quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Balduíno Lelys
Uma fábrica de sonhos.
Arqueólogo visionário e eterno cultor da natureza. Um cidadão do mundo.
Telúrico? Utopista? Nenhuma coisa nem outra. Classifico-o como um ecologista na verdadeira acepção da palavra engajado na luta pela preservação da fauna e da flora do Cariri.
Conheci Balduíno na década de 70, na casa de minha sogra Maria Rosa Jacinto que gozava de sua intimidade.
Mesmo não tendo chance de falar, pois ele não dava trégua me encantei com aquela conversa prodigiosa que mais parecia uma cordilheira narrando suas experiências na selva amazônica comendo jabuti cozido no próprio casco.
Um sertanejo protagonista de uma rica história de vida como uma aquarela gigantesca pintada com pinceis mágicos.
Por conta de sua personalidade franciscana experimentou altos e baixos nas atividades que desempenhou.
Um empresário sem emprego e sem salários.
Seus passos são imprevisíveis ora como empresário exótico como o definiu Machado Bitencourt, ora convivendo em comunidades indígenas pesquisando fósseis milenares, ora dedicando-se à industrialização de medicamentos naturais, ora em atividades didáticas como fundador da Universidade Leiga do Trabalho, em Taperoá, sua cidade natal. Fundador do laboratório Lelis, fabricante de água oxigenada e xaropes.
Um extraordinário ser humano possuidor de invejável inteligência e de uma visão cósmica do universo e sem o menor apego às coisas materiais.
Um escravo da busca do conhecimento.
Autor de palestras para grupos seletos no exterior como ocorreu em Tóquio falando para biólogos e cientistas sobre o processo de fossilização das baleias.
Fez da museologia seu projeto de vida atividade que consumiu todo seu patrimônio material.
Tivemos uma convivência estreita quando o procurei para montar o museu da energia, na Cruz do Peixe (hoje Usina Cultural da Energisa), a pedido de João Agripino Maia de Vasconcelos então presidente da SAELPA concessionária de energia elétrica da Paraíba.
Hoje tive a felicidade de reencontrá-lo na Cinep – Companhia de Industrialização da Paraíba. Conversamos sobre seus projetos e não me surpreendi. Continua com a mesma garra e os mesmos sonhos.
jhgj
sábado, 31 de agosto de 2013
Novo emprego
Você é livre para fazer suas escolhas,
mas é escravo de suas conseqüências. (Pablo Neruda)
“O paralelo é a melhor forma de
julgamento”.
José Américo de Almeida
Estou vivenciando uma nova
experiência.
Abandonei por livre e espontânea
vontade o encanto da ociosidade permitida.
A pesar da idade avançada
suspendi meu merecido ócio remunerado pela aposentadoria e aceitei um novo
desafio.
Assumi, a convite de minha nova
amiga Tatiana Cabral a chefia do Departamento de Engenharia da CINEP –
Companhia de Industrialização da Paraíba.
A experiência acomoda duas
vertentes distintas.
De um lado o enriquecimento da
auto-estima e do outro a perda dos privilégios reservado aos jubilados.
Estabeleço um paralelo para
julgamento das duas situações.
O fato de ter sido lembrado,
sendo um sexagenário, é uma confortável e estimulante massagem no ego.
Sentir-se útil e produtivo é um
rejuvenescimento.
Ter sua capacidade reconhecida e sua
experiência de vida entendida como algo que soma e que pode contribuir
proativamente numa atividade laboriosa é algo fascinante para quem é acolhido.
Faz a diferença ser entendido não
como um estorvo ou algo descartável, mas como alguém capaz de pensar e produzir.
É realmente reconfortante e
encorajador, sem falar no reforço do orçamento doméstico.
Na coluna dos débitos lanço as
desvantagens.
A suspensão repentina da dolce far niente. A suave
indolência como dizem os italianos.
Não poder mais preencher o dia
com amenidades jogando conversa fora com os amigos sem nenhuma obrigação com
horários nem coisas a fazer.
Não poder mais dormir altas horas
da noite e acordar na hora que lhe aprouver deixando-se espreguiçar numa
leniência prazerosa.
Não poder mais desfrutar da
alegria do convívio e das brincadeiras com minhas duas netinhas Luisa e Alice, nas
sextas feiras.
Ter que enfrentar diariamente um
trânsito caótico e estressante no deslocamento para o trabalho e vice versa.
São os ossos do ofício, a lei da
compensação.
Todavia
estabelecendo-se o paralelo a coluna dos benefícios tem mais peso. (Por
enquanto).
segunda-feira, 22 de julho de 2013
O Papa Francisco e a JMJ
Nesta tarde nebulosa do dia 22 de Julho de 2013, exatamente às
15h45min o AirBus A310 da Alitalia aterrissa no Aeroporto Antônio Carlos Jobim
(Galeão), no Rio de janeiro.
Em poucos instantes desembarca seu principal tripulante o
Papa Francisco em sua primeira visita ao exterior prestigiando a 28ª edição da
Jornada Mundial da Juventude (JMJ) programada na cidade do Rio de Janeiro.
