sábado, 7 de novembro de 2009

A rameira e o Monsenhor.

Valdemir Bezerra era uma pessoa maravilhosa. Um ser humano notável. Bem humorado e um dos os papos mais agradáveis que já tomei conhecimento. Grande prosador. Uma conversa com Valdemir tinha gosto de maná do céu.

Almoçávamos no Hotel Vila do Príncipe, em Caicó. Valdemir lembrou que ali fora o berço natal do Monsenhor Walfredo Gurgel. Sacerdote, educador e político. Foi Deputado Federal, Senador e Governador do Estado. Também diziam que tinha uma queda pelos “rabos de saia”. Conta Valdemir que certa vez um sujeito espertinho, malandro, sabedor do lado conquistador do sacerdote urdiu a seguinte peça: deu um banho de loja numa meretriz alencarina, uma morena nova, bonita e com seios avantajados. Sapecou-lhe um vestido com um decote ousado, uma saia bem justinha para realçar suas curvas, pernas grossas, cintura fina, um “pitel”. Tentou e conseguiu uma audiência com o padre governador. A moça, apresentada como sendo esposa do vigarista, sentou-se numa cadeira em frente à mesa dos despachos, com as pernas cruzadas numa postura propositadamente provocadora.

O malandro argumentava que era recém casado e passava dificuldades e queria um emprego etc. e tal.

A “esposa” cruzava e descruzava as pernas, maliciosamente, sob o olhar sorrateiro do governador.

Passados alguns dias encontram-se numa solenidade qualquer.

O malandro, agora servidor público, cumprimenta o governador.

- Como vai Excelência?

- Vai tudo bem. Você com seu emprego, sua puta com meu anel e eu com uma bruta blenorragia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário