da puta, desviou o dinheiro da obra pública tal" - daí é aposto.



Que língua a nossa, não? Filho da puta pode ser tantas coisas...

FANTÁSTICO, HEIN...?!

Vai ver que é por isso que existe tanto juiz filho da puta!

domingo, 7 de novembro de 2010

Nordestino, antes de tudo um forte.

Leio com certa indignação preconceituosos comentários assacados contra os nordestinos divulgados na Internet por pessoas mesquinhas e obtusas.

Sobre o assunto ganhou destaque as declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, que postou no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”

Mayara não foi a única destrambelhada que pariu tantas abominações sobre nossa gente tão honrada. O amigo Roberto Wagner, executivo de proa do BB, me enviou lá da Bahia uma mensagem com mais de uma centena de impropérios cabeludos com manifestações impublicáveis sobre o mesmo assunto.

São mensagens pífias e preconceituosas não merecendo, portanto a menor consideração, entretanto ocupo-me em comentá-las neste Blog tomando carona e entusiasmado pelo texto enviado pela amiga Dineusa, de autoria do Sr. José Barbosa Júnior, que com refinada ironia responde os achincalhes assacados contra os nordestinos.

O xis do problema origina-se no resultado eleitoral dando maioria na região nordeste à então candidata Dilma Roussef.

Concordo plenamente que os efeitos maléficos do famigerado Bolsa Família teve maior influência na região nordestina.

É verdade que ainda padecemos de políticas e políticos clientelistas. Aqui os direitos de cidadania ainda são pouco assimilados pela grande maioria. Na verdade somos uma gente injustiçada, isso sim. Mas uma gente ordeira, solidária, trabalhadora, mas carente da atenção dos poderes constituídos.

Aqui paramos nas ruas para socorrer um acidentado. Aqui olhamos para o próximo como um irmão e não como uma estatística. Aqui ainda podemos pisar na grama e namorar.

Que dizer dos arrastões em Copacabana, dos assaltos e balas perdidas em São Paulo, Curitiba, em Floripa e outras Capitais?



Mesmo admitindo que essas pessoas devessem ser punidas exemplarmente com uma sanção de caráter civil, pela agressão praticada contra uma gente ordeira e hospitaleira, qualquer das hipóteses que as motivaram a tamanha estupidez, nos induz a um sentimento de pena e compaixão.

É a liberdade de pensamento que defendo veementemente. A liberdade consentida é a negação dos direitos do homem. A liberdade tem que ser plena e incondicional, mesmo expressando idéias abomináveis, como é o caso.

Por isso, mesmo constrangido, as perdôo.

Todavia saibam esses energúmenos que a gente nordestina que construiu São Paulo são pessoas simples e personalidades que abrigam vultos como Gilberto Freire, Manuel Bandeira, José de Alencar, José Américo de Almeida, Ariano Suassuna, Pedro Américo, Augusto dos Anjos, Jorge Amado, Epitácio Pessoa, Graciliano Ramos, Celso Furtado, Severino Araújo, Sivuca, Jose Ramalho, Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Chico Anízio.

Um universo de personalidades que contribuíram nas artes, na literatura, na política, para o engrandecimento deste País.

O fato é que estamos todos no mesmo barco furado, mas que continua ainda navegando graças à raça e ao destemor dos nordestinos.

O preconceito não constrói nem contribui para nada. Lamento profundamente pela miopia dessas pessoas.

Você tem toda razão Euclides: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Saudações do “cabra da peste” Maurício Montenegro

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Porto de Cabedelo

Meu primeiro emprego

 foi no Porto de Cabedelo nomeado em 1960 pelo Governador Pedro Moreno Gondim.



Ali exerci várias funções até meu desligamento após seis anos de serviço quando me graduei em Engenharia Civil.

Passados quarenta anos, num salto olímpico no tempo,reato minhas ligações com o Porto na qualidade de membro do CAP -Conselho de Autoridade Portuária, indicado pelo Governador Cássio Cunha Lima e designado pelo Ministro dos Transportes. (atualmente essa designação é feita pela Secretaria Especial de Portos).

O CAP é um órgão deliberativo, consultivo e normativo constituído por entidades diretamente envolvidas na atividade portuária.

De atuação funcional colegiada, é composto por membros representantes dos poderes públicos Federal, Estadual e Municipal, operadores e trabalhadores portuários.

Permaneci nesse Conselho por quatro anos..

Como se vê minha intimidade com o Porto é bastante estreita.

Pois bem, desde os primórdios de minhas ligações com esse ancoradouro vem à baila um problema crônico que impede seu desenvolvimento.

A questão do calado que atualmente é de 9,14m, na maré alta.

Por batimetria constatou-se a existência de uma formação rochosa no canal de acesso cuja extração emperrou-se num ciclo vicioso.

A legislação ambiental não permite sua extração com utilização de explosivos.

A extração tem que ser executada com o auxílio de equipamentos especiais (dragas tipo clamshell) e esses equipamentos não têm acesso ao local devido a baixa profundidade que não permite a navegabilidade das balsas para seu transporte. Formou-se um ciclo vicioso.

Por suas condições oceanográficas o Porto de Cabedelo jamais poderá competir com outros congêneres como Suape, em Pernambuco e Pecém, no Ceará.

Os navios de carga (e passageiros) continuamente crescem sua capacidade de transporte exigindo maiores profundidades dos canais de acesso e de manobra dos ancoradouros.

Breve navios com capacidade de transporte inferiores a 100 mil toneladas de carga serão peças de museu.

Portanto o Porto de Cabedelo está fadado a caminhar para o futuro carregando sua própria vocação de ser um porto de cabotagem ou um porto pesqueiro.

Insistir em outra solução é perda de tempo e de dinheiro.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

A privatização

Nos debates políticos apregoa-se desmesuradamente pesadas críticas à privatização de empresas estatais pelos governos estadual e federal.


A privatização fez parte da agenda nacional em vários governos inclusive no do Presidente Lula.

O principal objetivo era evitar que o governo ampliasse ainda mais sua presença no setor produtivo, e não o de gerar receitas para o Tesouro.

O erário ressentia-se de recursos financeiros para atender aos investimentos necessários para assegurar o crescimento do País.

Num cenário globalizado emergiu uma onda privatizante que não foi um fenômeno meramente regional. Foi uma avalanche continental, sem fronteiras, cujos efeitos se propagaram desde os países do primeiro mundo.

A questão da privatização muito embora ainda hoje com restrições de alguns setores é um assunto absolutamente exitoso. Os atuais modelos de gestão pública que conferem ao Estado apenas o papel de gerenciar as atividades básicas e de segurança pública são de certa forma questionados por certos segmentos da sociedade, mas a cada dia fortalecido pelos resultados oferecidos principalmente quanto à qualidade dos serviços prestados pelas empresas. Note-se, por exemplo, o caso da teles e das empresas de energia elétrica.

O questionamento pura e simplesmente dessa política de transferência patrimonial de empresas do Estado para o setor privado é no mínimo uma visão simplista e equivocada de quem desconhece as engrenagens da macroeconomia.

Lembro-me bem, não faz muito tempo, as linhas telefônicas eram objeto de investimento. As pessoas adquiriam linhas de telefone fixo para especulação. O telefone celular, nem falar, era um serviço restrito a alguns iluminados.

Os grandes investimentos no setor necessários para estimular e promover as mudanças permitindo o acesso das massas à comunicação só foi possível com a participação do capital privado.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Limoeiro do Norte

Quebrando a rotina, neste último final de semana, realizei duas viagens que me provocaram incontidos prazeres. Uma pela estrada e outra pelo tempo.

Pela estrada, às sete da manhã de sexta feira dia 22 rumei para Limoeiro do Norte-CE, onde pude reencontrar-me com o lado Osterne dos Carneiros principalmente dos meus amigos Joaquim, Tarcízio, Daniel, Maria Júlia e Maninha.

Alcançando Limoeiro a atmosfera remeteu-me à década de 50, lá entre os anos de 1957 ou 58, quando os acompanhei, de férias àquela cidade situada na beira do Rio das Onças (“Jaguaribe”em Tupi).

Como num passe de mágica me vieram à lembrança flashes e flagrantes dos namoricos de infância, das peladas no Colégio Diocesano, das tocatas de Edmir e da austeridade de D. Aureliano Matos.

À noite do mesmo dia, abraçado pelo Aracati, encontrei os Osternes, José Eugênio, Ernani e sua Cleomilde,  e as meninas Yeda, Nadir, Marlene (e o esposo Marcelo) e Glaucia. Gente iluminada, pessoas bem humoradas e de convivência cativante.

Formamos um grande grupo, os Carneiros, Eu, minha mulher Merinha, Volma, esposa de Tarcízio, Dineuza esposa de Daniel e minha comadre Cidinha, viúva de Hortêncio (Beba).

O móvel da viagem foi participar da solenidade de aniversário de dez anos da Academia Limoeirense de Letras, um templo de cultura do qual participam os irmãos Joaquim e Daniel.

O sarau foi bastante concorrido, com presença maciça de familiares e de homenageados ilustres, uma festa de rara beleza sob a batuta do presidente da Academia o talentoso poeta cearense Francisco Irajá Pinheiro.

Na solenidade meu amigo Joaquim, com sua verve de historiador e de pesquisador incansável proferiu um excelente discursos focando a trajetória de vida de seu avô José Osterne Ferreira Maia personagem ilustre da história de Limoeiro e autor de importantes e pioneiras iniciativas que concorreram para o desenvolvimento da urbe e da região jaguaribana.