No aeroporto S. Santidade é recebido pela Presidente Dilma
Roussef e outras autoridades civis e eclesiásticas como o governador do Estado,
o Prefeito da Guanabara, D. Orani Tempesta arcebispo do Rio de Janeiro e
presidente do Comitê Organizador da JMJ.
O Papa percorreu um percurso ora em carro fechado, ora no papa
móvel, passando pela Catedral Metropolitana, pelo Teatro Nacional e finalmente
de helicóptero alcança o Palácio das Laranjeiras, sede do Governo do Estado, onde
foi oficialmente recepcionado.
Durante todo trajeto o Papa Francisco foi ovacionado por uma
multidão incalculável que se concentrava ao longo das artérias.
O assédio parecia incontrolável e em determinado momento preocupante
quando o ilustre visitante num gesto de simplicidade baixou o vidro do veículo
para acenar causando repentino tumulto por conta das pessoas que romperam os
cordões de isolamento impostos pelos seguranças.
Durante a cerimônia no palácio falaram apenas a presidente
Dilma e o Sumo Pontífice.
A presidente Roussef em poucas palavras reiterou que a preocupação
do seu governo endossa a luta do Papa pela igualdade social.
O Papa Francisco por sua vez reiterou sua admiração pelo
povo brasileiro simpaticamente afirmando que aprendeu que para se comunicar com
os brasileiros tem que ser pela porta do coração e ainda proferiu algumas
frases emblemáticas sobre o evento.
Não trago ouro nem prata, mas o que me foi dado de mais valioso
– Jesus Cristo.
Cristo bota fé nos jovens.
A juventude é a janela pela qual o futuro entra no mundo.
O carisma do Sumo Pontífice ficou patenteado em todos seus
gestos.
Sem sombra de dúvidas pelo que ficou explicitado no início
desta visita o pontificado do Papa Francisco prenuncia-se como um dos mais
ricos da história da Igreja Católica.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
OS SETE FOLEGOS DE ANACLETO GAMBARRA
Anacleto Gambarra não era um expoente, antes um lugar comum
entre os mortais, perdido anonimamente na multidão.
Nada lhe estimulava a auto-estima. Frágil composição
corporal, olhos miúdos e redondos, o cabelo repartido ao meio, um diminuto e fino bigode a lhe adornar o
rosto pálido e redondo.
Trajava com freqüência uma surrada calça escura, um colete
cinza e gravatinha borboleta.
Caminhava rua acima, rua abaixo, como se estivesse numa
busca frenética a um lugar nunca encontrado, sempre conduzindo debaixo do braço
uma inútil papelada encartada num jornal velho imaginando projetar um apelo
intelectual.
Produzia máximas da demência antecipando-se às leis de
Murphy.
“O que é bom pra todos é pra um”.
“Todo jogo começa zero a zero.”
Às vezes em Latim, mesmo
ignorando seu significado.
“Homo quid homo est non flere.” (Homem
que é homem não chora).
Morava com uma tia avó, viúva que o adotou desde os 2 anos.
A subsistência era garantida com a pensão da tia e os parcos recursos de uma
aposentadoria por invalidez.
Uma de suas manias era decorar o dicionário de Português
conseguindo até o momento gravar até a letra “M” no verbete Monopsia – estado
de monopse, palavra para designar quem
só tem um olho e monopsônio que é a estrutura de mercado caracterizada por
haver um único comprador para o produto de vários vendedores.
Nasceu de parto prematuro e complicado que resultou no
falecimento de sua mãe. Seus primeiros dias de vida foram numa incubadora.
Permaneceu três meses sob os cuidados
desse equipamento. Nesse ambiente experimentou sua primeira adversidade quando
um tubo (endotraqueal) colocado no seu nariz indo até a traquéia e responsável
pela ventilação foi inexplicavelmente obstruído. Não teve morte instantânea por
pura sorte.
Seu pai dois anos após seu nascimento foi vitimado por febre
amarela vindo a falecer. Ficou sob os cuidados de Adalgisa sua tia avó.
Aos doze anos foi vítima de outro infortúnio quando sofreu
uma queda ao escalar uma mangueira do quintal de casa. Teve duas costelas
quebradas e uma fratura exposta na perna esquerda.
Aos dezesseis anos teve seu primeiro emprego como ajudante
de zelador na biblioteca municipal.
Adorava sua ocupação e lá adquiriu o hábito pela leitura.
Mais tarde fruto das amizades e de sua dedicação foi contratado como zelador da
biblioteca.
Aos vinte e cinco anos, no lusco e fusco de um dia dos festejos juninos foi atingido por um
busca-pé que lhe causou queimaduras generalizadas incapacitando-o para o
trabalho protagonizando seu quarto infortúnio e proporcionando-lhe a aposentadoria
prematura.
O acidente causou também seqüelas irreversíveis no seu
comportamento. Adquiriu tiques nervosos e um aspecto meio bizarro aparentando
ausência e inquietação. Não era mais o mesmo. Desconhecia as pessoas e tinha
dificuldade no relacionamento. Tornou-se excêntrico e sombrio. Cultivou novo
visual adotando o uso de uma gravatinha borboleta.Este novo Anacleto passou a
ser alvo de chacotas e gozações. Ganhou muitos apelidos como “Data Venia”
expressão com que iniciava suas falas, “Tição Branco”, por conta das
queimaduras e “Manequim de Alfaiate”, devido a indumentária que insistia em trajar.
