sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A soma e o resto.

Acabei de conferir a mais nova publicação do Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso “A soma e o resto”.

Trata-se da condensação do pensamento do renomado sociólogo hoje cidadão do mundo. O livro com 195 páginas editado pela Civilização Brasileira reúne confissões, lembranças, reflexões e desabafos, resultado de mais de 10 horas de conversas gravadas em seu apartamento por Miguel Darcy de Oliveira. A informalidade é a tônica da obra onde o autor explicita sua visão atual sobre o Brasil e o mundo.

“Este livro talvez seja o mais espontâneo que já publiquei”. Diz o líder tucano sobre sua obra.

Ao contrário do metalúrgico que achava a leitura pior que exercício físico e da Presidente que faz questão de ser chamada Presidenta e que até agora não fez outra coisa a não ser uma faxina tentando exorcizar os pulhas do governo (pelo menos isso), nosso representante tucano apresenta-se como um ponto fora da curva como bem qualificou o jornalista Augusto Pontes na Veja.

Fugindo da politica nanica FHC prefere fazer história e foge do ostracismo que ronda os “ex” com sabedoria e experiência. Reúne-se com os Elders, grupo de ex-presidentes fundado por Nelson Mandela, protagoniza um documentário onde se discute o problema das drogas “Quebrando o Tabu”, do cineasta Fernando Grostein Andrade, busca soluções para o Oriente Médio, escreve livros e é alvo de elogios até da presidente Dilma Roussef.

Identifiquei na leitura ricos conceitos do ilustre cientista social:

Quem mais comanda hoje é o mercado, não o Estado ou a sociedade, com seus valores e suas políticas. Eu sou contra isso. Numa sociedade democrática, não pode ser o mercado quem comanda. Tem que ser a sociedade.

Quando se tem uma somatória de desemprego, autoritarismo, corrupção, desesperança e, simultaneamente, maior acesso à informação e liberdade de comunicação, a coisa explode.

É a emergência do novo que move a sociedade. Não estamos repetindo o passado nem seguindo modelos de fora. Algo original está sendo gerado aqui e agora.

Considerando sua produção intelectual e, sobretudo sua participação na comunidade científica mundial reputo-o como sendo uma das mais marcantes personalidades deste século. Um líder formador de opinião que se impõe pelo saber, um “maître à penser” como o Nelson Mandela.

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