Limoeiro não é mais imberbe, agora entaludou-se, tem “barba e bigode”. Cidade planejada, ruas cartesianamente traçadas e com mais de 80% de cobertura de esgotamento sanitário (índice elevado para os padrões das cidades brasileiras), duas universidades, uma TV (TV Jaguar), um jornal (Folha do Vale), quatro rádios, 6 Bancos e sedia a 4ª Diocese do Ceará.

No sábado desfrutamos de um almoço inolvidável tanto do ponto de vista culinário quando degustamos uma excelente Tilápia frita e crocante acompanhada de rubacão quanto ao deslumbramento da paisagem local, a Barragem das Pedrinhas. Uma barragem vertedouro construída no rio Jaguaribe e adornada por uma vegetação deslumbrante que completa um cenário cinematográfico.

No domingo não ficou por menos uma degustamos uma saborosissima galinha preparada ao molho de cabidela pelo Sr. Raimundinho, proprietário do restaurante Galinha da Lua Cheia, situado na Várzea do Cobre, na periferia da cidade.

Momentos felizes, prazeres indeléveis.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nonô

12 de Setembro de 1902. Num sobrado da rua Direita, em frente à Catedral, em Diamantina nasce Juscelino Kubitschek de Oliveira. Filho de João Cezar de Oliveira e Julia Kubitschek.

Nonô, como era chamado na intimidade, foi prefeito, governador e o presidente do Brasil que tirou o País de uma letargia histórica. O mais cosmopolita e jovial dos presidentes desta Nação.

O Brasil é um antes de outro depois de Juscelino.

O mais republicando dos presidentes JK governou com o olhar focado no futuro substituindo velhas práticas de uma política raquítica e míope por um motor propulsor do desenvolvimento.

Lutou obstinadamente por resultados desafiando o impossível.

Um estadista que ria e amava, no dizer de Nelson Rodrigues “Juscelino trouxe a gargalhada para a presidência” - um artista do impossível.

O sonho da mudança da capital para o interior do País remota aos anos de 1822. O nome “Brasília” foi mencionado pela primeira vez pelo patriarca José Bonifácio em documento enviado à Assembléia Geral Constituinte propondo que a nova capital fosse instalada na comarca de Paracatu, e chamada de Petrópole ou Brasília.

A interiorização se tornou causa nacional.

Brasília, considerada pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, a obra do século, só foi possível graças ao espírito empreendedor e a garra de um presidente que desconhecia obstáculos. JK provou que o impossível é impossível ate ser feito.

Como disse Pedro Nava, “A construção de Brasília e conquista do Oeste desviaram completamente o curso da nossa história e deram-lhe perspectivas até hoje não avaliadas.”

Consolidando uma liderança inquestionável conquistada com atos e ações que enobreceram a nação brasileira JK foi alvo de insólitas e injuriosas críticas assacadas pelos inquisidores da ditadura militar, por esquerdistas telúricos e pseudo-nacionalistas.

Entre 1964 e até sua morte, em 1976, difamaram-no tentando responsabilizá-lo pelo surgimento da inflação brasileira e atribuindo-lhe a pecha de corrupto e entreguista. Ultrajaram sua honra transformando-o num pária político.

A inflação era um problema do país muito antes de JK chegar ao poder. As taxas de inflação brasileiras sempre estiveram entre as mais altas do mundo.

Outrora equivocadamente entendido como entreguismo, hoje é consenso e perfeitamente aceitável a vinda do capital produtivo estrangeiro nos meios de produção nacional.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Carreata de ré.

O amigo Antônio Marinheiro, de saudosa memória, tinha uma presença de espírito invejável.

Era um conceituado médico egresso da clã dos Marinheiros, em Campina Grande.

Uma conversa com Antônio era motivo de prazer e satisfação, uma terapia, sem querer fazer trocadilho, pois o mesmo era psiquiatra. Sempre bem humorado para tudo tinha uma saída e diante das adversidades transformava o limão numa limonada.

Com Adailza, por quem foi eternamente enamorado, teve uma prole bastante ampliada para os padrões atuais. Seis filhos. Marcelo, Frederico (Fred), Márcio, Gustavo, Bruno e Taciana (minha afilhada).

Antônio, que na realidade era Severino, projetou toda sua carga genética para um dos filhos – Fred.

Este desde a mais tenra idade demonstrou com suas peripécias argúcia e sagacidade.

Fred é também médico e político. Foi prefeito de Juazeirinho duas vezes. Uma simpatia contagiante, muito apegado à família e manifesto espírito de solidariedade e companheirismo.

Registro a seguir uma das suas últimas criações.

Os Matias, em Juazeirinho, são eternos adversários políticos dos Marinheiros e recentemente conseguiram quebrar uma hegemonia de mais de cinqüenta anos elegendo um dos seus membros como Prefeito da cidade e na última eleição supõe-se eleger à deputância estadual, outro descendente, o Sr. Genival Matias Filho. A suposição ocorre pelo fato de resultados ainda sub-júdice no STF, em razão da lei dos ficha-limpa. Comenta-se que o Sr. Genival poderá não tomar posse e em seu lugar seja eleito outro candidato.

Diante desses boatos Fred é assediado pelos populares na feira, em Juazeirinho.

- E ai Dr. Fred que é que vamos fazer. Fizemos a maior festa para o homem com direito a carreata e tudo. E agora?

- Vocês têm uma saída. Fazer uma carreata de ré. – aconselha Fred com uma pitada de irreverência e ironia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Debate na TV

Uma desinformação, uma perda de tempo, desditosa experiência, uma inutilidade, é como classifico o último debate na Tv Record, entre os candidatos ao Governo do Estado da Paraíba.


Nenhum ponto positivo a começar pelo desempenho cartesiano do apresentador e mediador almofadinha.

O que dever ia ser uma exposição de idéias e propostas divulgando a visão de cada candidato de como cuidar da coisa pública, não passou de uma acareação com acusações mútuas rebuscando coisas do passado que nenhuma importância oferece para o desenvolvimento sócio-econômico do Estado. Não foi um debate foi um embate.

Os atores ignorando e menosprezando a paciência e inteligência dos telespectadores repetem as mesmas catilinárias patéticas com agressões e denúncias de coisas miúdas.

O atual Governador José Maranhão de certa forma não conseguiu ocultar sua dificuldade de comunicação no vídeo chegando a escorregar nas cascas de banana adredemente jogadas pelo seu adversário.

Seu opositor Ricardo Coutinho aparentando mais intimidade com as câmaras e utilizou melhor os tempos disponíveis para perguntas e respostas mas no cerne da questão permaneceu no lugar comum criticando mas também olhando para o retrovisor instigando intrigas cartoriais. Nada acrescentou para estabelecer um diferencial.

Definitivamente por mais receptivo e paciente que seja o eleitor não dá mais para assistir esse tipo de confronto que mais parece uma rinha e não um debate onde cada um apresenta suas alternativas para o desenvolvimento do Estado.

Não posso acreditar que alguém faça um julgamento, de sã consciência, baseando-se na audiência de um desses debates. Não há méritos nem substância para formação de uma opinião sensata sobre cada proponente.

Diante de tanta inutilidade resta ao telespectador simplesmente desligar sua televisão ou selecionar outro canal.

Dia seguinte noticiam-se os comentários fulano venceu o debate, beltrano venceu o debate.

Na realidade ninguém venceu, o telespectador é que perdeu seu tempo.

sábado, 9 de outubro de 2010

A justiça de calças curtas.

As indefinições jurídicas quanto à elegibilidade de candidatos no pleito de 2010 estão causando a maior confusão e vão causar mais ainda na geografia dos eleitos para as câmaras estadual e federal.

Não precisa ser jurista para entender que os tribunais eleitorais agiram de forma equivocada ao considerar que os votos atribuídos aos candidatos “sub-judice” fossem considerado nulos.

Ora isso não deixa de ser uma censura prévia contrariando o princípio de presunção de inocência previsto em dispositivo constitucional que estabelece que ninguém será considerado culpado até trânsito em julgado de sentença penal condenatória (art. 5º, LVII)

Se a Corte não fez o julgamento dos recursos em tempo hábil, mesmo “sub-judice” o canditato está na disputa, portanto não se poderia pura e simplesmente anular seus votos como é o caso de Cássio Cunha lima que obteve mais de um milhão de sufrágios.

Nas eleições proporcionais o problema resulta numa confusão maior, pois os votos auferidos por candidatos sub-judice são para o próprio candidato, mas também para o partido e para a coligação. Desta forma o cálculo dos coeficientes eleitorais e a geografia dos eleitos fica também sub judice. Candidatos hoje considerados eleitos podem “dançar” amanhã caso o julgamento do TSE venha a ser adverso.

O ex-ministro do TSE Torquato Jardim disse em entrevista ao Estado de Minas que qualquer projeção que se faça decomposição de bancadas da Câmara ou de assembléias legislativas será provisória até que a Justiça defina as regras, em caráter permanente.

Só existe um único culpado para toda essa confusão OS TRIBUNAIS ELEITORAIS que sob profunda madorra protelaram o julgamento.

Os recursos têm que ser julgados antes da diplomação e até lá muita água passará debaixo da ponte. Tem muito candidato festejando os resultados hoje e que poderão amargar um revés amanhã. Da mesma forma muitos inconsolados poderão assumir seus mandatos dependendo do resultado do julgamento dos fichas limpas

Vamos aguardar para ver.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Toinho do Sopão – o camaleão

Campeão de votos na última eleição, Toinho do Sopão decepcionou seus eleitores antes mesmo de tomar posse.

Em menos de vinte e quatro horas o recém eleito deputado estadual ostentando a maior votação já auferida por um candidato, na Paraíba, muda de opinião três vezes consecutivas.

Como o apóstolo Pedro que negou Cristo três vezes, João muda três vezes como será seu comportamento em relação ao candidato que apoiará no segundo turno.

