quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DO FUNDO DO BAU II

BUEIRO BR 343


Na década de 80 me transporto para o Piauí, a serviço da Construtora Irmãos Cabral, para execução dos serviços de pavimentação de um trecho da BR 343 entre as cidades de Amarante e Floriano.

Os serviços de implantação básica haviam sido iniciados há mais de um ano e um bueiro duplo tubular de aproximadamente 20,00m de comprimento fora concluído e medido, porém o contratante (DNER, hoje DNIT) não efetuou o pagamento em razão de um questionamento levantado pela Consultora contratada para fiscalização dos serviços (SONDOTÉCNICA).

Alegava o Eng.º Fiscal que o resultado do ensaio realizado para verificação da resistência à compressão do concreto utilizado no berço do referido bueiro não estava dentro dos limites estabelecidos nas especificações.

A recomposição do bueiro implicava também o arrasamento e reconstrução de um aterro de aproximadamente oito metros de altura.

O problema vinha sendo protelado há quase um ano.

Quando assumi a direção da obra a construtora já havia se dado por vencida e assimilado a ideia de arrasar o aterro e o bueiro para sua devida reconstrução.

Alguns indícios favoreciam a dúvida de reconstruir ou não.

Só foi realizado um teste de resistência, nenhuma contra prova. Os valores encontrados pouco ou quase nada diferiam da especificação.

Passado todo esse tempo a obra não indicava o menor vestígio irregularidade.

O aterro permanecia estável e o bueiro uma linha perfeita em toda sua extensão.

Mesmo diante desses atenuantes, orientação da consultoria era de que a obra d’arte tinha que ser refeita quando sua aceitação fosse mais uma a questão de bom senso.

Foi quando conseguimos convencer o fiscal para que efetuássemos uma última tentativa realizando um teste de resistência à compressão com um deflectômetro de impacto tomado por empréstimo na Unifor (Universidade de Fortaleza)

O teste foi realizado, constatou-se a integridade da obra e os serviços foram aceitos e pagos.

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