quinta-feira, 22 de abril de 2010

Nero, o incendiário.

Sempre fui meio incrédulo às versões de determinados fatos históricos divulgada nos livros e ensinadas nas escolas.

Um desses registros é a questão do incêndio de Roma.

Na escola me foi passada uma imagem de Nero como uma pessoa cruel, insana, um monstro, um psicopata esquizofrênico que havia ordenado a morte de sua própria mãe Agripina por mera curiosidade de saber de onde tinha vindo.

Outra versão da conta que o matricídio teria sido para que ela não se opusesse ao seu casamento com Popeia Sabina, esposa do futuro imperador Marco Sálvio Otão, com quem mantinha uma relação amorosa.

Finalmente teria ordenado incendiar Roma para criar um clima de inspiração para seu poema Tomada de Tróia. Lembro de Peter Ustinov representando Nero no filme “Quo Vadis”, tocando harpa enquanto Roma ardia em chamas.

Os registros dos historiadores sobre este personagem são escassos e contraditórios.

Nero Cláudio Cesar Augusto Germânico ou simplesmente Nero, tornou-se Imperador com apenas 16 anos. Governou Roma do ano 54 d.C. até sua morte no ano 68. Era um homem culto, tentou incentivar a cultura com a construção de teatros. Contam os historiadores que suas ações tentaram atenuar e melhorar a situação econômica dos pobres.

Recebo um presente de minha sobrinha Beatriz. Um exemplar da revista História viva. Excelente publicação com conteúdo da centenária revista francesa HISTÓRIA,

O número que me foi presenteado insere um artigo da historiadora Catherine Salles sobre o incêndio de Roma ocorrido no ano 64 d.C. com uma versão plausível.

O desastre ocorreu no dia 18 de julho e durou cinco dias destruindo 14 distritos da cidade.

O Historiador Tácito considera o incêndio um triste acaso. Segundo ele, nessa noite, Nero encontrava-se em Antium, cerca de 50 quilômetros de Roma.

O Imperador ao saber do desastre de imediato tomou medidas de emergência. Utilizou seu próprio tesouro para custear ajuda material.

Abriu as portas do palácio para abrigar a as pessoas que perderam seu lar e após a catástrofe instituiu um fundo para comprar alimentos para os sobreviventes.

São registros verdadeiros narrados pelos historiadores que acrescentam que os incêndios eram comuns na antiga Roma e referem-se a mais dois nos reinados de Vitélio e Vespasiano.

Custa-me acreditar como uma pessoa que demonstrou tantos exemplos de equilíbrio e sensatez tenha perpetrado tamanho crime.

Enfim um indivíduo com estas características não me parece uma pessoa fadada aos atropelos com que é acusado ao longo da história.

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