domingo, 15 de janeiro de 2012

Nem oito nem oitenta.

Suponhamos por hipótese que a maldade e a mentira fossem banidas da face da Terra e que de repente, por um razão ignorada, todas as pessoas do planeta passassem por uma transformação radical realçando as qualidades que dignificam a pessoa como a honestidade, a solidariedade o  amor ao próximo.

Por índole todos seriam bons e honestos.

Toda sociedade, em qualquer quadrante do mundo, viveria em perfeita harmonia num ambiente extremamente saudável onde só existia amor e paz e pureza de pensamentos.

Não haveria discórdia, crimes contra as pessoas, violência urbana, ter-se-ia atingido o Nirvana.

Será que em assim sendo teríamos implantada a Paz Celestial na Terra?

Ledo engano!

Não havendo crimes nem discórdia haveria a supremacia do bem sobre o mal resultando na inutilidade dos presídios, das milícias, dos advogados, dos juízes, dos tribunais, dos exércitos, dos mísseis e todos os sofisticados artefatos para matar.

 Conseguintemente ter-se-ia um contingente incomensurável de desempregados e um acervo fenomenal de inventos e artefatos a serem destruídos como bomba atômicas, mísseis, destroyers, armamentos, tanques de guerra, armas químicas. Talvez a única organização militar admissível nesse cenário utópico fosse os bombeiros.

Por via de conseqüência ter-se-ia estabelecido um tremendo desequilíbrio  social com a onda descomunal de desempregados.

Constata-se a máxima popular “tudo demais é veneno” e  se conclui que não se pode pretender a paz absoluta ,o céu na terra.

Paradoxalmente resulta a necessidade da existência do mal para que se obtenha de volta a normalidade social. Afinal qual seria então o modelo social ideal?

Talvez a solução fosse o meio termo, nem oito nem oitenta. Uma sociedade onde existissem algumas mazelas sociais não com a intensidade atual, mas numa proporção administrável acomodando a todos seus participantes.

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