terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ciladas III

Ainda garoto, morava ali na Camilo de Holanda.
Convivia numa corriola sadia e alegre que se dava aos pequenos vícios. Bater pelada no campo do escorrego, onde hoje é a Praça Pedro Gondim, roubar as mangas e cajus no sítio do pai de Otacílio, fumar escondido, se masturbar no banheiro e a noite comer as empregadinhas nos terrenos baldios.
Camisinha?! Nunca ouvi falar.
Lembro de Nonô, Janca, Coelhinho,dos Carneiros (Beba, Daniel, Tarcisio e Joaquim), Deca, Marcelo Soares, Marcos de Moacir, Otacílio, Erlon e Breno Machado, Neco Ramalho, Marcão, Onildo, Braguinha, e os sobrinhos de “seu” Napoleão, pai de Luiz Augusto Crispim, o mais velho Humberto e o mais novo, Hercílio, que tinha a alcunha de Mirim.
Hercílio era metido à intelectual.
Esclareceu-me as primeiras ciladas do vernáculo. Falou-me sobre a conotação que assume certas palavras de acordo com sua colocação e entonação na frase.
Explicava Mirim: Geruza foi cobrar uma conta e picas pra mãe de Inácio. Quer dizer: não recebeu nada. Inácio ofendido com o insulto à sua genitora replicou: Prá mãe de Inácio uma pica. Quer dizer, vade retro satanás, pica prá qualquer outra mãe, menos a sua.
Que línguasinha complicada, né?

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