quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Carta a Sudenil.

Caro amigo Sudenil,


Vejo que você trocou os KVA´s dos transformadores pelos HP´s dos veículos.

Isso não constitui nenhum problema para uma inteligência privilegiada como a sua.

Como temos um hábito comum de gostar das coisas bem acertadinhas me animo em descrever-lhe minha recente experiência com a troca de minha carteira de habilitação.

A questão do trânsito sempre foi uma questão mal resolvida neste País.

Em que pese o crescimento vertiginoso da frota de veículos, ano a ano, e a estagnação das vias de circulação que não crescem na mesma proporcionalidade para acolher o fluxo demandado, há que se considerar a questão principal que é a questão cultural e despreparo dos condutores e também de alguns equívocos inseridos no próprio código nacional de trânsito.

Observe por exemplo a questão da renovação da carteira de habilitação.

Você tem que se submeter a um teste onde é questionado sobre questões secundárias de sinalização e normas de circulação.

Julgo esta providência uma inversão de prioridade.

Considere por exemplo um indivíduo com setenta anos, como é o meu caso, que dirige ha mais de cinqüenta anos, que seria mais importante, saber se ele conhece o que significa segmento de tráfego, transposição de faixa, balanço traseiro, ou conhecer como andam seus reflexos, sua acuidade, mobilidade. O que é mais importante testar seus conhecimentos sobre sinalização que ele vem demonstrando ha décadas ou sua acuidade. Estes sim são atributos importantes que se devem avaliar no idoso.

Pasme. Em nenhum momento fui avaliado ou analisado quanto aos meus reflexos.

Quais são minhas reais possibilidades ao enfrentar as adversidades na condução de um veículo? É importante conhecer ou não é?

Estabelece-se uma inversão de valores nas prioridades que considero falhas do nosso código.

Por outro lado os agentes de trânsito parecem treinados para uma função mais de aplicação de multas do que para ordenar o trânsito fazendo-o fluir com celeridade e segurança. Procuram posições estratégicas camuflados para flagrarem os infratores. Não esboçam o menor gesto ou nenhuma providência voltada para a educação e uma mudança de mentalidade dos condutores. A preocupação é multar.

Ainda temos que amadurecer muito tanto usuários como os agentes do trânsito para alcançar um sistema eficaz e bem sucedido.

No mais aceite meu efusivo abraço.

Do amigo de sempre

Maurício.

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