Não entendo porque o Presidente Lula insiste em olhar para o retrovisor.
Em que pesem os índices de popularidade, uma fala aqui outra acolá, ele retoma o paralelo entre seu governo e o do seu antecessor Fernando Henrique. É uma constante no discurso presidencial negar o que de bom foi feito e apoderar-se de tudo que herdou como se fosse de sua autoria.
“Estou cada vez mais convencido que nunca na história desse País...”. É o intróito para as tempestuosas críticas do Presidente ao governo anterior com destaque para a privatização das estatais e a política social, tudo com uma pitada de autoritarismo “O Brasil sou eu”, como a parafrasear o Rei Luis XIV, da França com a famosa máxima “L´État, cést moi”.
Sobre este assunto meu irmão Cláudio me remete a um texto publicado na Folha de São Paulo, de autoria do ex-presidente FHC , com o título “Sem medo do passado”, onde o sociólogo esclarece os fatos que o PT tenta obscurecer e desmistifica a natureza redentora e salvacionista do Governo Lula.
O Ex-Presidente lembra os benefícios oriundos da estabilização da moeda e da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES e da modernização da Petrobrás.
Sobre as críticas à privatização FHC argumenta com um elenco de providências estruturantes do seu governo que contribuíram para empurrar o País na direção do desenvolvimento.
Como a Petrobrás que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada com a flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.
Lembrou o fortalecimento do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, libertada da “politicagem”. Ainda os ganhos auferidos com a privatização do sistema Telebrás com expressivas vantagens para o povo brasileiro.
Acrescenta que a privatização da Vale resultou no pagamento de impostos ao governo muitas vezes superior aos dividendos auferidos quando a empresa era estatal.
A Embraer, hoje orgulho nacional, só alcançou o prestígio que hoje desfruta depois de privatizada.
Reclama às críticas à política social do PSDB. Segundo FHC o Real diminuiu a população pobre de 35% para 28% do total. Este índice continuou caindo até chegar a 18%, já sob Lula, graças ao efeito acumulado de políticas sociais e econômicas antes adotadas.
Esclarece que os programas de transferência de renda (Bolsa Família) não são obras do “galinho de Chanteclair” como apregoam os lulistas. Começaram em Campinas e no distrito Federal e ganharam abrangência nacional no seu governo.
O ex-presidente conclui com uma sentença: Eleições não se ganham com o retrovisor.
Julgo que o sociólogo está coberto de razão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário