quinta-feira, 24 de setembro de 2009

RÉQUIEM À PEC DOS VEREADORES

Quosque tandem...
Maurício Montenegro

Réquiem à PEC dos Vereadores.

Vergonha, traição, mentiras, engodo, prevaricação, corrupção, roubo, propina, cartel, quadrilha, falsidade, lama, cobiça, eis a Pátria desnuda e ultrajada.
Toda sociedade perplexa com a traição praticada justamente por aqueles que durante tanto tempo juraram defender seus legítimos interesses.
O Congresso Nacional sangra numa UTI, ferido fulminantemente pela vergonhosa ação de seus membros corruptos e corruptores.
O Poder republicano fragilizado, ultimando-se e agonizante, refugia-se nos delírios pueris de seus arautos.
O Governo é a síntese do caos e a metáfora do rabo preso.
Os mais altos escalões republicanos vivem mergulhados num lamaçal, numa convivência promiscua com delinqüentes, meretrizes, gangsteres, traficantes, são as pústulas da nação.
A representação política esquartejada e emputrecida, com fraturas expostas, as vísceras gangrenadas e purulentas poluem os salões palacianos com odores putrefatos e se arrimam em CPI’s. Estas encenam tragicomédias, óperas bufas, em cenários televisivos e arremates pictóricos, que alimentam o canhão da impunidade com a carne dos criminosos de colarinho branco. Meras pantomimas cinematográficas que certamente acabarão em pisa.
Na planície as carpideiras choram lágrimas de sangue e o povo atordoado procura enxergar a chama da esperança que já não mais se vê.
Repita-se a retórica de Cícero ostracizando Catilina: Quosque tandem abutere Catilina patientia nostra?

Nenhum comentário:

Postar um comentário