segunda-feira, 19 de abril de 2010

Apocalipse now.

Os amigos Pinto do Acordeon e Piancó estão apresentando o programa radiofônico “Humor e Forró”.

A formatação do programa transfere uma atmosfera alegre, leve e agradável.

Os ingredientes são ricos atributos para o sucesso, histórias do cotidiano recheadas com o bom humor dos apresentadores e a beleza inebriante do verdadeiro forró. O forró autêntico, manifestação musical que representa a alma do nordestino, seus amores, seus pendores e seu destino.

Pinto e Piancó empunham, corajosamente, uma bandeira de luta em defesa da música de raiz, da música agregada à poesia sem artificialidade.

O programa é um libelo contra a falta de criatividade e imaginação demonstradas por “apeladores” que pretendem fazer arte sem o talento e a qualificação exigida para tal mister.

Sei que posso ser acusado de saudosista, mas como se pode classificar os absurdos e criações psicopáticas que estão sendo divulgadas como esses exemplos:

“Ado, ado, ado

Cada um no seu quadrado”

Ou a psicodélica:

“Chupa chupa que é de uva,

Tira a roupa e mostra o creu”.

Ou ainda o abominável:

“Rebolation é bom, rebolation é bom, bom, bom.

Bota a mão na cabeça que vai começar, rebolation é bom, é bom”.

Será uma forma de protesto da juventude nivelando por baixo ou um sinal dos tempos, um sinal da besta apocalíptica?

O homem civilizado, dotado de inteligência superior, tem capacidade para destruir o mundo como fez e está fazendo em relação ao meio ambiente. Da mesma forma incentiva e apóia manifestações de anti-cultura como as excrescências verborrágicas tocadas nas baladas.

Julgo tratar-se de um mergulho vertiginoso rumo à mediocridade, o Apocalipse now.

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