Suponhamos por hipótese que a maldade e a mentira fossem banidas da face da Terra e que de repente, por um razão ignorada, todas as pessoas do planeta passassem por uma transformação radical realçando as qualidades que dignificam a pessoa como a honestidade, a solidariedade o amor ao próximo.
Por índole todos seriam bons e honestos.
Toda sociedade, em qualquer quadrante do mundo, viveria em perfeita harmonia num ambiente extremamente saudável onde só existia amor e paz e pureza de pensamentos.
Não haveria discórdia, crimes contra as pessoas, violência urbana, ter-se-ia atingido o Nirvana.
Será que em assim sendo teríamos implantada a Paz Celestial na Terra?
Ledo engano!
Não havendo crimes nem discórdia haveria a supremacia do bem sobre o mal resultando na inutilidade dos presídios, das milícias, dos advogados, dos juízes, dos tribunais, dos exércitos, dos mísseis e todos os sofisticados artefatos para matar.
Conseguintemente ter-se-ia um contingente incomensurável de desempregados e um acervo fenomenal de inventos e artefatos a serem destruídos como bomba atômicas, mísseis, destroyers, armamentos, tanques de guerra, armas químicas. Talvez a única organização militar admissível nesse cenário utópico fosse os bombeiros.
Por via de conseqüência ter-se-ia estabelecido um tremendo desequilíbrio social com a onda descomunal de desempregados.
Constata-se a máxima popular “tudo demais é veneno” e se conclui que não se pode pretender a paz absoluta ,o céu na terra.
Paradoxalmente resulta a necessidade da existência do mal para que se obtenha de volta a normalidade social. Afinal qual seria então o modelo social ideal?
Talvez a solução fosse o meio termo, nem oito nem oitenta. Uma sociedade onde existissem algumas mazelas sociais não com a intensidade atual, mas numa proporção administrável acomodando a todos seus participantes.
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