quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A corrupção.

Transporto-me ao Planalto Central. Focalizo a Praça dos Três poderes e me permito uma metáfora intrigante: a corrupção ora é côncava ora convexa. Tudo depende de sua origem. Apesar da forma não está perfeitamente definida o endereço sempre é conhecido. Ocupa os palácios e os escritórios luxuosos de importantes executivos.

Persistindo na metáfora pode-se dizer que apesar de insípida, incolor e inodora ela não é indolor. Doe e corroe o íntimo da gente. É volátil ocupa todos os espaços (Poderes) em sua volta.

Embora de origem pré-histórica apresenta-se sob os mais diversificados disfarces, num mimetismo ensaiado com foco nos tímidos orçamentos municipais até esquemas milionários para sugar as caixas fortes da União.

A anatomia desses crimes começa a ser tramada e definida desde a feitura do orçamento da União e tem ramificações na contratação de obras e serviços públicos.

Caracteriza-se pelo uso ilegal e malversação dos recursos públicos pelos gestores que se utilizam da posição de poder para realizarem atos ilegais contra a sociedade.

Sua execução permeia sofisticados caminhos desde meias e cuecas até os paraísos fiscais em operações urdidas nas insídias palacianas.

Os agentes públicos ungidos por símbolos distinções, privilégios e imunidades perpetram os mais insidiosos crimes contra a sociedade. Extorsão, suborno e nepotismo são o menu principal.

O historiador britânico Lord Acton pronunciou uma frase que se tornou legendária “O poder tende a corromper – e o poder absoluto corrompe absolutamente”.

O mais inquietante e que provoca maior indignação é a impunidade.

A não ser alguns gravames imputados aos pequenos delinqüentes dificilmente se noticia a prisão dos casacudos criminosos de colarinho branco. Via de regra tanto os corruptos quanto os corruptores conseguem ludibriar os tribunais e permanecem ilesos usufruindo das benesses obtidas por meios ilícitos.

Cabe a pergunta: Que fazer para mudar tudo isso?

Ao que parece sobra legislação para identificar e punir os criminosos. O que há é um desvio coletivo de comportamento, uma inversão de valores e a corrosão do caráter.

A solução está em cada um de nós e passa necessariamente pela educação.

Certamente uma política que dê prioridade à educação transformará o homem e, as gerações futuras poderão experimentar as mudanças em direção a um mundo melhor.

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