quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Cabaré ou sanatório geral.

O crack Carlos Roberto de Oliveira não o Roberto Dinamite, mas o da comunicação, o amigo e conterrâneo, ex-secretário de comunicação da Paraíba, escreveu com muita propriedade um belíssimo artigo comparando as instituições republicanas a um cabaré.
Julguei a comparação uma afronta aos cabarés e enviei-lhe a carta a seguir:

Caro amigo Carlos Roberto


Estava eu nesta quinta feira na sala de espera da Concessionária Renault aqui em JAMPA, quando tive a felicidade folhear uma revista e encontrar um artigo de sua lavra com o título “Sanatório geral ou cabaré, à escolha”

Li com muita atenção e redobrado interesse abordando com muita propriedade e inteligência um fenômeno atual do cotidiano brasileiro que temos vivenciado em nossas instituições políticas.

Neste momento minha intenção além da satisfação em comunicar-me com uma das mais brilhantes cabeças da comunicação é também, com sua permissão, fazer um pequeno comentário a guisa de reparação de um equivoco, no meu julgamento, inserido no cerne de seu artigo.

Amigo Carlos Roberto: julgo que comparar os poderes (apodrecidos) da República com um cabaré é uma afronta desmedida à instituição cabaré.

Todos nós sabemos que nos cabarés o jogo é perfeitamente definido. Já se sabe com antecedência e sem surpresas o que se vai encontrar ali. A licenciosidade e os prazeres da carne.

Não há subterfúgio nem enganação. Você entra paga e goza.

Não é o que ocorre em nossas instituições republicanas. Estas vendem uma fachada, uma imagem de defesa da representação democrática e escondem os trapos de uma catedral de sinecura, de nepotismo, de negociatas, de mensalão e de tráfico de influência das sanguessugas do poder.

Vergonha, traição, mentiras, engodo, prevaricação, corrupção, roubo, propina, cartel, quadrilha, falsidade, lama, cobiça, é o que se constata nodoando atualmente a Pátria desnuda e ultrajada.

O Congresso Nacional sangra numa UTI, ferido fulminantemente pela vergonhosa ação de seus membros corruptos e corruptores.

O Poder republicano fragilizado, ultimando-se e agonizante, refugia-se nos delírios pueris de seus arautos.

O Governo é a síntese do caos e a metáfora do rabo preso.

Os mais altos escalões republicanos vivem mergulhados num lamaçal, numa convivência promiscua com delinqüentes, meretrizes, gangsteres, traficantes, são as pústulas da nação.

Por isso meu caro amigo façamos uma ressalva aos cabarés. Quando muito vamos aceitar o sanatório geral.

Com os meus mais sinceros votos de apreço e admiração
Maurício Montenegro

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