quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sétimo dia.

Terça feira, 16 de março, noite quente de verão.

Sessenta e três nada mais que sessenta e três pessoas lotavam a pequena capela Santa Luzia no Conjunto Renascer.

Uma casa simples, sem a ostentação costumeira dos templos religiosos, mas repleta de contrição e fé.

Na parede frontal uma cruz de madeira e uma pequena caixa ladeada por uma luz vermelha criavam o clima e a atmosfera clerical.

Doze bancos acomodavam crianças e adultos que se confraternizavam como se em família estivessem.

O ambiente era todo um recinto d’uma áurea de energia positiva. Grassava uma empatia coletiva.

Gente humilde e contrita. Todos unidos num só pensamento: reverenciar a memória de Geraldo Apolinário e orar pela sua salvação.

O diácono, um jovem afro-descendente, vestindo uma túnica roxa, símbolo da serenidade e da penitência, muito comunicativo, pronunciou a homilia em perfeita comunhão com os fies presentes. Objetivo e didático referiu-se aos textos evangélicos aludindo à continuidade da vida após a morte.

Um grupo de crianças entoando cânticos religiosos, liderado por uma das filhas do falecido, espontaneamente, prestou uma singela homenagem póstuma enaltecendo as qualidades do pai, a saudade e o vazio por ele deixados.

Enfim, foi um ato litúrgico revestido de amor e fé.

Geraldo partiu e deixou seus sonhos inconclusos.

As filhas menores Maisa e Maira demonstraram que podem completar sua tarefa aqui entre nós.

Um comentário:

  1. Maria Juliajuju.ferrer@yahoo.com.br11 de abril de 2010 às 12:06

    Mauricio,fiquei com pena desta familia mesmo sem conhecer.Você discreveu um sofrimento com dignidade como acho que deve ser quando se tem fé em Deus.Eu mesmo vivo acreditando que um dia e em algum lugar ainda terei merecimento de um dia ficar novamente com Rinaldo. Juju.

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