Terça feira, 16 de março, noite quente de verão.
Sessenta e três nada mais que sessenta e três pessoas lotavam a pequena capela Santa Luzia no Conjunto Renascer.
Uma casa simples, sem a ostentação costumeira dos templos religiosos, mas repleta de contrição e fé.
Na parede frontal uma cruz de madeira e uma pequena caixa ladeada por uma luz vermelha criavam o clima e a atmosfera clerical.
Doze bancos acomodavam crianças e adultos que se confraternizavam como se em família estivessem.
O ambiente era todo um recinto d’uma áurea de energia positiva. Grassava uma empatia coletiva.
Gente humilde e contrita. Todos unidos num só pensamento: reverenciar a memória de Geraldo Apolinário e orar pela sua salvação.
O diácono, um jovem afro-descendente, vestindo uma túnica roxa, símbolo da serenidade e da penitência, muito comunicativo, pronunciou a homilia em perfeita comunhão com os fies presentes. Objetivo e didático referiu-se aos textos evangélicos aludindo à continuidade da vida após a morte.
Um grupo de crianças entoando cânticos religiosos, liderado por uma das filhas do falecido, espontaneamente, prestou uma singela homenagem póstuma enaltecendo as qualidades do pai, a saudade e o vazio por ele deixados.
Enfim, foi um ato litúrgico revestido de amor e fé.
Geraldo partiu e deixou seus sonhos inconclusos.
As filhas menores Maisa e Maira demonstraram que podem completar sua tarefa aqui entre nós.
Mauricio,fiquei com pena desta familia mesmo sem conhecer.Você discreveu um sofrimento com dignidade como acho que deve ser quando se tem fé em Deus.Eu mesmo vivo acreditando que um dia e em algum lugar ainda terei merecimento de um dia ficar novamente com Rinaldo. Juju.
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