Sua vida transformou-se num beco sem saída.
Festa da Padroeira. A
cidade engalanada e o povo frenético.
No coreto da pracinha central a bandinha da Prefeitura
Municipal executava marchinhas e dobrados militares para um público cativo na
maioria composto por crianças.
Anacleto depara-se com um caminhão onde um auto falante
anunciava o recrutamento de pessoas para trabalharem num garimpo. Anacleto
intentando fugir dos assédios chistosos imaginou:
“Toda araruta tem seu dia de mingau.”
Sem titubear partiu para mais uma aventura.
No garimpo se envolve involuntariamente, numa briga violenta.
Um dos contendores desferiu duas facadas uma atingindo-lhe o esôfago e outra por um triz não atingiu o coração. Perdeu
muito sangue e desmaiou. Esvaindo-se em
sangue é socorrido pelo capataz que o transfere para um posto de saúde no município
mais próximo.
No segundo dia apos devidamente medicado toma um novo
destino. Resolve abandonar a ocupação de garimpagem por considerá-la
extremamente perigosa e alheia às suas qualificações. Pega carona num paquete sem
um destino prévio. Desembarca no primeiro porto, Rio das Pedras. Uma cidade
ribeirinha com pouco mais de vinte mil habitantes.
Numa estalagem toma conhecimento que estavam recrutando
pessoas realização de um senso demográfico. Inscreve-se e é aceito como
recenseador. Durante dois meses percorreu a zona rural do município
utilizando-se dos mais variados meios de transporte, carroça de boi, canoas e
mulas. Essa nova atividade lhe valeu uma doença tropical. Foi acometido de
malária. Durante meses teve acessos periódicos de calafrios e febre. Sozinho e
anônimo esteve às portas da morte. Teve a sorte do dono da estalagem apiedar-se
de sua situação e prestar-lhe socorro durante a enfermidade.
Radicou-se em Rio das Pedras e la criou raízes. Empregou-se
numa tipografia e maravilhou-se com o novo emprego. Certo dia por negligência
quase decepou a mão numa guilhotina manual, mas perdeu dois dedos o médio e o indicador
da mão esquerda.
Seu patrão numa pitada de humor comentou: Há males que vêm
para o bem. Agora você está habilitado a candidatar-se a Presidente da
República.
Anacleto alegrou-se com o adágio popular matéria de sua
predileção. Ao mesmo tempo ficou matutando sobre a insinuação do patrão.
Ali em Rio das Pedras, longe dos achincalhes de sua terra
natal, sendo uma pessoa respeitada bem que poderia ingressar na política.
Assim pensou e assim fez.
Ano seguinte foi eleito deputado estadual pelo Partido dos
Trabalhadores.
domingo, 7 de julho de 2013
Vandalismo Chapa Branca
Foi fundado
no dia 2 de fevereiro de 1893 por Álvaro Machado então presidente da Província,
sendo seu primeiro diretor o industrial Tito Silva.
Funcionava
num belíssimo prédio do século XIX localizado na Praça João Pessoa. Em 1971, no
Governo Ernani Sátiro, foi transferido para o Distrito Industrial. Ato contínuo,
após a transferência do Jornal, o Dr. Ernani ordenou a demolição do edifício
para ali erguer a Assembléia Legislativa. Foi um gesto tresloucado configurando-se
num verdadeiro ato de vandalismo Chapa Branca. Um crime inominável, como classificou
o jornalista Severino (Biu) Ramos em entrevista concedida para o livro “Uma
viagem no tempo” em comemoração aos 120 anos do jornal.
Dr. Ernani usou
de toda sua autoridade realçada pelo AI-5 que proibia qualquer crítica a
qualquer autoridade do governo. Sendo um homem vigoroso que não admitia ser
contestado muito menos contrariado e não ouviu ninguém. Derrubou.
Causa espécie
considerando ser o Dr. Ernani Sátiro um homem culto e ligado às letras de
repente ignorar o valor histórico e arquitetônico de uma obra tão valiosa.
Poderia perfeitamente ter construído a sede do Poder Legislativo em outra área
da cidade em condições muito mais adequadas. O antigo prédio poderia ser
ocupado com outra função, um museu ou uma galeria de arte, por exemplo. Jamais
demolido.

domingo, 30 de junho de 2013
LEMBRANÇAS
Não
sei por que cargas d’água de repente me ocupo de uma recorrência no banco de
dados de minhas memórias de longo prazo - a episódica e a semântica.
Lembro
do trem chegando nas estações de Bananeiras e Pilar.
Lembro da Churrascaria Bambu, da Sorveteria Paquetá, do Bar Pedro Américo e do Luzeirinho.
Lembro da Churrascaria Bambu, da Sorveteria Paquetá, do Bar Pedro Américo e do Luzeirinho.
Lembro
da Casa de Berta, de Lourdinha, de Marlene, da Pensão de Normélia, de Hosana e
de Maria de Janúncio.
