domingo, 6 de novembro de 2011

DO FUNDO DO BAU VI

CIMENTO POZOLÂNICO


Na década de 70 fiz parte de uma empresa de engenharia a Sama – Sociedade Anônima de Mecanização Agrícola. Ganhamos uma concorrência na Prefeitura Municipal durante a Administração de Dorgival Terceiro Neto (Março de 1971 a Julho de 1974) para execução da pavimentação da Avenida Campos Sales, hoje Argemiro de Figueiredo, no bairro do Bessa, em João Pessoa.

O pavimento foi dimensionado com emprego de uma base solo-cimento.

Na confecção dessa base, em cada estaca (unidade equivalente a 20,0m) distribuíam-se 27 sacos de cimento de 50,0 Kg que era misturado e homogeneizado com auxílio de uma moto niveladora e grades de disco.

A cada 100,00m, uma vez concluída a compactação, efetuava-se um furo para extração de amostra do material para teste da resistência à compressão.

Concluído os primeiros 500 metros os testes realizados indicaram valores não compatíveis com as especificações. Originou-se uma pequena discussão técnica.

A metodologia utilizada foi a usual. O número de passadas dos equipamentos de compactação e a quantidade de cimento foram confirmados pela fiscalização. O que havia de errado? Mesmo assim houve que arrasar 300 metros de base.

Efetuava-se o arrasamento com o escarificar da moto niveladora.

A dureza do material de base era tanta que chagava a quebrar os dentes do escarificador.

O que nos chamou atenção.

Casualmente num contato com Jesuíno, gerente da Cimepar (fabrica de cimento) tomamos conhecimento que por conta de uma crise de combustíveis as fábricas estavam produzindo o cimento Pozolânico e não o Portland comum.

Enquanto o cimento Portland comum requeria 28 dias para a cura o Pozolânico requeria mais tempo talvez 30 ou 35 dias, mas ao final apresentava resistência superior. Ou seja os testes deveriam ser realizados com idade maior da base.

Esta informação salvou a pátria e o prejuízo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário