quarta-feira, 14 de abril de 2010

O tempora. O mores.

Definitivamente não tenho pendores nem talento para a política.
Não fosse essa uma atividade que exige uma multiplicidade de papeis bem que gostaria de ter assumido um mandato de vereador ou deputado ou prefeito. Encanta-me e gratifica poder fazer alguma coisa por outra pessoa.
Falar em multiplicidade não me refiro a ser refratário às mudanças.
Mudar é um ato perfeitamente normal.

Já dizia Rui Barbosa: “Só as pedras não mudam; não quero mudar do bem para o mal nem do mal para o pior”.

Lavoisier também nos ensina: “Na natureza tudo se transforma e nada se perde”.

É muito mais fácil ficar parado, não mudar nunca.

Mas é preciso não confundir mudança com incoerência.

É preciso estabelecer os limites e a natureza da mudança para não ser confundido com leviandade, e oportunismo.

Certas atitudes deslizam num corrimão de incertezas e acabam chegando ao descrédito.

É o caso de divulgar repetidamente que assumiu certa postura, que a decisão é irrevogável e logo depois fazer exatamente o contrário. Isto é: desdizer à noite o que disse pela manhã.

Vejam o exemplo do Senador Cícero Lucena.

O Senador ocupou diversos programas televisivos, deu entrevistas, percorreu o Estado afirmando e reafirmando categoricamente sua pré-candidatura ao governo do Estado.

Como um paladino enfrentava as facções que disputam a governança e oferecia uma nova opção aos eleitores.

Sua decisão chegou a criar um burburinho entre seus aliados.

De repente joga a toalha.

O que motivou a mudança?

Julgo que o Senador preservando sua coerência deve uma explicação aos seus amigos e correligionários e, sobretudo à opinião pública.

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