sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Meu nome é Caio

Sentei num banco à sombra de uma mangueira enquanto esperava lavar o carro. Aproximam-se um afro descendente e um garoto de uns seis anos. Ambos sentaram-se no meio fio e o menino reclamou: - Nós chegamos primeiro. Disfarcei e disse que eles podiam sentar no mesmo banco se quisessem. O guri muito simpático e com ar desinibido abraçava duas bandas de côco verde. O adulto também sorridente segurava um par de chuteiras. Puxando conversa balançou as duas segurando-as pelo enfiador e comentou: - São pesadas. Para ser simpático segui a conversação: - O Senhor joga em qual posição? - Zagueiro sentado. - Não, é que a maior parte do tempo fico no banco. Sorri com seu bom humor e voltei-me para o garoto. Brinquei e perguntei se ele não me dava um pedaço de côco. - Pode levar. Respondeu sem titubear. Elogiei seu comportamento e perguntei seu nome. - Meu nome é Caio. - Caio Prado Júnior - comentei. (Não sei por que essa bobagem da gente repetir o nome de alguém famoso). - Errou. Caio Barbosa Lobo. E sei imitar “Maicon Gerson”. Pensei um desses meninos prodígio. - Ah você sabe imitar o Michael Jackson imita ai que eu vou filmar com o celular. Liguei a geringonça para filmar, mas não encontrei a função desejada. O garoto consolou-me. - Liga não. Teu celular tá de bobeira. São coisas simples da vida com poesia e humor guardadas no baú da sabedoria popular.

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