domingo, 22 de novembro de 2015

MIOPIA COLETIVA

As atuais acomodações da Assembleia Legislativa deixam muito a desejar do ponto de vista espacial e já não atendem às atividades requeridas por aquele poder. Os espaços são insuficientes e o acesso problemático. Uma reforma do atual prédio se mostra por demais inconveniente e ineficaz. A solução passa inegavelmente por ocupação de um novo espaço. Nada mais justo para prover aos nobres parlamentares representantes do povo e responsáveis por tão significativo papel de nossa organização política do que oferecer acomodações dignas e adequadas. Acabo de ver noticiado que a Assembleia deverá ser transferida para o prédio onde funcionou o Paraiban, na Epitácio Pessoa. Triste notícia. Segundo aforismo do Solitário de Tambaú “ver bem é ver o que os outros não vêm”. No caso ver bem é um exercício de futurologia projetando as consequências que advirão da transferência de domicílio pretendida. O incremento provocado pelo tráfego gerado irá certamente congestionar ainda mais a já esclerosada artéria urbana (Av. Epitácio Pessoa) e principal corredor viário da cidade e ruas adjacentes. Dispor um amplo estacionamento no antigo prédio como apregoa o Pres. Adriano é uma façanha de ficção científica. Como multiplicar um terreno? Salvo com soluções faraônicas como ocorreu com certo arquiteto carioca que ao ser indagado sobre a uma nova localização do aeroclube de João Pessoa sugeriu a construção de uma enorme plataforma de concreto armado sobre o Rio Sanhauá. A proposta em estudo não resolverá o problema de suas excelências além de criar óbices prejudicando a mobilidade urbana um dos mais graves problemas enfrentados pelos pessoenses. Será ruim para o comercio local, para os usuários e para os Senhores Deputados. Será um equívoco dos gestores, dos arquitetos e de quem mais participar desse ignominioso projeto. Será uma manifestação de miopia coletiva. O mais sensato e oportuno seria a construção de um novo equipamento para abrigar todas as atividades legislativas em área adequada existente no patrimônio do Estado nas proximidades da Escola de Serviço Público ou do Espaço Cultural. Maurício Montenegro Rocha Engenheiro Civil

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