Lembro
dos Cinemas Metrópole, Astória, Felipéia, Brasil, do Café Alvear, da Casa dos
Frios, do Ponto Chic, do Restaurante Lido, do Bar Kerubim, do Bar do Grego, do
Bar Tabajaras, da Toca do Coelho, do Drive In.
Lembro
do Clube Internacional em Cruz das Armas, das Voluntárias, do São Sebastião em
Bayeux e do goiamum do Boca.
Lembro do bonde para o Centro e Tambaú, das
Marinetes, da Cruzadanemas Metrópole,
Astória, Felipéia, Brasil, do Café Alvear, da Casa dos Frios, do Ponto Chic ,do
Restaurante Lido, do Kerubim Bar, do Bar Tabajara,do Bar do Grego , do Drive
In, da Toca do Coelho, do bonde, da Cruzada de Frei Albino, do Palmeiras, do
Corso na Lagoa, do ETLF do Major Ciraulo. Mas não lembro o que comi no almoço de
ontem. Como é que pode. De Frei Albino, do campo do escorrego, do
Palmeiras, do Estrela do Mar e do bloco
ETLF do Major Ciraulo, mas não lembro o que almocei ontem. Como é que pode?
quarta-feira, 19 de junho de 2013
O grito da República
Há 513 anos o gigante permanecia num
sono letárgico, inerte, impassível e sem emoções, numa profunda prostração.
A insegurança, os desatinos, a
corrupção, a improbidade, a falta de perspectiva para o futuro, enfim as
mazelas administrativas concorreram para despertar o gigante adormecido em
berço esplêndido que repente acorda indignado e bafeja sua inquietação em todos
os quadrantes do seu território.
É o que estamos assistindo. Uma
revolta popular como nunca houve em toda história da república. Um grito republicano
audível em todo planeta.
O movimento das “diretas já” tinha um objetivo claro e
definido. O povo espontaneamente alheio a qualquer facção partidária
manifestou-se pela realização de eleições diretas para escolha de seus dirigentes
políticos. Da mesma forma o movimento dos “caras
pintadas” objetivava o impeachment do presidente Collor.
O movimento atual não tem uma bandeira
de luta definida. É um protesto contra uma caixa de pandora. O povo cansou de
ser ludibriado. Cansou pela falta de assistência à saúde, das dificuldades da
mobilidade urbana, da ineficácia dos aparelhos de segurança, da mediocridade do
nível de ensino das escolas públicas, da desonestidade e falta de espírito
público dos dirigentes, dos desacertos da política econômica e da inversão de
valores para estabelecimento das prioridades dos investimentos públicos.
E a agora grita a todos pulmões
BASTA! A paciência chegou aos limites.
Ninguém pode mensurar as conseqüências
e nem o final desta revolta é uma incógnita que se desvendará quando terminar.
Quem viver verá.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
Rousseff versus Thatcher
Margaret (Hilda) Thatcher foi primeira-
ministra do Reino Unido no período de 1979 a 1990.
No início de sua gestão a Inglaterra
amargava um dos piores momentos de sua história convivendo com uma inflação que
alcançou o patamar de 18%, em 1980. Margaret adotou medidas drásticas para conter
a alta inflacionária conseguindo reduzi-la para 8,6%, em 1982.
Sua estratégia na política financeira reconduziu o país para uma posição de destaque no cenário europeu.
Para alcançar seus objetivos pagou caro a conta com altos índices de
impopularidade. Desemprego e diminuição da produção industrial foram os
principais problemas resultantes da nova política antiinflacionária.
Privatizou estatais de telecomunicações,
petróleo, gás, portos, siderurgia, indústria aeroespacial, aviação e
automóveis. Endureceu com os sindicatos. Foi duramente criticada, mas sua
determinação e coragem que lhe valeu o epíteto de “Dama de Ferro” contribuíram
para sua recondução ao cargo por três vezes.
Há quem vislumbre semelhança entre a primeira ministra com a presidente
Rousseff.
Refuto categoricamente a esdrúxula comparação. Nem com o mais possante zoom
identifico qualquer identidade entre ambas a não ser no temperamento. Aí sim. Pode
até em algum momento aproximarem-se. Nas intenções e propósitos elas são
antagônicas e diametralmente opostas. Thatcher expôs-se às críticas e ganhou
impopularidade por suas convicções e desejo incontido de alcançar o bem da
Inglaterra. Rousseff, entretanto preocupa-se tão somente com seus índices de
aceitação popular visando a reeleição. Cada passo, cada gesto seu é cuidadosamente
planejado para impressionar a platéia e capitalizar futuros votos.
“Não vamos parar de crescer”,
enfatiza sem importar as conseqüências de
sua decisão.
Cerceia a ação dos responsáveis
pela política financeira dando a mínima para os resultados.
Com o pensamento fixo em ser reconduzida
ao cargo em 2014 ignora o comportamento do mercado talvez imaginando que seus
poderes sejam uma varinha de condão capaz de afastar as adversidades com magia.
Enquanto isso o fantasma da inflação
ameaça todos os dias a economia brasileira. So não vê o insensato e o egoista.
Só não vê o insensato e o egoísta.
terça-feira, 12 de março de 2013
O golpe do século
O GOLPE DO SÉCULO
De acordo com o Banco Mundial a cidade é o melhor lugar do
mundo para se fazer negócios. Ou seja, um dos países mais ricos do planeta.