- Tenho que ser fiel aos meus eleitores - disse alto e bom som num programa de TV na noite de segunda feira.

- Pessoalmente votei em Ricardo por razões ditadas pela coligação. Agora metade dos meus eleitores votou em Ricardo e metade em Maranhão, portanto não posso declarar publicamente meu apoio a um ou outro.

Na quarta feira pela manhã assisti e ouvi sua declaração que só conversaria com o governador no dia primeiro de Janeiro de 2011.

À tarde do mesmo dia noticiou-se que ele estaria apoiando Maranhão.

Hoje quinta feira ele divulga que não apóia ninguém e que sobre esse assunto iria aguardar a posição do seu partido.

Convenhamos não é um comportamento confiável.

Nada contra as mudanças. Como disse o ex-presidente John Kennedy: A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro.

Mas a mudança estabanada, a mudança de supetão, a mudança oportunista transforma seu autor num camaleão, num ente não confiável e demonstra frivolidade e leviandade.

Confesso que a princípio cheguei a dar crédito a Toinho quando o assisti na TV sendo sabatinado por um grupo de repórteres experientes.

De repente o mito que surgiu meteoricamente como um fenômeno político desmoronou e demonstrou ter um vôo curto, um vôo de galinha. Toinho do Sopão está fadado a ser um deputado de um só mandato. Um anacoreta, produto genérico do Paraguai.

É uma pena e uma decepção para seus milhares de eleitores.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dilma ou Serra, Ricardo ou Maranhão.

Quem procura uma vaga de Porteiro, de Contador, de Engenheiro ou Gari, enfim de qualquer o ocupação é submetido a uma parafernália de investigação. Ficha corrida na polícia, teste de aptidão, teste psicológico, escolaridade, experiência profissional, culminando com um a entrevista onde se procura identificar características pessoais do interessado como a postura, reação às pressões, sua apresentação, empatia e outros atributos.

Se existem esses cuidados para qualquer emprego o que dizer para quem postula o maior e mais importante cargo do País ou do Estado.

Alguém que será responsável pela administração do Estado Brasileiro cujas ações irão interferir diretamente no seio da sociedade. Pessoas que deverão ser o guardião de todas as riquezas existentes ou que venham a ser produzidas no Pais. Que irão tomar decisões importantes para os rumos da nação durante os próximos quatro anos. Não dá, portanto, para errar. Mas como escolher? Eis o desafio.

Ao fazer sua opção na escolha do seu candidato à Presidência da República ou Governador do Estado nada mais justo e oportuno que se adotar um questionário identificar o melhor ou o menos ruim.

Considere uma pauta mínima para sua análise como:

A vida pregressa do candidato; procurar conhecer se ele já esteve envolvido em algum ilícito;

Sua experiência para o cargo,o que foi que ele já fez na vida e como se saiu em suas ocupações;

A corte do candidato, ou seja, as pessoas com quem ele se envolve e que possivelmente serão convidadas a participar do governo;

O caráter, ao falar em público que imagem ele projeta, parece ser sincero e íntegro;

Agora em campanha como ele se apresenta com o mesmo visual que o caracterizava ou houve alguma mudança artificial para impressionar os eleitores.

Por fim se ele tem alguma proposta de governo analisar se são propostas estruturantes ou simplesmente assistencialista ou populistas.

Respondendo com honestidade esses quesitos certamente você fará uma boa escolha dentre as opões que lhe são postas.

O voto é a única arma que dispomos

Vote consciente pensando no que é bom para todos e abomine de uma vez por todas a escolha com interesses menores.

O mais importante, porém, é que o eleitor, no dia, tenha convicção sobre suas escolhas, que sustente a sua opinião, independentemente de pesquisas e do assédio dos políticos, das promessas miraculosas. Exercite sua cidadania e faça valer sua escolha soberana.

Votando com convicção de que procurou escolher o melhor para o País, você terá a consciência tranqüila.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Toinho do Sopão & Tiririca

Não precisa ser um cientista político para entender determinados comportamentos sociais verificados nas últimas eleições.

Não entendo por exemplo, a votação fenomenal alcançada pelo palhaço Tiririca, em São Paulo ou pelo popular Toinho do Sopão, em João Pessoa, simplesmente como voto de protesto.

Os votos de Tiririca na realidade representam, no meu julgamento, uma gozação, uma irreverência juvenil.

A juventude brasileira cansada com o comportamento antiético e licencioso dos políticos mergulhados em escândalos e falcatruas de toda natureza de repente concluiu que não tinha outra opção senão votar numa piada, numa brincadeira e acharam por bem avacalhar tudo.

Já Toinho do Sopão apostou no mesmo argumento do bolsa família responsável por milhares de votos para a candidata chapa branca – a barriga.

É um indicador inconteste de que a pobreza é maioria da sociedade brasileira.

Vejamos como é formada a pirâmide social.

Quem está na base da pirâmide?

Justamente a grande legião dos desempregados, dos sub empregados dos operários da informalidade ou daqueles que tentam sobreviver com salário mínimo.

Ai está o universo de Toinho do Sopão. Uma legião a quem pouco importa se o seu ungido está ou não preparado para desempenhar a função.

Votam mais por reconhecimento, por um troco pela comida recebida.

Ai estão os 60 mil votos de Toinho.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Para onde caminha a humanidade.

Percorrendo de relance algumas páginas da história estarrece a conclusão que o tempo continua passando e a cada geração os valores humanos se deterioram e as liberdades continuam crescendo ao ponto de tornarem-se “libertinagem”.

Não há mais o respeito pelos pais, professores, idosos, pela própria vida humana.

A falta de amor é geral e, em conseqüência disso, nossos jovens são seres cada vez mais tristes, sem perspectivas de dias melhores.

Os valores humanos desmancham-se como neve perdidos no emaranhado da violência urbana, do terrorismo suicida de iraquianos e palestinos.

O pensador francês J.J. Rousseau achou que o caminho da humanidade seria retornar ao seu estado de ingenuidade primitiva.

O fato gerou um sonho que logo foi abraçado por muitos anos, tornou-se propulsor de movimentos sociais revolucionários conduzindo operários ao poder e acabou não dando certo.

Vivemos em um mundo onde ninguém tem tempo para nada, só se pensa em trabalho, dinheiro, estabilidade, segurança, sem laços afetivos todos correm para cá e para lá. Estas são algumas das características do mundo global, do mundo capitalista, onde vence quem tem mais poder e tem mais poder quem tem mais dinheiro.

Entre prós e contras esquecemo-nos de amar e nos dedicar mais atenciosamente aos sentimentos.

As pessoas se comportam como cegos no tiroteio.

O amor deu lugar a fetiches sexuais.

As juras em altar religioso têm vida efêmera. Os casais deitam-se casados e acordam separados.

Os valores morais foram substituídos por sacanagem.

A sociedade cria seus próprios monstros e não tem onde guardá-los.

A consciência política da juventude reprime políticos como Marcos Maciel, Tasso Jereissati, Virgílio Távora e elege com mais de um milhão de votos um brinquedo chamado Tiririca.

É de se perguntar: Para onde caminha a humanidade?

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O melhor amigo do homem


Zulu na copa 2010


Sempre gostei muito de cachorros. Refíro-me ao de quatro pernas, pois o de duas, vade retro satana.

Quando eu não morava em apartamento criava pastores alemães. Contrariando a opinião de certos especialistas julgo esse cão o mais inteligente dos canídeos.

Muitos deles se infiltraram na nossa família numa convivência como se dela fossem.

Os primeiros foram os mestiços Apolo e Fanny. Apolo era filho de um cão pastor do meu estimado amigo Zé Aldo Guedes Pereira e Fanny, uma cadela Belga, que me foi presenteada pelo caríssimo amigo Alexandre Maia. Depois chegaram dois outros, estes de pedigree comprovado: Fando do Zignal e Henna do Yg Apoaçu.

Fando foi um presente do meu saudoso amigo Engenheiro Márcio Batista que o trouxe de Salvador, Bahia e Henna uma linda cadela “capa preta” adquirida no canil do amigo Guarany Viana renomado cinófilo nestas praias.

Fando era filho de uma campeã. Xuxa do VBale dos Barris ostentando por três vezes o título de melhor padreadora do Estado de São Paulo na década de 90.

No meu conhecimento, foi ele, até hoje, o cão que mais se aproximou do padrão de sua raça. Bem proporcionado, harmonioso, dotado de uma personalidade marcante, destemido sem ser hostil e de uma nobreza natural e marcante.

Henna era uma esbelta cadela belga, também de um porte elegantíssimo, muito vivaz e companheira. Conviveu conosco pouco tempo embora o suficiente para angariar carinho e amor. Ainda muito nova nos foi roubada por um namorado de uma ex-empregada e nunca pudemos retomá-la.

Agora dividimos o apartamento com um novo exemplar, presente de Maurício Filho.

Trata-se de Zulu um belíssimo representante da raça dos Cocker Spaniel preto.

Esse veio de encomenda. Comunica-se em dois idiomas português e inglês.

Mês passado hospedamos uma jovem americana Halley que dele logo fez amizade.

Halley conversava em inglês e nós em Português e Zulu não perdia a fleuma. Respondia a todos os carinhos e comandos sem atropelos.

Zulu tem uma faculdade extraordinária de comunicação. É impressionante como ele exprime sentimentos de alegria, de tristeza, de atenção, de medo, de dor, dependendo do seu humor.

Muito guloso e extremamente carente. Chega a adoecer quando lhe é negado o carinho e atenção. Sua manutenção é uma mão de obra dos infernos, banho, tosa, passeios diários, cuidados com a saúde, carrapatos, dermatites, otites, mas tudo é incalculavelmente compensador considerando o que se tem em troca.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O dia que nasci.

Caros amigos, passei um tempão fora do ar.
Na verdade o que aconteceu foi uma inapetência originada pela junção da preguiça com a falta de inspiração.
Entretanto antes de ontem ocorreu um fato que me encheu de felicidade e abalou minhas estruturas.
O nascimento de minha primeira neta LUISA.
Aqui neste espaço onde brinco de escrever registro suas primeiras impressões ao adentrar ao novo mundo.

O DIA QUE NASCI



Nasci num dia lindo de inverno, 23 de Agosto de 2010.

Meu advento não causou maiores surpresas uma vez que meus pais haviam instalado um reality show e bisbilhotavam minha vida quase toda semana. Entretanto era visível a satisfação e alegria com que todos me esperavam. De início estranhei um pouco o novo ambiente ao deixar o lugar em que estava há nove meses, na maior mordomia, a barriga de minha mãe, um cantinho calmo, silencioso, morninho e aconchegante. Agora uma claridade ofuscante, muita gente e muito barulho. Mas logo me acostumei e adorei.

Antecedendo minha chegada muitas coisas resolveram por mim sem que eu pudesse participar, a começar pelo nome como serei batizada: LUISA. Graças a Deus gostei muito.

Depois foi meu quarto que também foi ambientado sem me consultarem. Ainda bem que meu pai e minha mãe são arquitetos e bolaram um cômodo muito bonito, confortável e decorado com muito esmero.

O quarto é todo clarinho com variações entre rosa e bege como se vê na foto ao lado.

Acima do meu bercinho há um objeto não identificado. Depois fiquei sabendo que é um artefato para distração que emite uns feixes luminosos e toca uma musiquinha que já decorei.

Ao lado, sobre uma cômoda, encontra-se outro big brother (uma babá eletrônica) instalada para vigiar quando eu estiver sozinha.

Em frente à cômoda há um armário lindo onde encontrei tanta roupa que nem sei se vou poder usar todas. Tem nada não é melhor sobrar que faltar, né?

Por último uma cama para alguém me fazer companhia.

Tudo está muito lindo, maravilhoso, entretanto o que mais gostei foi um dispositivo instalado próximo à porta de entrada que controla a intensidade da luz no quarto, lamento não existir um engenho desse para controlar também o som ambiental.

Ainda na maternidade manifestei minha repulsa através de minha expressão facial, mas ninguém entendeu bulhufas de minha mensagem contra uma enfermeira careta que resolveu furar minha orelhinha. Quis dar uma bronca, mas não tive como me comunicar. Ouvi um comentário que era pra colocar um brinco, um acessório adorado pelos adultos e uma prática inútil, herança dos nossos ancestrais e convencionada pela sociedade de consumo como objeto de adorno. Deixa pra lá, não é por isso que vou começar a vida me estressando.

Apesar da barriga da mamãe ser a melhor, a mais luxuosa e a mais segura moradia do mundo estava ansiosa para conviver com minha família, conhecer de perto meu tio Gustavo, minha tia Emília e meus avós João, Valdelice, Maurício e Merinha e todos meus ascendentes. Aliás, eu Já estava acostumada e reconhecendo suas vozes só não tinha idéia da aparência de cada um.

Agora estou vendo que todos são muito simpáticos e agradáveis exatamente como eu imaginava. Acho que vou me dar muito bem com todos eles e vou amá-los bastante.

Outra enorme curiosidade que me deixava inquieta era saber como eram Zulu, Frida e Dolly.

Para mim não foi surpresa, eu já desconfiava, eles são uma doçura. Vou brincar muito com eles.

Paizinho e Mãezinha quando lerem este registro pensem bem no seguinte: sei que de início vou dar um pouquinho de trabalho, principalmente durante a noite, até que eu me acostume nesse novo mundo, mas não liga não é só um tempinho e saibam que adoro vocês de montão desde o tempo da barriga.

Um beijão,

Luisa.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Passsione.

Curiosa e questionável a inspiração dos autores globais (rede Globo) responsáveis pelas histórias narradas nas suas telenovelas.

Agora é a vez de Passione escrita pelo novelista Sílvio Abreu.

A novela envolve uma trama recheada de péssimos exemplos do comportamento humano.

Um baú repleto de maledicências, mau caratismo e ilícitos penais.

Um desfile interminável de fraudes, engodos, estelionatos, falsários, corrupção e aliciamento de menores para a prostituição.

O lugar comum é a mentira.

A novela começa com uma grande mentira guardada por várias décadas por Eugênio (Mauro Mendonça) escondendo da mulher Bete Gouveia (Fernanda Montenegro) a existência de um filho bastardo, Totó (Tony Ramos).

Olavo (Francisco Cuoco) mente pra esposa Clô (Irene Ravache).

Clara (Mariana Ximenes) mente pra Bete Gouveia) e engana Totó.

Fred (Reynaldo Gianecchine) mente pra todo mundo.

Danilo (Cauã Raymond) mente para os pais.

Berilo (Bruno Gagliasso) mente para as duas esposas Jéssica (Gabriela Duarte) e Agostina (Leandra Leal).

Gerson (Marcello Antony) casado com Diana (Carolina Dieckmann) esconde curioso segredo e mente para a esposa e para a família.

Jaqueline (Alexandra Richter) secretária de Olavo mente para o patrão e para a patroa.

Mimi (Marcelo Médice) mente para o avo Benedetto (Emiliano Queiroz).

Stela (Maetê Proença) fatura os garotos sarados nos motéis e mente para o marido (Werner Schunemann).

Agnelo (Daniel de Oliveira) mente para a irmã Agostina.

Felícia (Larissa Maciel) mente para a filha Fátima (Bianca Bin) escondendo a maternidade.

Por sua vez Fátima grávida mente para a mãe Felícia e para a avó Candê (Vera Holtz) .

Valentina (Dayse Lucidi) a vovó cafetina alicia a neta menor Kelly ( Carol Macedo) induzindo-a à prostituição para corromper a fiscalização municipal como aconteceu com Clara sua irmã mais velha.

Até a octogenária D. Brígida (Cleyde Yáconis), paulista quatrocentona, esconde encontros furtivos com o motorista da família Diógenes (Elias Gleizer).

E assim a história se desenvolve, capítulo por capítulo, sem espaço para atitudes dignas.

E haja mentiras.

Quanto desperdício!!!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O sonho acabou.

Acabou o sonho e o País volta à normalidade.

Durante dezoito dias toda nação permaneceu numa espécie de letargia coletiva.

Aos olhos da nação adormecida nada importava a não ser a esperança depositada nos pés de onze atletas brasileiros.

As atividades políticas e sociais, o mercado, os atos de violência urbana, as pesquisas eleitorais sobre a sucessão presidencial, nada conseguia superar as expectativas e a motivação originada dos jogos da copa do mundo.

A vida restringia-se aos passes e dribles que aconteciam em cada partida realizada no continente africano.

De repente uma adversidade inesperada desconfigura todo esse cenário.

A seleção brasileira sofre a primeira derrota frente à equipe holandesa e é forçada a abandonar o campeonato provocando uma frustração coletiva.

Cai o manto da invencibilidade resultando a desolação que se instala no coração de cada brasileiro.

Chora o homem, mulher e criança.

É a Pátria ferida.

A partida com a Holanda teve lances de euforia como o gol de Robinho e de desencanto como o gol contra de Felipe Melo este, aliás, expulso por um gesto impensado e intempestivo. Nem todo mundo está preparado para administrar pressões.

Passa a página da história nos permitindo enxergar a crua realidade do dia a dia.

Os noticiários televisivos retomam os temas em voga. Os desastres vitimando pessoas em Pernambuco e Alagoas, as pesquisas de opinião registrando empate entre os presidenciáveis, alguns “ficha sujas” conseguindo se livrar dos impedimentos e a seleção retorna para hibernar por mais quatro anos à espera da nova copa quando se renovarão as esperanças do esperado hexa.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Adeus a Radegundis.

Conheci Radegundis na década de 80, mais ou menos em 85 ou 86, na casa do amigo comum Edmilson Oliveira.

Edmilson ou Xibimba, como o tratamos na intimidade, é um aficionado pela música e freqüentemente reunia em sua casa, nos finais de semana, um grupo de amigos para sessões vespertinas que varavam a noite na maior alegria bebericando e consumindo as iguarias preparadas por Orlandina.

Ali encontrávamos com freqüência Waltinho do Acordeon um dos maiores tecladistas que conheci, Naelson com seu violão, e outros tantos que deixo de nominar para não me estender muito.

Numa dessas reuniões conheci Radegundis e seu irmão Heleno (Costinha).

Radegundis chegou atrasado, de bermuda e com seu trombone de vara.

Na sala executavam choros de Ernesto Nazaré.

Radegundis foi chegando, retirou seu instrumento do case, ajustou o bocal do trombone e logo se incorporou aos demais fazendo os acordes que deram nova vestimenta à obra em execução. Foi um verdadeiro deslumbramento.

Radegundes era portador do que se chama “ouvido absoluto” ou “perfect pitch” como dizem os ingleses, que é a faculdade de ouvir e reproduzir o som ouvido. Esta habilidade enalteceu gente famosa com Villa Lobos, Ludwig Van Beethoven, Wolfgang Amadeus Mozart, Fréderic Chopin, e o maestro americano Leonard Bernstein.

Contou-me Radegundis um episódio que lhe ocorrera em Paris, na França.

