terça-feira, 1 de novembro de 2011

DO FUNDO DO BAU

Registro a partir de hoje fatos ocorridos ao longo dos anos, no exercício da profissão, e guardados na memória por sua singularidade ou senso de humor.

Muitas vezes o engenheiro se depara com situações embaraçosas que desafiam a perspicácia e exigem um pouco de criatividade na sua solução.

Às vezes a singularidade do fato envolve um sentido curioso ou inusitado, outras vezes se caracterizam por tiradas bem humoradas que enriquecem o anedotário.

Aqui serão narrados fragmentos da história por mim vivenciados no exercício da profissão.

GUNÇAR

Recém-formado fui contratado pelo DNOCS- Departamento Nacional de Obras Contra as Secas para gerenciar a implantação de um projeto de irrigação no açude público Sumé, no Estado da Paraíba. Certo dia precisei contratar um prestador de serviço para a confecção de uma cerca numa área do projeto.

O Sr. Ramiro, chefe do escritório local, me apresenta um senhor simpático, bem apresentado e bem afeiçoado chamado Mariano Japiassu, conhecido na cidade como Pissu.

Logo após as apresentações de praxe iniciamos a negociação e questionei o preço pretendido para os serviços.

O Sr. Pissu argumentou que não podia ser mais em conta, pois o serviço envolvia várias ações, e declinava:

- Tenho que cavar a cova, colocar as estacas, esticar os arames, grampear e gunçar.

Fiquei intrigado sem entender o significado daquele termo “gunçar”. Mas não quis dar o braço a torcer para não passar a ideia de desentendido.

Ao final, concluída a contratação dos serviços e estando a sós com o Sr. Ramiro, indaguei:

-Ramiro que é que é gunçar?

- É afinar a ponta da estaca para evitar que o acúmulo de água quando chover não apodreça a madeira.

- Ah! Entendi. Aguçar.

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