Ken Lim Poh um jovem e prestigiado executivo desse País arquitetou
o que poderia ser o maior golpe financeiro de todos os tempos.
Segundo os planos do malaio com um pequeno investimento de dois milhões de dólares era possível
aquinhoar vinte e cinco bilhões de euros numa operação sem riscos que
foi cognominada de Operação Lim Poh.
O alvo do golpe era
os bancos localizados nos paraísos fiscais ao redor do mundo como Bahamas,
Ilhas Cayman, Ilhas Bermudas, Liechtenstein, Mônaco, Luxemburgo e Ilha da
Madeira e Suíça.
Para tanto precisaria montar uma equipe de quarenta especialistas em áreas diversificadas de
atividade como informática, eletricidade, mecânica dos fluidos, química
industrial, segurança eletrônica, navegação
marítima e aérea, poliglotas, pilotos de aeronaves e hackers.
Esta equipe seria treinada durante sessenta dias em local a
ser determinado oportunamente.
Ken Lim contratou head hunters para recrutar os
profissionais em todos os quadrantes do planeta de acordo com um perfil
predeterminado.
Os recrutados deveriam ter boa aparência, formação
universitária, trato agradável na convivência social. Deveriam também ostentar
uma inteligência acima da média, raciocínio rápido, bom preparo físico e acima
de tudo não podia ter escrúpulos.
Foram pré-selecionados mil indivíduos com estas
características oriundos da Europa, Estados Unidos e América Latina. Desse
grupo formou-se a equipe.
O grupo tinha estrutura organizacional muito simples. A Coordenação
geral era exercida por Ken Lim Poh seguido por um encarregado de finanças e um
outro encarregado de suprimentos.
Como parte do treinamento todos foram obrigados a ler o
livro das Mil e uma noites narrando as aventuras de Ali Baba e os Quarentas Ladrões
e a biografia de ladrões famosos ao longo da história como Al Capone (Alphonce
Capone), Barrabás, Robin Hood, Butch Cassidy e Sundance Kid, Lampião, Madame
Satã (o pernambucano João Francisco dos Santos) e Arsene Lupin o ladrão mais
charmoso do mundo, uma forma didática de estabelecer o clima de transgressão.
O local do treinamento depois de demorada pesquisa foi o
Brasil considerando ter este País uma história rica em ilícitos penais.
Para escolha da cidade percorreram a Serra da Borborema, o
Recôncavo Baiano, o Pantanal Mato-grossense, decidindo-se após os pros e os
contra pelo Planalto Central em Brasília, Capital Federal cenário propício para
desenvolvimento da idéia.
Embarcaram num jato ERJ-145, da Embraer, com capacidade para
50 passageiros e em Brasília se hospedaram no Bay Park Hotel onde foram
reservados 15 apartamentos para acomodar a equipe.
Coincidentemente no mesmo hotel estava acontecendo uma
convenção de um grande partido político e aliados onde participavam Senadores,
Deputados Federais, e Prefeitos Municipais.
Os convencionais foram acomodados na Torre A e a equipe da Operação
Lim Poh na Torre B, do hotel.
A equipe da Operação Lim Poh fez o check in numa quinta
feira às 17h30min. Alugaram cofres para guarda de valores já que todos os
pagamentos eram efetuados em “cash”.
Fizeram um pequeno reconhecimento nas instalações, serviram-se
de um jantar no próprio Hotel e se recolheram às 22h00min.
Dia seguinte iniciaram a montagem dos equipamentos de
comunicação visual no auditório reservado para as reuniões e daí em diante
estabeleceu-se uma rotina. Refeições no próprio hotel, reuniões e algumas horas
de lazer.
Ao final da primeira semana de treinamento aconteceu um
imprevisto inusitado.
O encarregado de finanças se deu conta que todo dinheiro do
grupo havia sido furtado.
Estabeleceu-se o caos.
A polícia foi acionada e também autoridades diplomáticas e a
Interpol.
As primeiras investigações concluíram e identificaram os
responsáveis pelo desaparecimento de vultosa soma em dinheiro vivo.
Os autores do inesperado furto foram ninguém menos que alguns convencionais mancomunados
com funcionários do hotel.
segunda-feira, 11 de março de 2013
Primeiro adultério
Adão ultimamente andava meio entediado apesar do jardim do
éden ostentar uma atmosfera agradabilíssima com dias ensolarados e noites
estreladas, frias e prolongadas.
O desconfiômetro de Eva
aguçado pelo seu sexto sentido acusava que alguma coisa não andava bem.
Adão havia descoberto um novo vegetal que mudava seu humor e
por alguma razão o chamou de Cannabis. Esta experiência lhe induziu a se
interessar por outros tipos de erva e não fazia outra coisa durante o dia senão
provar cada folha que encontrava.
Para tentar distraí-lo Eva e os filhos Caim, Abel e Sete
organizaram um piquenique às margens do Rio Eufrates. Mal teve início o ágape
um fenômeno curioso e deslumbrante aconteceu no céu. Um espetáculo
indescritível formado por uma grande cortina estendida no horizonte formando
arcos que mudavam de cor e de forma
constantemente e com um brilho âmbar. Tratava-se do que viria a ser a Aurora
Boreal.
