terça-feira, 12 de março de 2013

O golpe do século


O GOLPE DO SÉCULO

 

Singapura, um dos quatro Tigres Asiáticos, caracteriza-se como o quarto principal centro financeiro do mundo e segundo maior mercado de jogos de cassino e o terceiro maior centro de refinação de petróleo do mundo.

De acordo com o Banco Mundial a cidade é o melhor lugar do mundo para se fazer negócios. Ou seja, um dos países mais ricos do planeta.

Ken Lim Poh um jovem e prestigiado executivo desse País arquitetou o que poderia ser o maior golpe financeiro de todos os tempos.

Segundo os planos do malaio com um pequeno  investimento de dois milhões de dólares  era possível  aquinhoar vinte e cinco bilhões de euros numa operação sem riscos que foi cognominada de Operação Lim Poh.

 O alvo do golpe era os bancos localizados nos paraísos fiscais ao redor do mundo como Bahamas, Ilhas Cayman, Ilhas Bermudas, Liechtenstein, Mônaco, Luxemburgo e Ilha da Madeira e Suíça.

Para tanto precisaria montar uma equipe de quarenta  especialistas em áreas diversificadas de atividade como informática, eletricidade, mecânica dos fluidos, química industrial, segurança eletrônica,  navegação marítima e aérea, poliglotas, pilotos de aeronaves e hackers.

Esta equipe seria treinada durante sessenta dias em local a ser determinado oportunamente.

Ken Lim contratou head hunters para recrutar os profissionais em todos os quadrantes do planeta de acordo com um perfil predeterminado.

Os recrutados deveriam ter boa aparência, formação universitária, trato agradável na convivência social. Deveriam também ostentar uma inteligência acima da média, raciocínio rápido, bom preparo físico e acima de tudo não podia ter escrúpulos.

Foram pré-selecionados mil indivíduos com estas características oriundos da Europa, Estados Unidos e América Latina. Desse grupo formou-se a equipe.

O grupo tinha estrutura organizacional muito simples. A Coordenação geral era exercida por Ken Lim Poh seguido por um encarregado de finanças e um outro encarregado de suprimentos.

Como parte do treinamento todos foram obrigados a ler o livro das Mil e uma noites narrando as aventuras de Ali Baba e os Quarentas Ladrões e a biografia de ladrões famosos ao longo da história como Al Capone (Alphonce Capone), Barrabás, Robin Hood, Butch Cassidy e Sundance Kid, Lampião, Madame Satã (o pernambucano João Francisco dos Santos) e Arsene Lupin o ladrão mais charmoso do mundo, uma forma didática de estabelecer o clima de transgressão.

O local do treinamento depois de demorada pesquisa foi o Brasil considerando ter este País uma história rica em ilícitos penais.

Para escolha da cidade percorreram a Serra da Borborema, o Recôncavo Baiano, o Pantanal Mato-grossense, decidindo-se após os pros e os contra pelo Planalto Central em Brasília, Capital Federal cenário propício para desenvolvimento da idéia.

Embarcaram num jato ERJ-145, da Embraer, com capacidade para 50 passageiros e em Brasília se hospedaram no Bay Park Hotel onde foram reservados 15 apartamentos para acomodar a equipe.

Coincidentemente no mesmo hotel estava acontecendo uma convenção de um grande partido político e aliados onde participavam Senadores, Deputados Federais, e Prefeitos Municipais.

Os convencionais foram acomodados na Torre A e a equipe da Operação Lim Poh na Torre B, do hotel.

A equipe da Operação Lim Poh fez o check in numa quinta feira às 17h30min. Alugaram cofres para guarda de valores já que todos os pagamentos eram efetuados em “cash”.

Fizeram um pequeno reconhecimento nas instalações, serviram-se de um jantar no próprio Hotel e se recolheram às 22h00min.

Dia seguinte iniciaram a montagem dos equipamentos de comunicação visual no auditório reservado para as reuniões e daí em diante estabeleceu-se uma rotina. Refeições no próprio hotel, reuniões e algumas horas de lazer.

Ao final da primeira semana de treinamento aconteceu um imprevisto inusitado.

O encarregado de finanças se deu conta que todo dinheiro do grupo havia sido furtado.

Estabeleceu-se o caos.

A polícia foi acionada e também autoridades diplomáticas e a Interpol.

As primeiras investigações concluíram e identificaram os responsáveis pelo desaparecimento de vultosa soma em dinheiro vivo.

