domingo, 21 de março de 2010

Padre na Política.

Aqui pra nós, sempre achei meio esquisito essa questão de padre na política.


Acho que em uma das postagens do ano passado me ocupei deste assunto. Retorno ao mesmo tendo em vista o pronunciamento de D. Aldo Pagotto nos meados desta semana abordando a posição da Igreja sobre a matéria.

Sei que alguns podem até desaprovar meu ponto de vista considerando-me desinformado em questões eclesiásticas ou até mesmo retrógrado.

Na realidade considero um equívoco, "um desvio de função", a participação ativa dos padres na política.

No meu julgamento o Padre e a Política formam um antagonismo de fato, e constitui uma questão polêmica que tem sido bastante discutida nos círculos intelectuais e religiosos.

Não se trata de ser contra ou a favor.

É simplesmente uma constatação de incoerência e de ambigüidade.

A história está repleta de exemplos de padres que participaram e participam da política quer como legisladores ou exercendo cargos executivos.

Em setembro de 2009, o Papa Bento XVI, ao recepcionar os bispos no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, foi enfático e literalmente contra essa prática. Em seu discurso cobrou dos sacerdotes para que estes se afastem de um engajamento pessoal na política.

Foi esse o recado que D. Aldo transmitiu esta semana na TV, alertando àqueles sacerdotes que militam ativamente na política que não mais fará ouvidos de mercador para esta questão e irá agir com severidade no cumprimento das recomendações de Sua Santidade o Papa.

De fato ao fazer uma opção político-partidária o sacerdote cria, no seio de sua comunidade, uma área de divergência que dificulta sua ação evangélica.

O recado do Papa foi cristalino. O papel do sacerdote é o de pastor, testemunha da autenticidade da fé e dispensador, em nome de Cristo, dos mistérios da salvação.

Ao fazer uma opção política o padre toma partido e tomar partido é incompatível com o ecumenismo da Igreja e divide a comunidade.

A Igreja é ecumênica e não pode tomar rumos específicos sob pena de desvirtuar sua missão de ser o elo entre o homem e Deus.

O homem não tem sigla partidária e sua dimensão espiritual está acima de parâmetros políticos.

A Igreja mesmo que indiretamente direcionando seu foco para uma ideologia partidária está discriminando o homem e aí perdendo fieis, pois, está desvirtuando sua missão deixando de pastorear para fazer política partidária, papel que deve ser desempenhado pelos Partidos Políticos.

A Igreja não pode nem deve estar a serviço da política e sim a serviço de Deus.

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