Enquanto Eva e os garotos se deleitavam com o espetáculo do
firmamento Adão aproximou-se de um novo vegetal e mais que de repente começou a
mascar suas folhas que estavam infestadas de claviceps purpurea o
esporão do centeio que produz efeitos alucinógenos.
Após alguns minutos Adão começou a sentir uma reação
estranha. Não conseguia se manter em pé, tudo em sua volta se movia. Sentia tonturas e uma sensação de desmaio.
Encostou-se a uma árvore.
Os familiares, absortos com o espetáculo celeste, continuavam
ignorando os acontecimentos.
Logo a harmonia transformou-se em algo aterrador. Tudo continuava
girando alucinadamente. As palmeiras dançavam com movimentos semelhantes às bailarinas havaianas dançando a Hula. As pedras assumiam
formas grotescas e ameaçadoras se atraiam e se repulsavam intermitentemente. Adão sentiu que um demônio
habitava seu corpo dominando seus sentidos e sua alma.
Com esforço
levantou-se e gritou para se libertar daquele ente demoníaco mas logo
voltou a cair impotente sobre a relva.
O demônio ria sarcasticamente realçando seu triunfo e
zombando das fraquezas de Adão. O grito, entretanto chamou atenção de Eva que
vendo o companheiro prostrado sobre o solo arrastou-o até o rio e o banhou.
Após o banho Adão sentiu que estava em outro mundo.
Experimentava um novo estágio vendo cores e formas se formarem por traz de seus
olhos fechados. Parecia um caleidoscópio fantástico com imagens exuberantes de
círculos e espirais entrecruzando-se continuamente. Os ruídos das folhagens e
outros sons produzidos por animais transformavam-se em sensações óticas. A cada
som emitido acontecia uma imagem diferente. Tudo lhe parecia mais belo que
antes.
Foi então que ao passar por uma gazela, de corpo esbelto,
pernas longas e chifres espiralados, não se conteve e entregou-se num idílio
amoroso com o animal culminando com um coito inesperado sob o olhar atônito de Eva.
Adão dormiu e acordou com a sensação de estar num mundo recém-criado.
Configurou-se assim o primeiro adultério da história da humanidade.
domingo, 10 de março de 2013
O samurai aloprado.
O Samurai aloprado.
O samurai Toko Nokuda carregava um complexo desconcertante por
conta do tamanho de sua genitália. Suas reduzidas dimensões e por vezes seu
comportamento sexual, quando solicitado, imprimiam-lhe desgostos e
constrangimentos indescritíveis.
Era inconcebível para um guerreiro do Xogunato (governo
militar nipônico) ostentar aquela anomalia.
Freqüentemente passava decepções ao tentar se relacionar
sexualmente, pois o nanico insistia de falhar justo nessas horas.
Por conta desses episódios abomináveis Nokuda travou sério
diálogos com seu minúsculo órgão.
- Você pra mim não passa de uma grande decepção. Sua única serventia é para mijar. Será que
você não se da conta de suas outras funções e de sua inutilidade. Confesso que
muitas vezes me passou pela cabeça decepá-lo com a katana e me livrar de você
de uma vez por todas de você. Vociferava Nokuda observando o falo por trás do
Yoroi.
O coitado do pênis vivia sobressaltado e humilhado. Até que um dia resolveu reagir ao pejorativo e
insultuoso tratamento que lhe era reservado por seu dono.
Numa manhã de inverno para surpresa de Nokuda o falo
intumesceu-se e assim permaneceu toda
manhã numa ereção incomum. Nokuda apreensivo apelou para vários artifícios na
tentava de que o órgão retomasse a flacidez. Pensou em suas batalhas e imaginou
cenas sangrentas, cabeças decepadas, homens mutilados e nada. O “preguinho”
continuava ali firme e duro como uma pedra. Tentou outros métodos. Aplicou um
peteleco na glande que surtiu um efeito contrário. O membro irritado com a
pancada avermelhou-se e aumentou ainda mais o volume e a rigidez. Foi então que
lhe ocorreu uma idéia muito simples, porque não procurar uma relação com um
garoto. Muitos samurais curtiam um garotinho, pois acreditavam que as mulheres
lhes tirava a energia e o sexo entre Kohai (veterano) senpai (calouro) não era
considerado homossexualismo enquanto com os velhos sim.
Surgiu uma dúvida atroz. Será que este comportamento
contrariava o Bushidô. (Código de honra dos samurais).
Violar o Bushidô era o caminho mais rápido para o seppuku (harakiri).
Nokuda depois de muita hesitação convenceu-se que não e procurou um
garoto da aldeia.
O garoto impressionou-se com a tensão do pinto vermelho de Nokuda.
Nokuda dispensou as preliminares e ansioso partiu para os finalmentes.
Na hora aprazada aconteceu um desastre. Quem se mantivera rígido e
potente durante toda manhã e tarde repentinamente vergou. Dobrou-se sem forças
frouxo e brando feito uma piabinha no lago Biwa.