Estava ele inscrito numa espécie de concurso e quando chegou sua vez foi cientificado que não poderia executar a música que ele havia estudado, pois a mesma fora escolhida por outro concorrente europeu. Radegundis respondeu com um desabado e uma coragem própria do nordestino. Destemido e resoluto estudou apenas três dias e apresentou a peça Czardas de Monti, uma obra de dificílima execução principalmente para trombone de vara. Foi laureado em primeiro lugar.

Radegundis Feitosa Nunes era doutorem trombone performance pela “The Catholic University of America de Washington – DC e mestre pela Julliard School, em Nova York. Foi considerado um dos maiores trombonistas do mundo.

Hoje pela manhã, Radegundis foi vítima de um acidente automobilístico vindo a falecer juntamente com mais três colegas músicos que se destinavam às festividade de 150 anos de fundação de sua cidade natal Itaporanga.

Todas as festividades foram imediatamente suspensas quando a notícia chegou à cidade.

O luto cobre toda a Paraíba e a comunidade artística do mundo inteiro pranteia a perda de um grande talento.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Um São João diferente.


Quarta feira 23 peguei a estrada duplicada e rumei para Campina Grande.

Reeditando o programa do ano passado aceitei o convite do amigo Fred, primo de minha mulher, e durante três dias hospedei-me em sua casa. Ali experimentei não o maior, mas o melhor São João do mundo.

A casa fica numa granja nos arredores da cidade. Uma edificação maravilhosa incrustada num verdadeiro paraíso e ladeada por um parque aquático, um salão de jogos, um mini-campo de futebol e inúmeras fruteiras. Um arranjo arquitetônico aconchegante e confortável. Tudo impecavelmente arrumado.

A beleza e grandiosidade do conjunto só são menores que a simpatia e calor humano dos anfitriões, Fred e Carleusa, que se excedem em simpatia e num bom humor contagiantes.

O primogênito Frederico é uma alegria à parte. Um infante impúbere de rara inteligência que fala e raciocina como gente grande sem a chatice dos garotos prodígios. Identifico-me muito com ele por ser um garoto esperto, meigo e atencioso. Completando o ninho familiar o recém nascido Antônio Carlos um lindo bebe que em função do DNA promete ser outra maravilha de pessoa.

Foram três maravilhosos dias respirando felicidade e cumprindo uma programação concorrida e diversificada.

Entre uma e outra partida de buraco o bate papo regado com um scotch honesto, espumantes e tintos, acompanhados de canapés e salgados numa diversificação variando do bode guisado à cauda de lagosta amanteigada, sem faltar, pela manhã, o milho cozinhado e a pamonha. Um verdadeiro deslumbre. Estresse zero. Já avisei que repetirei a dose no próximo ano.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Neologismos da Copa.

Se você não é um aficionado do futebol com certeza irá estranhar certas expressões exóticas utilizadas pelos comentaristas esportivos, tanto no rádio como na TV, para descrever os lances das partidas.

Não sou desses fanáticos por este esporte, mas nessas épocas de copa do mundo, como a maioria dos brasileiros acompanho, par e passo, o desenrolar do campeonato.

Aqui acolá acho curioso como os narradores no afã de descrever cada lance da partida criam chistes e expressões muitas vezes beirando o ridículo agredindo o idioma de Camões.

São neologismos sem criatividade nenhuma nem senso de humor.

Muitas vezes enveredam pelo caminho da demência com expressões somente compreensíveis pela comunidade esportiva, com muito esforço e boa vontade.

No desenrolar da partida desenvolvem raciocínios que quando não são o óbvio ululante desafiam os limites da sensatez.

Num único jogo registrei algumas “pérolas”.

“A bola foi muito alta e sobrevoou a trave da cidadela Sul Africana”. Isto é a bola alojou-se no porta bagagem de um Boeing da South Africa Air Lines e passou por cima da trave no campo da Africa.

“A gente tá revendo de novo o lance...”

“O árbitro apitou pela última vez...”

“O atacante suíço trabalhou o goleiro do Chile...”

“A bola explode no joelho do sul africano” ou seja a jabulani estava carregada de TNT e quando chocou-se com o joelho do jogador: buummmmmmmmmm!

“acertou bem no meio da rua...” (errou o chute). A jabulani fez uma super trajetória transpôs as estruturas do estádio e foi parar no meio de uma das ruas de Bloemfontein.

“o meio de campo está confundindo velocidade com pressa...”

“Afinal são onze de cada lado e uma bola redonda no meio para atrapalhar...”

Atirou de peixinho na cara do gol Uruguaio: O jogador mergulhou numa das praias do oceano Índico, pescou uma cioba e sacudiu na cara do Uruguaio.

“O goleiro defendeu com as mãos...”

“Tshabalala deu um chapéu no zagueiro...” – O atacante comprou um Prada e gentilmente presenteou o adversário.

“Faz pedalinho e engana a zaga Mexicana” – O jogador deixa o campo e vai tranquilamente pedalar no lago Azul.

“O goleiro defende engomando e é escanteio para a França” – O goleiro veste um avental e passa ferro na bola.

“O artilheiro furou na hora precisa...” Isto é: em vez de chutar a jabulani o jogador se arma com uma lança africana e fura a bola.

sábado, 19 de junho de 2010

PUBITE.

Meu amigo Jorge Trigueiro, anestesista renomado, é um homem que sabe das coisas. Tanto das ciências médicas com especialidade na anestesiologia, como política e esportes.

Estudioso e fluente no domínio da língua inglesa tem um conhecimento universal sem ser um generalista.

Recentemente conversamos sobre o desempenho das seleções que disputam a copa do mundo na África.

Como não poderia deixar de ser comentou-se a estréia da seleção brasileira jogando contra Coréia do Norte.

Vários fatores foram evidenciados para explicar o tímido resultado.

Primeiro o fator “Jabulani” que atribui os equívocos à bola. Explicação pouco provável, pois é aquela velha história o risco que corre o pau corre o machado. Isto é: se a bola é leve e assume efeitos inesperados quando chutada isto ocorre com todo mundo.

Segundo os estado de espírito dos jogadores novatos que enfrentam uma copa do mundo pela primeira vez. É natural que o nervosismo, numa situação dessas, afete o equilíbrio emocional dos atletas noviços transferindo para toda equipe um desempenho fraco.

Ai o Dr. Jorge lembrou um fator pouco divulgado pela imprensa e pouco conhecido do grande público, a Pubite ou Pubialgia.

E o que vem a ser essa tal de pubite?

A pubite é uma doença adquirida pela falta de sexo.

Instala-se na região pubiana e afeta o sistema nervoso parassimpático com diminuição da adrenalina e da pressão arterial.

Uma vez instalada o atleta fica acometido de desanimo e decepcionado com a redução de sua capacidade física.

Lembra o comportamento de Caca no último jogo?

Pubite meu filho. Pubite pura.

Também quem mandou o Dunga ser refratário ao sexo.

Tai a explicação e uma dedução lógica: para conseguirmos o Hexa Campeonato temos que transar e muito com ou sem vuvuzelas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Cesar o que é de Cesar.

Ao Jornalista Alex Gutenberg.
Ainda guardo em meus arquivos o inditoso artigo escrito por Vossa Senhoria no início de 2007 para o Jornal do Estado do Paraná retratando uma imagem equivocada do nordeste e do glorioso povo nordestino que foi o fato gerador de toda minha indignação.


Recordo-me de haver encaminhado à redação do Jornal um texto com um comentário sobre a matéria que infelizmente não foi levado em consideração com a devida publicação.

Negando a liberdade de imprensa assisti meus direitos usurpados. Este fato causou-me constrangimento mas julguei mais sensato esquecer todo episódio.

Lembro que logo no intróito do mal fadado artigo V.S. particularizou o fenômeno social da colonização como se o País fosse restrito ao nordeste.

Afirmo que a colonização não teve uma conotação regional. Primeiro porque não havia regiões havia sim uma nova terra sendo explorada e habitada. Portanto o processo de colonização assolava todo território ocupado.

A miscigenação dos brasileiros não é uma manifestação étnica restrita ao povo nordestino.

O fato ocorreu do Oiapoque ao Chuí.

Concordo que os efeitos maléficos do famigerado Bolsa Família têm maior influência na região nordestina. Entretanto sou obrigado a discordar e reparar seu conceito sobre a questão da violência urbana quando os maiores índices de delitos são registrados em outras regiões que não a nossa. Aponto para os arrastões em Copacabana, dos assaltos e balas perdidas em São Paulo, Curitiba, em Floripa e outras Capitais. A propósito registro só um fato curioso para demonstrar a que ponto chegou a violência no sul do País quando semana passada uma mulher que foi assaltada dentro de uma delegacia.

Sr. Alex, a afirmação que nossas cidades são imundas e que aqui o crime compensa é no mínimo uma idéia preconceituosa.

João Pessoa mesmo, nossa capital, foi reconhecida na ONU como a cidade mais verde do Planeta e como se isso não bastasse invoco sua própria afirmação de que é a cidade mais bela do litoral brasileiro.

O coronelismo é coisa do passado. Tudo fruto da globalização que Vossa Senhoria afirma não ter chegado por aqui, mas que divulga inescrupulosos políticos como os José Dirceu, os Genuínos, Belúzios, Pallocis e os Lupions que venderam terras públicas do Estado do Paraná.

Caro Alex, todos estamos no mesmo barco furado.

A oportunidade de iniciar um reparo vem aí em outubro próximo.

Vamos dar as mãos e eleger alguém que possa iniciar este novo Brasil.

Obrigado por visitar meu Blog. Será sempre bemvindo.

domingo, 6 de junho de 2010

A crítica.

Existe coisa mais fácil de fazer do que criticar? Acredito que não.


É muito cômodo emitir uma opinião crítica a um trabalho realizado, uma obra de arte, seja uma escultura, uma música, uma pintura, um poema, ou mesmo uma edificação, um produto industrial, seja o que for.

Além do mais você não precisa ser especialista no assunto. É só querer e pronto.

Considero a crítica uma prática saudável e necessária quando é feita no intuito de melhorar ou acrescentar alguma coisa sobre determinada produção intelectual.

Mas existem críticas que além de contundentes não oferecem nenhum objetivo prático a não ser criticar por criticar.

Esse tipo de critica é condenável e confere ao seu autor um atributo de incompetência e pusilanimidade.

Por outro lado quando a crítica é feita negando o mérito tem o dom de conferir ao crítico uma falsa idéia de que ele é um expert sobre a matéria criticada.

O incorrigível e irreverente Puchkin que se diz meu ombudsman é um desses críticos de plantão que nunca escreveu uma linha sequer, mas se arvora do direito de por defeito em tudo que lê.

Ontem me enviou uma mensagem criticando minha última postagem.

“Porra Paladino, passastes duas semanas hibernando e retornas com um artigo chinfrim. Que falta de assunto. Melhor tivesses continuado em tua letargia”.

Puchkin, por mais democrata que eu queira ser, sinceramente, estou me cansando de tuas observações.

Encaro a crítica como uma ferramenta útil para corrigir nossos equívocos e nos direcionar para um norte verdadeiro.

Lamento muito caro amigo, mas tuas críticas são desabafos inoportunos que não me acrescentam nada.

Já te falei em outra oportunidade o caminho mais fácil para evitar teu constrangimento lendo minhas “inutilidades” é não visitar este Blog o que, aliás, não me causará nenhum transtorno.

Hasta la vista!

sábado, 5 de junho de 2010

O retorno.

Peço mil desculpas pela longa ausência. Consola-me saber que muitas vezes o silêncio diz mais que mil palavras.

Acontece que estes últimos dias fui acometido de uma espécie de letargia repentina que provocou uma abstinência literária. Além do mais uma preguiça enorme assolou todos meus sistemas subtraindo-me a inspiração.

Retorno revendo as manchetes televisivas.

O Presidente Lula sanciona a Lei Ficha Limpa.

Faltam seis dias para abertura da Copa do Mundo.

O Presidente Lula é multado pela 5ª vez acusado de antecipar a campanha política.

Amanhã (domingo) a Parada do Orgulho Gay deverá atrair 3,5 milhões de pessoas e movimentará 196 milhões de Reais.

Transmutam-se os matizes, mas a tela é a mesma.

Uma sinfonia inacabada sobre o mesmo tema. Um assalto aqui, um estupro ali, uma fraude acolá.

Desafiando toda tecnologia americana o óleo continua jorrando no Golfo do México.

A catástrofe ambiental teve início no dia 20 de abril quando se rompeu um duto da British Petrol (BP) empresa britânica, numa profundidade de 1500 metros.

O acidente provoca o lançamento de 800 mil litros de óleo no oceano causando sérios prejuízos ao meio ambiente.

O pior é que não há perspectiva de contenção do vazamento em curto prazo.

É realmente uma lástima.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Dia das Mães.

Não sei se traído pela memória ou por não ser muito adepto das comemorações aos dias disso dia daquilo, esqueci de manifestar-me no dia das mães.

A cobrança da minha mulher foi imediata com direito a replay.

Argumento que prefiro homenageá-la todo dia e não somente nos dias das mães. Pelo visto a explicação não surtiu efeito.

A propósito dessas comemorações me dei conta de uma curiosa cultura inútil.

Pra tudo quanto é atividade existe um dia do ano específico para sua homenagem e comemoração.

Dia dos pais, dia das mães, dia do Índio, dia do soldado, dia da mentira, dia da sogra, dia do engenheiro, do estudante, dia do médico, dia da Independência, dia das bruxas, dia do orgulho gay, dia do hetero, dia da mulher, dia do livro, dia do amigo, dos nerds, dia dos namorados, dia do professor, dia da uva, dia da saudade, dia da árvore, dia da colheita, dia da consciência negra, dia da amizade.

Contabilizando-se todos os eventos facilmente se constata que existem muitas homenagens para poucos dias.

Existem umas corruptelas não incluídas nesse contexto dia D, dia do Fico, dia de Cão.

Infere-se que deve haver um compartilhamento. Isto é, o gay divide suas homenagens com o hetero, a mentira com o amigo, a independência com a mulher, ação de graças com o professor, os nerds com o estudante, as bruxas com a sogra e por ai vai.

Vou parar por aqui para um ligeiro descanso que amanhã é sexta, dia de embalo.

domingo, 23 de maio de 2010

Faça sua parte.

Algumas vezes assistimos a reação popular com objetivo de efetuar mudanças de ordem social ou política.


Assim foi com o movimento das Diretas Já, dos caras pintadas, e outros.

Recentemente participamos ativamente das manifestações do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) de apoio ao Projeto Ficha Limpa.

Foi um movimento autêntico que culminou com a votação vitoriosa do Projeto nas duas casas legislativas. Demonstrou mais uma vez que o povo unido jamais será vencido, como dizia o saudoso Tancredo Neves.

Em todos os recantos do País houve uma reação em massa e conseguiu-se a adesão de mais de 1,6 milhões de eleitores.

O Projeto aprovado na Câmara e no Senado e vai agora à sanção presidencial.

Entretanto, como soe acontecer com as medidas de moralização, políticos inescrupulosos e prejudicados com o novo dispositivo tentam inviabilizar a Lei com toda espécie de subterfúgio.

Paira um no ar um sentimento de frustração que rodeia a sociedade indignada.

Juristas a serviço da corrupção tentam de todas as formas encontrar uma maneira de ludibriar a Lei isentando os fichas sujas.

A bola da vez é a questão da flexão verbal utilizada no texto da Lei.

Pelo amor de Deus a questão não é gramatical. É uma questão de ética.

Assim como a sociedade organizada teve a iniciativa da proposição não pode admitir, de forma alguma, que a vaca vá pro brejo. Temos que unir as mesmas forças populares e lutar pela moralidade evitando que se transforme a Lei do Ficha Limpa em mais uma lei que não deu certo.

Cada um de nós tem a responsabilidade patriótica de levantar essa bandeira manifestando-se através dos meios de comunicação e de pressão junto aos nossos parlamentares.

Não se omita, faça sua parte.

sábado, 22 de maio de 2010

Os que foram ou os que forem.

“No princípio era o Verbo. Depois, veio o sujeito e os outros predicados: os objetos, os adjuntos, os complementos, os agentes, essas coisas. E Deus ficou contente. Era a primeira oração.” (Eno Teodoro Wanke)

Na religião verbo significa a sabedoria eterna, agora, aqui entre nós, ele o verbo, é o grande vilão da história.

Retomando o comentário sobre a eficácia da Lei Ficha Limpa acho que acertei na mosca.

Os subterfúgios estão tomando forma muito antes do esperado.

Agora é o tempo do verbo posto no texto da Lei. Questiona-se a intenção dos legisladores quanto à flexão usada. Particípio passado ou futuro do subjuntivo?

To be or not to be that is the question.

A dúvida Shakespeariana da lugar à nova questão:

“Os que foram...” ou “Os que forem...” Isto nos leva a uma conjectura surrealista.

A natureza do crime é temporal.

Isto é se o delito foi praticado ontem é aceitável e permitido se for praticado a partir de hoje é passível de pena.

Tudo aconteceu num curto trajeto burocrático entre o côncavo e o convexo. Isto é, entre a Câmara e o Senado o Projeto sofreu modificações no texto original.

Não foram emendas substantivas, mas o suficiente para anexar dúvidas na interpretação da Lei.

Tudo ardilosamente engendrado para sacanear a paciência de todo mundo e confundir a opinião pública.

É o resultado de quem legisla em causa própria.

Como disse o ex-ministro e consagrado constitucionalista Torquato Jardim a lei eleitoral é o único elo do Direito onde as normas são elaboradas por seus próprios destinatários.

É a raposa tomando conta do galinheiro.

Por esta razão a lei é um placebo. Um engodo coletivo maquiavelicamente urdido para enganar a sociedade.

O verbo IR, coitado, já tido como verbo anômalo por apresentar profundas irregularidades, será um dos veículos coadjuvantes de transformação da lei em pizza.

Os juristas debruçados nesse imbróglio certamente dele irão obter valiosíssima munição para suas orgias processuais. Abre-se outra vereda para perpetuação da impunidade.

Que coisa louca.

Fui!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Acorrentado.

A manifestação de incentivo com palavras de ordem e aplauso partia do terceiro andar do prédio em frente ao que estacionei.


Num final de tarde no início da semana que passou estacionei meu carro em frente a uma clínica, em Manaíra.

O proprietário do estabelecimento costuma, ao final do expediente, fechar a frente da clínica, na calçada, com grades de ferro removíveis. Não sei até que ponto esta prática é consentida pelo código de postura municipal.

Meu carro impediu a colocação de uma dessas grades. Um empregado da clínica encarregado dessa operação talvez frustrado e incomodado com a posição do meu veículo reagiu estabanadamente.

Simplesmente utilizou uma corrente de ferro e entrelaçou-a envolvendo várias partes do meu veículo, pelas rodas, pelo eixo e outros componentes impedindo qualquer movimento, para frente ou para trás

Não estou bem certo se a forma como estacionei infringiu alguma norma ou direito de terceiros, mas mesmo que eu estivesse errado isto não dava o direito ao empregado de agir como fez. No mínimo ele deveria investigar junto aos vizinhos sobre a propriedade do veículo.

