quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O boteco de Samuca

O boteco do Samuel, o Samuca, era ponto de encontro inevitável da pequena Vila do Resplendor.

O estabelecimento era freqüentado não somente para bebericagem, mas por quem estava ávido pelas novidades do lugarejo. O estabelecimento era pequeno, mas aconchegante e muito limpo.

Entre sua clientela circulava até uma moeda própria que Samuel improvisara para suprir a falta de troco. O papel que tinha a rubrica de Samuca dava direito a um bônus e poderia ser permutado por mercadoria ou dinheiro em espécie quando acumulasse determinada soma por ele estipulada. Os fregueses chamavam de Samdolar.

A maioria dos negócios de Resplendor iniciou-se no Samuca.

As vezes assemelhava-se a um sofá de psicanalista quando alguém cochichava com o Samuca contando as mágoas ou pedindo um conselho. Ele sabia escutar e dar apoio.

O Samuel enquanto atendia seus clientes conversa animadamente mantendo todos bem informados do que acontecia em Resplendor.

Quer saber quem está traindo quem, quem está com doença terminal, quem vai ser mãe solteira, quem muda de sexo às escondidas, é só ir ao Samuca.

Samuca, grande prosador, sabia de tudo e tinha resposta para todas as perguntas.

Nada ficava sem resposta. Quando não sabia sempre tinha um álibi para despistar.

Certo dia aproxima-se um forasteiro.

- Seu Samuca o Sr. sabe onde fica a rua 5 de Agosto lá na Capital?

- De que ano?

Nada mais foi dito

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