Nokuda sentiu o mundo desabar. Teve uma crise nervosa e ficou em estado catatônico
durante horas. Não acreditava no acontecido. Ao recobrar os sentidos voltando à
normalidade não pensou duas vezes. Olhando firmemente para seu impulsivo membro
desfechou-lhe um único golpe decepando-o pela raiz para e em seguida sentado no piso ensangüentado praticou o
seppuku a única saída honrosa para o guerreiro vencido.
segunda-feira, 4 de março de 2013
CELIBATO SACERDOTAL
A renúncia de Bento XVI nos remete a várias reflexões de
cunho religioso que são verdadeiros tabus.
Questões como celibato, sexo antes do casamento, uso de preservativos,
são problemas encarados de forma diversa pelos sacerdotes conservadores e os
ditos liberais.
Os conservadores rejeitam a idéia de mudança. Acredito que nenhum
religioso deseja que alguém seja infectado pelo vírus HIV. Mas a Igreja
Católica insiste veementemente contra o uso de preservativos nas relações
sexuais.
A história de padres que pulavam a cerca não é novidade na
comunidade sacerdotal. Tive amigos
padres que mantinham vida sexual ativa com casos amorosos quase de domínio
público que a sociedade sabia e fazia vista grossa.
No Rio Grande do Norte havia um monsenhor que era sabidamente
um verdadeiro D. Juan de batina.
O celibato sacerdotal foi instituído no primeiro Concílio de
Nicéia (hoje Iznik, na Turquia), em 325 três séculos após a existência do
cristianismo, portanto foi uma invenção de um pensamento ocasional e não uma
cláusula pétrea do cristianismo.
Particularmente sou contra o celibato sacerdotal. Ninguém deve
fazer votos de abstinência sexual se bem que o celibato não significa
necessariamente esta abstinência muito embora tenha acolhido este conceito na
atualidade. Mas, ao assumir o compromisso o sacerdote tem que cumpri-lo. A transgressão
transforma o religioso num hipócrita e a hipocrisia corrói a credibilidade da relação com os fiéis.
Os padres devem casar, o celibato deve ser uma opção.
Flexibilize-se o celibato e teremos menos casos de crimes sexuais praticados
por religiosos.
Os pastores protestantes têm filhos e não sofrem nenhum problema
com isso.
Diante das denúncias de prática de pedofilia Bento XVI
limitou-se apenas a pedir desculpas sem adotar nenhuma providência concreta. A
Igreja deve ser mais rígida com os crimes sexuais.
Aliás, com a renúncia Bento XVI dá uma reviravolta na sua
biografia e deixa de ser lembrado com um papado mal sucedido na administração
dos escândalos de pedofilia, um papa cuja administração abrigou o escândalo de
vazamento de documentos oficiais, o Vatileaks , um papado onde se propalou
denuncias de lavagem de dinheiro em contratos do Banco do Vaticano e passará a
ser lembrado daqui a alguns anos como o Papa que renunciou.
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Alice - 1º Aniversário

Alice chegou deslumbrantemente linda e exuberante como Luisa
a primeira.
Nasceu com 49,5 cm e pesando 3,155kg.
Logo cedo deu provas que tem muita vontade e determinação
quando aos berros reclamou da temperatura do berçário com saudades da barriga
da mamãe como a dizer “ali se vive bem” (desculpem o trocadilho).
Neste primeiro ano demonstrou ter uma personalidade superlativamente comunicativa e uma empatia
inigualável com todos que a procuram.
Hoje completa, portanto seu primeiro aninho de existência.
Te amo Alice, tanto quanto à Luisa sem tirar nem por.
Feliz aniversário minha querida.
O mundo de minha neta Alice é um pouco diferente do mundo
encantado criado por Lewis Correl pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson romancista e poeta
britânico.
Aquele recheado de
personagens antropomórficas da toca do Coelho, a Lagoa de Lágrimas, os
Conselhos da Lagarta, Porco e Pimenta, Chá de loucos, Campo de Croqué da Rainha
de Copas, Tartaruga Falsa, a Quadrilha da lagosta e este nodoado pelas guerras,
pela fome, uma sociedade desnorteada e insegura navegando num oceano de religiões, como o Hinduísmo com seus
32 milhões de deuses, com nações sob o jugo de caudilhos, com um Papa renunciante,
enfim um buraco negro. Mas com certeza um fio de esperança reservará para minha
neta uma sociedade livre e feliz.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Idílio psicótico
O idílio psicótico entre uma lâmina de barbear
e uma verruga facial resulta na moral de que o prazer é efêmero e tem um custo.
Sempre que a verruga sentia a aproximação da lâmina de
barbear ficava sob uma enorme tensão que lhe causava tonturas e ânsias de
vômito e uma sensação mórbida de horror. Um frenesi.
A lâmina pressentindo o temor da pequena protuberância
procurava tranqüilizá-la.
– Ei verruga, não
tenha medo. Não vou lhe machucar. Tenho enorme admiração e curto um montão esta
tua aparência de solo lunar e formas sensuais que me incitam a libido.
A verruga ouvia o galanteio da lâmina guardando desconfiança.
Não acreditava nem um pouco no que estava ouvindo.
- Deixa-me te massa
gear, propôs a lâmina procurando imprimir o máximo de sinceridade em suas
palavras. Garanto que não te arrependerás.
