sábado, 16 de julho de 2016

DÍVIDAS

A intolerância se caracteriza como uma manifestação de desagravo por algum fato, coisas ou pessoas. Há quem não tolere certos matizes ou sons, outros não admitem alguns sabores, há quem não tolere a escuridão, outros fogem das multidões. Para qualquer circunstância ou coisa concreta ou mesmo subjetiva ha sempre um intolerante. Eu por exemplo não tolero dívidas. Consigo conviver com qualquer adversidade, com a dor, com a traição, com a ingratidão, com a fome, com a sede, com o frio ou calor, mas a dívida, esta realmente me tira totalmente do sério. Uma vez contraída fico com o raciocínio embotado, taciturno, irritado. À medida que passa o tempo ela vai se avolumando e se apossando do meu eu como se nada mais no mundo existisse ou importasse me tornando incapaz de pensar noutra coisa. Transforma-se numa megera, numa nuvem negra ocupando todos meus espaços e me acompanhando a todos os lugares. Chego a perder o sono e por mais que eu tente focar outro assunto a pústula arrodeia e com artimanhas e ciladas consegue fixar-se no domínio da situação. Enquanto isso ela vai ficando, vai ficando e produzindo seus horrores até que eu consiga um antídoto eficaz para exterminá-la qual seja: pagar.

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