Os autores do inesperado furto foram ninguém menos que alguns convencionais mancomunados com funcionários do hotel.

 

 

 

 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Primeiro adultério


Adão ultimamente andava meio entediado apesar do jardim do éden ostentar uma atmosfera agradabilíssima com dias ensolarados e noites estreladas, frias e prolongadas.

O desconfiômetro de Eva  aguçado pelo seu sexto sentido acusava que alguma coisa não andava bem.

Adão havia descoberto um novo vegetal que mudava seu humor e por alguma razão o chamou de Cannabis. Esta experiência lhe induziu a se interessar por outros tipos de erva e não fazia outra coisa durante o dia senão provar cada folha que encontrava.

Para tentar distraí-lo Eva e os filhos Caim, Abel e Sete organizaram um piquenique às margens do Rio Eufrates. Mal teve início o ágape um fenômeno curioso e deslumbrante aconteceu no céu. Um espetáculo indescritível formado por uma grande cortina estendida no horizonte formando arcos que mudavam  de cor e de forma constantemente e com um brilho âmbar. Tratava-se do que viria a ser a Aurora Boreal.

Enquanto Eva e os garotos se deleitavam com o espetáculo do firmamento Adão aproximou-se de um novo vegetal e mais que de repente começou a mascar suas folhas que estavam infestadas de claviceps purpurea o esporão do centeio que produz efeitos alucinógenos.

Após alguns minutos Adão começou a sentir uma reação estranha. Não conseguia se manter em pé, tudo em sua volta  se movia. Sentia tonturas e uma sensação de desmaio. Encostou-se a uma árvore.

Os familiares, absortos com o espetáculo celeste, continuavam ignorando os acontecimentos.

Logo a harmonia transformou-se em algo aterrador. Tudo continuava girando alucinadamente. As palmeiras dançavam com  movimentos semelhantes às bailarinas  havaianas dançando a Hula. As pedras assumiam formas grotescas e ameaçadoras se atraiam e se repulsavam  intermitentemente. Adão sentiu que um demônio habitava seu corpo dominando seus sentidos e sua alma.

Com esforço  levantou-se e gritou para se libertar daquele ente demoníaco mas logo voltou a cair impotente sobre a relva.

O demônio ria sarcasticamente realçando seu triunfo e zombando das fraquezas de Adão. O grito, entretanto chamou atenção de Eva que vendo o companheiro prostrado sobre o solo arrastou-o até o rio e o banhou.

Após o banho Adão sentiu que estava em outro mundo. Experimentava um novo estágio vendo cores e formas se formarem por traz de seus olhos fechados. Parecia um caleidoscópio fantástico com imagens exuberantes de círculos e espirais entrecruzando-se continuamente. Os ruídos das folhagens e outros sons produzidos por animais transformavam-se em sensações óticas. A cada som emitido acontecia uma imagem diferente. Tudo lhe parecia mais belo que antes.

Foi então que ao passar por uma gazela, de corpo esbelto, pernas longas e chifres espiralados, não se conteve e entregou-se num idílio amoroso com o animal culminando com um coito inesperado sob o olhar atônito de Eva.

Adão dormiu e acordou com a sensação de estar num mundo recém-criado.

Configurou-se assim o primeiro adultério da história da humanidade.

 

domingo, 10 de março de 2013

O samurai aloprado.


O Samurai aloprado.

O samurai Toko Nokuda carregava um complexo desconcertante por conta do tamanho de sua genitália. Suas reduzidas dimensões e por vezes seu comportamento sexual, quando solicitado, imprimiam-lhe desgostos e constrangimentos indescritíveis.

Era inconcebível para um guerreiro do Xogunato (governo militar nipônico) ostentar aquela anomalia.

Freqüentemente passava decepções ao tentar se relacionar sexualmente, pois o nanico insistia de falhar justo nessas horas.

Por conta desses episódios abomináveis Nokuda travou sério diálogos com seu minúsculo órgão.

- Você pra mim não passa de uma grande decepção.  Sua única serventia é para mijar. Será que você não se da conta de suas outras funções e de sua inutilidade. Confesso que muitas vezes me passou pela cabeça decepá-lo com a katana e me livrar de você de uma vez por todas de você. Vociferava Nokuda observando o falo por trás do Yoroi.

O coitado do pênis vivia sobressaltado e humilhado.  Até que um dia resolveu reagir ao pejorativo e insultuoso tratamento que lhe era reservado por seu dono.

