segunda-feira, 9 de novembro de 2009

A lógica de Lula.

O amigo Eduardo Magalhães, cientista político, enviou-me, de Maceió, uma “pérola” da produção presidencial.

Um vídeo com dois discursos do Presidente Lula. Duas falas sobre o mesmo assunto. A questão do assistencialismo.

A fala do Presidente assume conotações contraditórias acudindo ao seu interesse pessoal.

Primeiro numa cerimônia, em Belo Horizonte, o Presidente condena contundentemente os críticos do bolsa família. Argumenta tratar-se de um excelente programa social de combate à fome e a pobreza. Não enxerga na política adotada por seu governo o menor vestígio de assistencialismo ou de embromação demagógica para anestesiar as classes menos favorecidas e perpetuar seu prestígio.

O segundo discurso é uma gravação feita no ano 2000. Nessa fala, o então Presidente de Honra do PT, critica com veemência a política social do governo alegando justamente os mesmos argumentos utilizados pelos críticos do Bolsa Família.

Lamenta que o povo brasileiro é induzido a pensar pelo estomago e não com a cabeça. E argumenta que é por isso que os candidatos distribuem tickets de leite, vale refeição e outros benefícios como moeda de troca na época de eleição.

Acrescenta que o povo é tratado como Cabral fazia com os índios quando chegou ao Brasil, distribuindo bijuterias e espelhinhos e outras bugigangas. Tudo urdido para perpetuar a política de dominação que é secular, no Brasil, segundo o entendimento presidencial.

Muito interessante a lógica presidencial.

Quando eu faço está correto. Se for você quem faz é enrolação.

É a lógica da contradição.

Faça o que eu digo, mas não o que faço, é a conclusão.

Cabe a pergunta: quem está certo o Presidente ou o candidato.

Como candidato ele execrava o assistencialismo.

Como Presidente ele cultua.

É uma pena que as palavras ditas caiam no esquecimento com tanta facilidade.

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