Tentei de várias formas me livrar das amarras que estavam presas ao veículo por dois cadeados. Até pensei talvez chamar a polícia. De pronto desisti desse propósito pensando no tempo que levaria para a chegada dos policiais. Depois de várias tentativas fracassadas consegui um martelo e pude abrir os cadeados e assim me safar.

Resultou que fomos constrangidos eu e minha mulher, durante várias horas impedidos de retornar para casa , foi ameaçada a integridade física do veículo, me foi subtraído, embora temporariamente, meu direito constitucional de ir e vir.

Tudo tão somente fruto da arbitrariedade e da insensatez. Imagino que o empregado agiu sob orientação de seus patrões.

É curioso como certas pessoas fazem as próprias leis ignorando o direito alheio e considerando-se acima da razão acham que podem julgar e punir.

Desconfio que esse caso poderia acolher uma reclamação judicial pelos transtornos passados mas resolvi fazer vista grossa.

O incentivo demonstrado pela moradora do prédio aplaudindo minha reação induz à dedução que não era esta a primeira ocorrência e que aquele absurdo foi praticado outras vezes.

Engrossa o elenco de coisas proibidas e atropelos no trânsito. Agora temos de cuidar de mais uma proibição.

Não bastam os flanelinhas, os que se apossam das zonas de estacionamento da cidade como se delas proprietários fossem, sem falar na azul editada pela administração municipal, os malabaristas dos semáforos, os distribuidores de folders de propaganda, há que se cuidar agora dos donos das calçadas.

Haja saco!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Unanimidade no Senado.

Setenta e seis a zero. Unanimidade!

Foi esse o resultado da votação do projeto chamado “Ficha Limpa” ontem à noite no Senado Federal.

O Projeto Ficha Limpa surgiu de uma iniciativa da sociedade através do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) que reuniu mais de 1,6 milhões de assinaturas de eleitores, a partir de Setembro do ano passado.

A experiência e a prudência nos advertem que ainda não há motivo para comemoração.

Na prática, para que se produzam os efeitos legais, é necessário que se tenha com clareza as respostas a algumas indagações.



Qual o verdadeiro alcance e abrangência dessa nova Lei?



Produzirá efeito já nesta eleição?



Será que é pra valer? Afinal quantas Leis inócuas existem neste País.



Será que os 38% dos Senadores com processos na Justiça vão ser penalizados agora.



Só acredito vendo.

Ainda temos de enfrentar a nova fase do "jus esperniandi".

Choverá dezenas de sofismas e casuísmos.

É inconstitucional...Não pode ser aplicada nesta eleição...Só pode atingir quem tiver sentença passada em julgado...Não pode isso, não pode aquilo...

Não faltarão argumentos. Afinal para que servem os advogados.

Não me causará nenhuma surpresa se aparecer um advogado “Bombril” que encontre remédios jurídicos para limpar as fichas dos prejudicados com processos na justiça.



Os movimentos de defesa e tentativa de escapar dos rigores da nova Lei á começam a se esboçar e cada jurista tem uma interpretação diferente de quando ela começará a vigorar.

Os réus respiram aliviados.

Nem todo Napoleão tem uma Waterloo.

Vamos pagar pra ver.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

CERTO OU ERRADO

Quanto esforço não se faz para fazer ou dizer a coisa certa.

Mas o que é que é certo e por quê?

O que é certo hoje pode não ser amanhã.

Como a moda certos conceitos e tabus de repente se transmutam e o que era pecado passa a ser virtude.

Uma conduta hoje aqui condenável amanhã passa a ser aceitável pela sociedade.

A questão da dieta alimentar por exemplo, é pródiga nesses assuntos. Certos hábitos alimentares contestados por muitos anos de repente passam a ser recomendados pelos nutricionistas.

A ciência evolui, os costumes sofrem influências da globalização e os hábitos se transmutam.

É a roda viva do universo a metamorfose da gênese.

A sociedade de consumo está cheia de regras de comportamento e indicadores que definem o status social, desde a maneira de vestir, as marcas dos bens de consumo, a quantidade de cartões de crédito, tudo endereçado para realçar o supérfluo.

AS coisas importantes são renegadas a segundo plano.

Há também inevitáveis cobranças quanto às habilidades e acessórios culturais de cada indivíduo.

Que língua estrangeira você fala? Quais softwares você domina? Qual seu desempenho nas caminhadas? Qual seu vinho preferido? Você já fez análise?

Se não tiver uma resposta que satisfaça ao interlocutor você corre o risco de ser considerado um extraterrestre.

Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos.

Ninguém é obrigado a gostar de comida japonesa nem a ter uma vida sem carboidratos.

A opinião dos outros é deles. Faça o que como lhe dita a consciência, cuidado com os limites da ética e do bom senso.

Para ser autêntico é preciso exorcizar régua e compasso.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Custo Brasil

Maria Dulce Carneiro é uma amiga que conheci quando trabalhei na Secretaria de Infra Estrutura. Uma pessoa humana de muitas qualidades e de um senso de humor contagiante.

Uma pessoa muito ligada às coisas importantes que acontecem no nosso dia a dia.

Sempre que recebo uma mensagem com sua assinatura de pronto mando ver, pois tenho certeza que é assunto interessante.

Ontem foi um vídeo do Bom Dia Brasil relatando o custo de nossos parlamentares.

Agente sabe, mas não quer lembrar é o caso, por exemplo, de um Senador da República nos custar 33 milhões de Reais por ano ou um Deputado Federal 6,6 milhões de Reais.

Houvesse uma reciprocidade na relação custo benefício ainda vá lá. O pior é que toda essa dinheirama vai custear os acordos escusos, as negociatas do orçamento, os mensalões, e por ai vai.

Não bastam as dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas ainda somos penalizados com estas despesas absurdas que se somam a outras mazelas para aumentar o chamado “Custo Brasil” que encarece os investimentos, dificultam o desenvolvimento e aumentam o desemprego e o trabalho informal.

Nossa Câmara Municipal é composta por 21vereadores. O custo médio mensal desse parlamento mirim, de acordo com as informações inseridas no site da própria Câmara é da ordem de 1,5 milhões por mês. Infere-se que para manter a Casa Epitácio Pessoa o pessoense dispende cerca de 80 mil Reais por mês por cada parlamentar.

Satisfeito?

sábado, 15 de maio de 2010

Ficha-Limpa.

A bruxa anda solta em Brasília.


Ao que parece o pessoal do Governo anda biritando além da conta ou tomando alucinógenos.

Semana passada o ministro Temporão aconselha a se fazer sexo cinco vezes por semana para garantia de uma vida saudável. Nada contra o sexo o problema é conseguir o desempenho sugerido.

Ontem o líder do Governo no Senado, Senador Romero Jucá, fez uma declaração estapafúrdia:

“O projeto Ficha-Limpa é um assunto de interesse da sociedade e não do Governo”

Que declaração infeliz.

Aonde vão se encontrar os interesses do Governo e da sociedade.

Ao que me consta o Governo deve agir única e exclusivamente em função da sociedade.

O Senador Romero Jucá é o líder do Governo Lula. O líder fala pelo Governo e expressa fidedignamente o pensamento e a vontade do Governo. Antes de ser líder há que se considerar que ele foi eleito pelo povo e para representar os anseios do povo.

Por outro lado o Governo deve agir no interesse do povo.

É claro que se o Presidente for questionado sobre a malfadada declaração do seu líder vai negar dizendo que não sabe nada sobre o assunto ou no mínimo que o Jucá falou por ele mesmo e não pelo Governo. Pode esperar.

Esta é a forma de governar de Lula.

Agora vamos ao cerne da questão.

Por que será que o Governo é contra um projeto que visa justamente restaurar a dignidade e a lisura na atividade política.

Por que o líder Jucá é refratário a esta idéia?

O Senador argumenta que o projeto Ficha-Limpa não será votado sob pressão.

Será que ele é ficha suja?

Constata-se no site Transparência Brasil que o zelo do Senador tem haver com o fato dele ser réu em dois processos (Inquéritos nºs 2663 e 2116, ambos no STF) que o incriminam por captação ilícita de votos e crime de responsabilidade, respectivamente.

Graças a Deus falta pouco tempo para revertermos esta situação!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dez razões por que não voto em Dilma.

Me desculpem mais uma vez retomar considerações sobre assuntos políticos.

Todos hão de convir que a questão da eleição é uma de importância fundamental na vida de cada um de nós. Quer se goste ou não de política não há como alijar-se deste processo sob pena de se mergulhar de ponta cabeça na alienação. Por outro lado o voto é um instituto obrigatório.

A eleição mais importante do País está para acontecer dentro em breve quando se elegerá o novo Presidente da República.

Todos temos o livre arbítrio e somos suficientemente livres para uma escolha adequada daquele que julgamos estar melhor preparado para conduzir os destinos de 190 milhões de brasileiros.

Já fiz minha opção fundamentada no decálogo que ofereço à consideração dos meus amigos e que transcrevo a seguir:

1. Fazendo um paralelo, que segundo o Dr. José Américo de Almeida é a melhor forma de julgamento, julgo seu concorrente mais próximo muito mais qualificado para o cargo;

2. Não concordo com o continuísmo por considerá-lo uma prática nefasta à democracia. A democracia se engrandece e se consolida é com a alternância do poder;

3. Analisando a nova Wilma que está sendo vendida na mídia do palácio do planalto tenho a impressão de estar sendo vítima de propaganda enganosa. A Wilma estilo “Barbie” não é a mesma Roussef do governo. Temo que esta metamorfose ocorra também caso ela assuma o poder;

4. Mesmo com todo esforço que vem fazendo para ser simpática na televisão não consegue esconder que é uma pessoa individualista, rancorosa e prepotente;

5. Seu entourage não inspira confiança. Tudo que se possa fazer para evitar a reedição do mensalão e etc. Cia é pouco;

6. Apesar de não ser uma razão fundamental não consigo interagir com sua imagem, uma questão de empatia; sempre me passa a impressão que ela age com subterfúgios e joga desleal;

7. Concorrer para sua ascensão à Presidência significa render-se ao ranço ideológico do PT;

8. Não concordo com seu apoio explícito aos grupos terroristas (MST);

9. Evitar que ela assuma o Governo da República garantirá que grupos que se consideram acima de todas as coisas e donos da verdade se perpetuem no poder.