A verruga criou alma nova e resolveu aceitar o assédio da
lâmina.
A lâmina se aproximou e iniciou uns movimentos de vai e vem
ora no sentido ascendente escalando suas encostas ora descendo suavemente.
A verruga começou a
ficar excitada e pensou numa frase de um almanaque; “Você é livre para fazer
suas escolhas, mas é prisioneiro das conseqüências”.
A lâmina continuou suavemente os movimentos de vai e vem e
justo quando a verruga estava alcançando o orgasmo de tanto prazer vapt – vupt cortou-a pela base num gesto abrupto.
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Poema para minha Mãe.
Shalom Aleikhem Gardel “EL Morocho del Abastos” que cantou os segredos da alma
e do coração, Shalom Aleikhem Raul Seixas “metamorfose ambulante”, o maluco
beleza de maior lucidez do século, Shalom Aleikhem Jorge Amado Cavaleiro da
Esperança, Shalom Aleikhem Vinícius poeta maior e tradutor dos sentimentos,
Shalom Aleikhem Pixinguinha que transformava fusas e semifusas em adornos
sentimentais, Shalom Aleikhem Pe. Zé que abraçou a defesa dos carentes e
desvalidos, Shalom Aleikhem Sebastião Matias que transformava um tosco pedaço
de madeira em poesia, Shalom Aleikhem Dolores Duran que cantou o amor em vários
idiomas, Shalom Aleikhem Pe. Chico Pereira que escrevia em três dimensões,
Shalom Aleikhem Sevi Falcão um virtuoso tangedor de cordas, Shalom Aleikhem
Eduardinho (Magalhães) cidadão do mundo, Shalom Aleikhem D. Liquinha que amava
os filhos que amava as plantas, que amava os animais, que amava tudo...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
A renúncia de Bento XVI
O mundo inteiro está perplexo com a renúncia do Papa Bento
XVI previamente anunciada para o dia 28 de Fevereiro próximo.
As especulações sobre os motivos do inesperado gesto papal são
as mais diversificadas.
A Igreja católica defendendo seus tabus tem amargado um
distanciamento e indiferença de muitos católicos ao redor do mundo.
Tomando-se como exemplo o Brasil por ser um dos países de
maior densidade católica do mundo 96% dos jovens brasileiros católicos são
favoráveis ao uso da camisinha para evitar gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Esta e outras
constatações como sexo antes do casamento, o aborto são temas polêmicos que
precisam ser enfrentados pelo catolicismo para continuar exercendo seu papel
aglutinador e sob pena de perder espaço para outras doutrinas.
O enfrentamento dessas questões em Roma requer a
liderança de um Sumo Pontífice liberal com ideal heterodoxo.
O cientista da religião Jung Mo Sung, da Universidade
Metodista do Estado de São Paulo (Umesp) afirma que “Bento XVI prefere uma Igreja menor e mais atuante em vez de uma maior
sem atuação coerente e consistente”.
Além da queda
vertiginosa de seus adeptos a Igreja Católica tem experimentado um processo de desvirtuamento de seus
ofícios.
A comunidade
cristã tem procurado a Igreja como se fosse um supermercado.
Elaboram
verdadeiros shows artísticos nos casamentos e batisados, como se fosse uma
produção hollywoodiana sobrepujando os princípios fundamentais do catolicismo.
“Vivemos uma
igreja fast-food.”
Em sendo Papa
Bento XVI notadamente conservador deve vir sofrendo um assédio espetacular dos
cardeais que desejam estas mudanças.
Acredito ser esta
uma das principais razões de sua renúncia.
Pela primeira vez ouvivremos falar de um ex-Papa.
Em março
deveremos ter dois papas, um com poder e outro sem.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Segurança do Trabalho
A Segurança do Trabalho é um conjunto de medidas adotadas
para minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, proteger a
integridade e a capacidade de trabalho dos obreiros e eventualmente quem visita
o canteiro de obras.
Lamentavelmente este é um assunto tratado na indústria da
Construção Civil com indiferença e vezes com negligência.
As empresas quando
muito contratam técnicos de segurança e adquirem alguns equipamentos de
proteção individual e com isso julgam que estão cuidando da segurança.
Alguns usam de má fé como é o caso que surpreendi numa
edificação próxima a minha residência onde se colocavam patamares de proteção
apenas na fachada principal do prédio para ludibriar a fiscalização como se
todas as fachadas estivessem protegidas.
Erroneamente alguns construtores reservam pouca ou nenhuma
atenção a um assunto tão importante.
Alguns sob alegação que em sua empresa nunca houve acidentes
concluem erroneamente que não devem investir nesse mister. Ignoram que nunca se
sabe a hora que um acidente pode acontecer.
Uma equipe de segurança do Trabalho (SESMT – serviço especializado
em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) é formada por Técnico de
Segurança, Engenheiro de Segurança, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho.
Em cada obra deve ter a CIPA – Comissão interna de Prevenção de acidentes).
Falando em Segurança do Trabalho não basta a existência
desses entes é preciso que todos os membros da empresa estejam envolvidos desse
propósito. Somente assim se constituirá uma empresa socialmente correta
eficiente, segura, organizada e mais produtiva.
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