quarta-feira, 19 de junho de 2013

O grito da República


Há 513 anos o gigante permanecia num sono letárgico, inerte, impassível e sem emoções, numa profunda prostração.

A insegurança, os desatinos, a corrupção, a improbidade, a falta de perspectiva para o futuro, enfim as mazelas administrativas concorreram para despertar o gigante adormecido em berço esplêndido que repente acorda indignado e bafeja sua inquietação em todos os quadrantes do seu território.

É o que estamos assistindo. Uma revolta popular como nunca houve em toda história da república. Um grito republicano audível em todo planeta.

O movimento das “diretas já” tinha um objetivo claro e definido. O povo espontaneamente alheio a qualquer facção partidária manifestou-se pela realização de eleições diretas para escolha de seus dirigentes políticos. Da mesma forma o movimento dos “caras pintadas” objetivava o impeachment do presidente Collor.

O movimento atual não tem uma bandeira de luta definida. É um protesto contra uma caixa de pandora. O povo cansou de ser ludibriado. Cansou pela falta de assistência à saúde, das dificuldades da mobilidade urbana, da ineficácia dos aparelhos de segurança, da mediocridade do nível de ensino das escolas públicas, da desonestidade e falta de espírito público dos dirigentes, dos desacertos da política econômica e da inversão de valores para estabelecimento das prioridades dos investimentos públicos.

E a agora grita a todos pulmões BASTA! A paciência chegou aos limites.

Ninguém pode mensurar as conseqüências e nem o final desta revolta é uma incógnita que se desvendará quando terminar. Quem viver verá.

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