Numa manhã de inverno para surpresa de Nokuda o falo intumesceu-se  e assim permaneceu toda manhã numa ereção incomum. Nokuda apreensivo apelou para vários artifícios na tentava de que o órgão retomasse a flacidez. Pensou em suas batalhas e imaginou cenas sangrentas, cabeças decepadas, homens mutilados e nada. O “preguinho” continuava ali firme e duro como uma pedra. Tentou outros métodos. Aplicou um peteleco na glande que surtiu um efeito contrário. O membro irritado com a pancada avermelhou-se e aumentou ainda mais o volume e a rigidez. Foi então que lhe ocorreu uma idéia muito simples, porque não procurar uma relação com um garoto. Muitos samurais curtiam um garotinho, pois acreditavam que as mulheres lhes tirava a energia e o sexo entre Kohai (veterano) senpai (calouro) não era considerado homossexualismo enquanto com os velhos sim.

Surgiu uma dúvida atroz. Será que este comportamento contrariava o Bushidô. (Código de honra dos samurais).

Violar o Bushidô era o caminho mais rápido para o seppuku (harakiri).

Nokuda depois de muita hesitação convenceu-se que não e procurou um garoto da aldeia.

O garoto impressionou-se com a tensão do pinto vermelho de Nokuda.

Nokuda dispensou as preliminares e ansioso partiu para os finalmentes.

Na hora aprazada aconteceu um desastre. Quem se mantivera rígido e potente durante toda manhã e tarde repentinamente vergou. Dobrou-se sem forças frouxo e brando feito uma piabinha no lago Biwa.

Nokuda sentiu o mundo desabar. Teve uma crise nervosa e ficou em estado catatônico durante horas. Não acreditava no acontecido. Ao recobrar os sentidos voltando à normalidade não pensou duas vezes. Olhando firmemente para seu impulsivo membro desfechou-lhe um único golpe decepando-o pela raiz para e em seguida  sentado no piso ensangüentado praticou o seppuku a única saída honrosa para o guerreiro vencido.

segunda-feira, 4 de março de 2013

CELIBATO SACERDOTAL


A renúncia de Bento XVI nos remete a várias reflexões de cunho religioso que são verdadeiros tabus.

Questões como celibato, sexo antes do casamento, uso de preservativos, são problemas encarados de forma diversa pelos sacerdotes conservadores e os ditos liberais.

Os conservadores rejeitam a idéia de mudança. Acredito que nenhum religioso deseja que alguém seja infectado pelo vírus HIV. Mas a Igreja Católica insiste veementemente contra o uso de preservativos nas relações sexuais.

A história de padres que pulavam a cerca não é novidade na comunidade sacerdotal.  Tive amigos padres que mantinham vida sexual ativa com casos amorosos quase de domínio público que a sociedade sabia e fazia vista grossa.

No Rio Grande do Norte havia um monsenhor que era sabidamente um verdadeiro D. Juan de batina.

O celibato sacerdotal foi instituído no primeiro Concílio de Nicéia (hoje Iznik, na Turquia), em 325 três séculos após a existência do cristianismo, portanto foi uma invenção de um pensamento ocasional e não uma cláusula pétrea do cristianismo.

Particularmente sou contra o celibato sacerdotal. Ninguém deve fazer votos de abstinência sexual se bem que o celibato não significa necessariamente esta abstinência muito embora tenha acolhido este conceito na atualidade. Mas, ao assumir o compromisso o sacerdote tem que cumpri-lo. A transgressão transforma o religioso num hipócrita e a hipocrisia corrói  a credibilidade da relação com os fiéis.

Os padres devem casar, o celibato deve ser uma opção. Flexibilize-se o celibato e teremos menos casos de crimes sexuais praticados por religiosos.

Os pastores protestantes têm filhos e não sofrem nenhum problema com isso.

Diante das denúncias de prática de pedofilia Bento XVI limitou-se apenas a pedir desculpas sem adotar nenhuma providência concreta. A Igreja deve ser mais rígida com os crimes sexuais.

Aliás, com a renúncia Bento XVI dá uma reviravolta na sua biografia e deixa de ser lembrado com um papado mal sucedido na administração dos escândalos de pedofilia, um papa cuja administração abrigou o escândalo de vazamento de documentos oficiais, o Vatileaks , um papado onde se propalou denuncias de lavagem de dinheiro em contratos do Banco do Vaticano e passará a ser lembrado daqui a alguns anos como o Papa que renunciou.