A renúncia de Bento XVI nos remete a várias reflexões de
cunho religioso que são verdadeiros tabus.
Questões como celibato, sexo antes do casamento, uso de preservativos,
são problemas encarados de forma diversa pelos sacerdotes conservadores e os
ditos liberais.
Os conservadores rejeitam a idéia de mudança. Acredito que nenhum
religioso deseja que alguém seja infectado pelo vírus HIV. Mas a Igreja
Católica insiste veementemente contra o uso de preservativos nas relações
sexuais.
A história de padres que pulavam a cerca não é novidade na
comunidade sacerdotal. Tive amigos
padres que mantinham vida sexual ativa com casos amorosos quase de domínio
público que a sociedade sabia e fazia vista grossa.
No Rio Grande do Norte havia um monsenhor que era sabidamente
um verdadeiro D. Juan de batina.
O celibato sacerdotal foi instituído no primeiro Concílio de
Nicéia (hoje Iznik, na Turquia), em 325 três séculos após a existência do
cristianismo, portanto foi uma invenção de um pensamento ocasional e não uma
cláusula pétrea do cristianismo.
Particularmente sou contra o celibato sacerdotal. Ninguém deve
fazer votos de abstinência sexual se bem que o celibato não significa
necessariamente esta abstinência muito embora tenha acolhido este conceito na
atualidade. Mas, ao assumir o compromisso o sacerdote tem que cumpri-lo. A transgressão
transforma o religioso num hipócrita e a hipocrisia corrói a credibilidade da relação com os fiéis.
Os padres devem casar, o celibato deve ser uma opção.
Flexibilize-se o celibato e teremos menos casos de crimes sexuais praticados
por religiosos.
Os pastores protestantes têm filhos e não sofrem nenhum problema
com isso.
Diante das denúncias de prática de pedofilia Bento XVI
limitou-se apenas a pedir desculpas sem adotar nenhuma providência concreta. A
Igreja deve ser mais rígida com os crimes sexuais.
Aliás, com a renúncia Bento XVI dá uma reviravolta na sua
biografia e deixa de ser lembrado com um papado mal sucedido na administração
dos escândalos de pedofilia, um papa cuja administração abrigou o escândalo de
vazamento de documentos oficiais, o Vatileaks , um papado onde se propalou
denuncias de lavagem de dinheiro em contratos do Banco do Vaticano e passará a
ser lembrado daqui a alguns anos como o Papa que renunciou.
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