Definitivamente não tenho pendores nem talento para a política.
Não fosse essa uma atividade que exige uma multiplicidade de papeis bem que gostaria de ter assumido um mandato de vereador ou deputado ou prefeito. Encanta-me e gratifica poder fazer alguma coisa por outra pessoa.
Falar em multiplicidade não me refiro a ser refratário às mudanças.
Mudar é um ato perfeitamente normal.
Já dizia Rui Barbosa: “Só as pedras não mudam; não quero mudar do bem para o mal nem do mal para o pior”.
Lavoisier também nos ensina: “Na natureza tudo se transforma e nada se perde”.
É muito mais fácil ficar parado, não mudar nunca.
Mas é preciso não confundir mudança com incoerência.
É preciso estabelecer os limites e a natureza da mudança para não ser confundido com leviandade, e oportunismo.
Certas atitudes deslizam num corrimão de incertezas e acabam chegando ao descrédito.
É o caso de divulgar repetidamente que assumiu certa postura, que a decisão é irrevogável e logo depois fazer exatamente o contrário. Isto é: desdizer à noite o que disse pela manhã.
Vejam o exemplo do Senador Cícero Lucena.
O Senador ocupou diversos programas televisivos, deu entrevistas, percorreu o Estado afirmando e reafirmando categoricamente sua pré-candidatura ao governo do Estado.
Como um paladino enfrentava as facções que disputam a governança e oferecia uma nova opção aos eleitores.
Sua decisão chegou a criar um burburinho entre seus aliados.
De repente joga a toalha.
O que motivou a mudança?
Julgo que o Senador preservando sua coerência deve uma explicação aos seus amigos e correligionários e, sobretudo à opinião pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário