terça-feira, 9 de novembro de 2010

ANÁLISE SINTÁTICA

Em outras oportunidades me ocupei das ciladas deste idioma de Camões e de Garret.

O vernáculo de está cheio de armadilhas que aqui e acolá põem em cheque os mais experientes leitores.

Quem já não se viu na encruzilhada ao escrever uma correspondência, uma carta, um artigo, um telegrama, enfim qualquer texto.

Você começa todo animado e de repente esbarra na dúvida: é com dois esses ou com cedilha, é com esse ou com zê, é pegado ou separado, o balaio das dúvidas é grande e repleto.

Nesse mister recebo do amigo Arael Costa uma mensagem que é uma análise sintática uma pérola de ensinamento com uma didática impressionante.

Observem as nuances lingüísticas das sentenças seguintes e como a expressão “filho da puta” assume designação diversa de acordo com sua colocação.

Filho da puta é adjunto adnominal (ou paronomástico), se for "Conheci um juiz filho da puta".

Se for "O juiz é um filho da puta", daí é predicativo.



Agora, se for "Esse filho da puta é um juiz", daí é sujeito.



Porém, se o cara aponta uma arma para a testa do juiz e diz: "Agora nega a liminar, filho da puta!" - daí é vocativo.



Finalmente, se for: "O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, aquele filho da puta, desviou o dinheiro da obra pública tal" - daí é aposto.



Que língua a nossa, não? Filho da puta pode ser tantas coisas...

FANTÁSTICO, HEIN...?!

Vai ver que é por isso que existe tanto juiz filho da puta!

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