O amigo Eduardo Magalhães, cientista político, enviou-me, de Maceió, uma “pérola” da produção presidencial.
Um vídeo com dois discursos do Presidente Lula. Duas falas sobre o mesmo assunto. A questão do assistencialismo.
A fala do Presidente assume conotações contraditórias acudindo ao seu interesse pessoal.
Primeiro numa cerimônia, em Belo Horizonte, o Presidente condena contundentemente os críticos do bolsa família. Argumenta tratar-se de um excelente programa social de combate à fome e a pobreza. Não enxerga na política adotada por seu governo o menor vestígio de assistencialismo ou de embromação demagógica para anestesiar as classes menos favorecidas e perpetuar seu prestígio.
O segundo discurso é uma gravação feita no ano 2000. Nessa fala, o então Presidente de Honra do PT, critica com veemência a política social do governo alegando justamente os mesmos argumentos utilizados pelos críticos do Bolsa Família.
Lamenta que o povo brasileiro é induzido a pensar pelo estomago e não com a cabeça. E argumenta que é por isso que os candidatos distribuem tickets de leite, vale refeição e outros benefícios como moeda de troca na época de eleição.
Acrescenta que o povo é tratado como Cabral fazia com os índios quando chegou ao Brasil, distribuindo bijuterias e espelhinhos e outras bugigangas. Tudo urdido para perpetuar a política de dominação que é secular, no Brasil, segundo o entendimento presidencial.
Muito interessante a lógica presidencial.
Quando eu faço está correto. Se for você quem faz é enrolação.
É a lógica da contradição.
Faça o que eu digo, mas não o que faço, é a conclusão.
Cabe a pergunta: quem está certo o Presidente ou o candidato.
Como candidato ele execrava o assistencialismo.
Como Presidente ele cultua.
É uma pena que as palavras ditas caiam no esquecimento com tanta facilidade.
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