segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O apelido.

Não consegui precisar a data nem de onde surgiu o hábito de colocar apelido nas pessoas, sei que é uma prática difundida no mundo inteiro e que o termo origina-se do latim “appellitu”.


O apelido, mesmo pejorativo, cola nas pessoas e as acompanham mesmo após a morte.

Um detalhe, se o indivíduo faz caso e se aborrece com seu apelido aí que ele pega e não desgruda mais.

Existem pessoas que são pródigas na arte de apelidar. Um pequeno nome traduz com riqueza e precisão matemática um defeito físico ou característica corporal. Os autores dos apelidos demonstram uma grande imaginação criativa e um poder de síntese maravilhoso.

O rol de exemplos exóticos e b em humorados é incomensurável. A escola de engenharia era um verdadeiro celeiro de alcunhas.

Um colega de turma, José Elpídio, pouco falava, sisudo, recebeu a alcunha de ”Cú de boneco”. Pode existir algo mais fechado? Outro tinha uma coceira interminável, foi batizado Chanhobrás. Um fiscal de obras que fedia muito era “ecossistema”. Um ex-professor apresentava uma perna menor que a outra. A perna menor ao dar a passada fazia um trejeito como um “esse”. Ganhou o apelido de ponto e vírgula. Três pernas era outro que nasceu com certas vantagens fisiológicas. Pato Louro, Pedrinho (Pedro Gomes) tinha a pele escura. Carlos Bezerra dormia muito, era Gato de Hotel; um que vivia nas igrejas era Semana Santa, outro tinha uma boca enorme era Boca de Caçapa, Bafo de cú, dispensa explicação.

Meu colega e grande amigo José Francisco Nóbrega, por sinal, Zé Galinha, contou-me, na varanda de Daniel, o seguinte episódio:

O Vereador Cabral Batista compôs uma comitiva de recepção, no Aeroporto Castro Pinto, ao ex-presidente Castelo Branco, em visita à Paraíba.

Ao saudar o ilustre visitante o Vereador pomposamente as pecou:

- Seja bem-vindo à Paraíba.

O Presidente o encarou e retrucou:

- O que foi que o Sr. disse?

- Eu disse seja bem-vindo à Paraíba.

Houve um ligeiro tumulto e logo Cabral foi estrategicamente afastado sabendo depois que “bem-vindo” era um apelido do Gal. Castelo, adquirido no colégio Militar, o qual detestava.

Alguns engraçados outros que podem causar traumas, humor a parte, os apelidos sempre existiram e assim será ad eternum.

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