10. Roussef na presidência significa o fortalecimento de uma política externa que apóia o projeto dos ditadores latino-americanos protagonizados por Hugo Chaves, na Venezuela, Evo Morales, na Bolívia e Rafael Correa, no Equador, o socialismo “bolivariano”.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Seleção 2010.

É impressionante como o futebol está arraigado na cultura e no dia a dia do brasileiro.


É uma paixão que alucina pobres, ricos, crianças e adultos.

Já se disse que a seleção é a Pátria de chuteiras.

No jornal televisivo anuncia-se que os deputados, em Brasília, estão tentando antecipar o recesso parlamentar sob a alegação que durante os jogos da copa será muito difícil se estabelecer o quorum regulamentar para realização das sessões na Câmara.

Isto é, o futebol é a prioridade nacional. Depois vem a segurança, a educação, o emprego, etc.

Ontem à tarde assisti, pela TV, o anúncio dos 23 jogadores convocados para a seleção brasileira de futebol que no próximo mês disputará o campeonato mundial na África.

Uma solenidade realizada num salão de um hotel na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Reunião bastante concorrida com a participação de jornalistas do mundo inteiro.

Na oportunidade o técnico Dunga foi sabatinado e questionado sobre o porquê dos escolhidos.

Impressionou-me a calma e lucidez do treinador diante do assédio e cobrança dos presentes.

Afinal essa questão de futebol é fogo. Ninguém se entende.

São 190 milhões de técnicos e cada um com uma seleção na cabeça.

Na entrevista coletiva Dunga foi por vezes criticado por haver excluído alguns favoritos.

Sem sombra de dúvidas a escolha é dificílima. Afinal eleger 23 jogadores num universo de centenas é algo complexo e delicado.

Seria uma tarefa relativamente simples caso a escolha se limitasse única e exclusivamente nas qualidades técnicas e habilidades dos jogadores, mas há que se levar em conta os lobbies em favor dos altos interesses financeiros envolvidos nessa atividade.

Interesse dos cartolas, dos patrocinadores, da imprensa enfim, pra tudo quanto é canto há sempre um interesse em jogo.

Dunga pareceu-me bastante coerente e seguro de suas decisões.

Resta-nos aguardar que a seleção tenha um bom desempenho e nos traga o hexa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

A bronca de Puchkin.

Há bastante tempo não era incomodado com os comentários de Puchkin, meu ombudsman.

Ontem recebo dele uma mensagem eletrônica um tanto quanto constrangedora.

Entre outras coisas além de me acusar de supérfluo critica o teor de minhas postagens.

Transcrevo um trecho do seu e-mail.

“... além do mais Paladino, noto que ultimamente você tem abusado da paciência de seus seguidores e escrevendo muita banalidade.

Ontem você se superou com aquela matéria sobre a cidade sem muros.

Onde você já viu uma cidade sem muros, Paladino?

Se com os muros definindo os limites dos lotes ainda sobra confusão, imagina sem.”

Meu caro Puchkin você tem todo direito de criticar ou censurar o que escrevo como também, caso os assuntos aqui tratados não sejam do seu agrado, tem todo direito de ignorá-los.

Tenho plena consciência que minhas postagens podem ser classificadas como banais e admito até descartáveis. Só faço uma ressalva: o acesso a essas dissertações é uma liberalidade de cada um. Não posso estar abusando da paciência de ninguém, pois ninguém está obrigado a ler minhas loucuras e diatribes.

Não escrevo para ser reconhecido nem para alcançar nenhum mérito literário. Bem ou mal escrevo por que gosto de escrever. Para mim é como uma terapia, uma necessidade orgânica. É meu passa tempo. C’est fini.

Claro que o comentário que fiz sobre uma cidade sem muros foi simplesmente uma brincadeira, uma ilação sobre algo virtual para demonstrar quanto seria proveitoso e saudável para todos se as pessoas tivessem outro tipo de entendimento sobre seus bens materiais.

Entretanto, pra seu governo, posso lhe afirmar que nos Estados Unidos e algumas cidades da Inglaterra dificilmente se constroem muros ao redor das casas quando muito uma cerca viva.

Não tem importância Puchkin, continuarei escrevendo minhas inutilidades resguardando e respeitando seu direito de criticar.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Cidade sem muros.

Lembro-me de um episódio que ocorreu há muitos anos atrás.
Aconteceu durante a visita de uma jovem americana, primeira esposa do meu amigo Eduardinho (Eduardo Magalhães).
Fazíamos um tour onde eu lhe mostrava as belezas de nossa capital e inadvertidamente joguei uma carteira de cigarros vazia pela janela do carro.

-Será que não vás ser multado? – indagou a Becky (era esse seu nome familiar).

Expliquei que ainda não havíamos atingido aquele nível de educação e que a prática embora questionada em seu país aqui era ignorada.

Lá pras tantas novamente outra pergunta de Becky me deixou pensativo.

- Por que todas as casas têm muros e para que servem?

Tentei uma explicação plausível reportando-me a razões de segurança e questões culturais de posse e propriedade.

Ela permaneceu calada e indiferente sem esboçar qualquer reação de aprovação ou desacordo.

Hoje, lembrando esse fato comecei a imaginar uma cidade sem muros.

Por exemplo, o que aconteceria se João Pessoa não tivesse muros.

Um cálculo empírico nos remete a uma conclusão interessante.

João Pessoa tem hoje aproximadamente 700 mil habitantes ocupando cerca de 160 mil residências.

Considerando o lote urbano padrão precisaríamos, em números redondos, 9.000.000 de metros lineares de muro para contornar ou isolar todas as habitações.

A construção desses muros, admitindo-se um padrão simples de acabamento (reboco e caiação), significaria um investimento da ordem de 1,8 trilhões de Reais, aos preços hoje praticados.

Imagine esse recurso aplicado na construção de casas populares.

Caso isto acontecesse resultaria na edificação de 36.000 casas o que certamente bastaria para zerar o déficit habitacional da capital ou chegaria muito perto.

Esse é o preço que se paga pela maldade e desconfiança reinante no coração dos homens.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

AS PÉROLAS DE LULA.

Você há de convir que um operário semi alfabetizado alcançar a Presidência da República de um país da importância do Brasil é um fato altamente louvável e inusitado. Ninguém de sã consciência pode obscurecer tal proeza. O mundo inteiro reconhece e admira este acontecimento atribuindo-lhe o merecido prestígio.

Mas isto não é suficiente para aceitarmos de bom grado as peripécias de Sua Excelência com relação à sua falta de intimidade com o idioma nacional e principalmente as asneiras proferidas nos seus conhecidos improvisos.

Não se lhe cobra que exiba um perfil doutoral nem acessórios acadêmicos mas pelo menos que demonstre bom senso no trato das coisas do estado.

Afinal, o que já se investiu nesse homem desde a época do sindicalismo, de deputado federal, até a presidência da república, foi mais que suficiente para que ele acumulasse o mínimo de refinamento.

As idiotices que esse homem tem pronunciado nos últimos anos são de arrepiar os cabelos e tirar a paciência de qualquer cristão.

Não sei se é pra rir ou pra chorar, mas quem gosta de colecionar excentricidades eis a seguir uma coletânea das tagarelices e bobagens presidenciais colhidas num e-mail que me foi enviado pela amiga e comadre Dineusa.

São realmente citações esdrúxulas, eivadas de conceitos pronunciados talvez sob o efeito de algum psicotrópico ou alucinógeno. Não se questiona os impropérios e crimes cometidos contra a língua mãe, o disparate está no substrato dos desbragados pensamentos filosóficos de nosso presidente.

Senão vejamos:

“Eu gostaria de ter estudado latim, assim eu poderia me comunicar melhor como povo da América Latina”.

“A grande maioria de nossas importações vem de fora do país.”

(Impressionante!!!)

“Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos.”

(Não tinha pensado nisso)

“O Holocausto foi um período obsceno na História da nossa nação. Quero

dizer, na História deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi

nesse século.”

(Ih! O cara comeu côco ou cheirou coca.)


“Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer governante. E essa palavra é 'estar preparado”.

(esse é o cara – de pau!)

“O futuro será melhor amanhã.”

“Eu mantenho todas as declarações erradas que fiz.”

(..e continua a fazer)


“PELOTAS É UMA CIDADE QUE EXPORTA VIADOS.”


“Um número baixo de votantes é uma indicação de que menas pessoas estão a

votar.”

(Conclusão impar!!!)


“ Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possa ocorrer ou não.” (Felomenal!)

“MINHA MÃE NASCEU ANALFABETA.”

(Muito esclarecedor)


“Não é a poluição que está prejudicando o meio-ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso.”

(Ah bom!!!)

‘O Air Force 51 foi adquirido em regime de “offset”. ´

(O regime de compra foi de drawback. rs.rs.rs.rs.)


"agora o Brasil está remando para frente"..

(vôte!!!)

"Estou otimista porque estamos reduzindo as taxas de interesses dentro do Brasil."

(Taxas de interesses não significa nada em língua alguma)

“É tempo para a raça humana entrar no sistema solar.”

(Fechou com chave de ouro!!!)