domingo, 11 de abril de 2010

O impeachment de Collor.

Recebo de minha amiga Carleusa Marques uma mensagem com uma entrevista do ex-presidente Collor de Melo narrando os bastidores do seu Impeachment.


Assisti toda entrevista com muita atenção e conclui um pensamento que há muito tempo me acompanha.

Decorridos 16 anos de seu a afastamento estou mais do que convencido que Fernando Collor não soube administrar as adversidades e caiu por dois motivos fundamentais.
Primeiro faltou competência para desfazer uma briguinha familiar por um jornal (Tribuna de Alagoas), envolvendo seu irmão Pedro Collor e o empresário Paulo Cesar Farias, o PC Farias, tesoureiro da campanha. A Tribuna seria concorrente da Gazeta de Alagoas das Organizações Arnon de Mello (Leia-se Pedro Collor).
Não sei até que ponto ele contrariou o irmão Pedro Collor a ponto do mesmo pronunciar aquelas denúncias na revista Veja. Parece uma versão estilizada de Caim e Abel.
Em segundo lugar não soube contemporizar com o Congresso.
Num sistema presidencialista de coalizão ninguém governa sem apoio do congresso. Ninguém governa sem apoio de uma base parlamentar sólida.
Collor não teve esta visão como ele próprio confessou na entrevista.
Resultado pagou caro pelo que devia (uma Elba) e pelo que não devia.
Houve desmandos no seu governo?
Certamente que sim. Não tanto quanto no atual. Que o digam os cartões corporativos, o mensalão, etc. etc.
Talvez anestesiado pelos milhões de votos que recebeu empavonou-se e se julgou o “rei da cocada preta”.
Com o confisco Collor acreditava desferir um Ippon na inflação. O Ippon é um golpe fatal utilizado em lutas marciais.
Um só golpe:bloquear os ativos (caderneta de poupança e conta corrente) para estancar a liquidez que segundo seus assessores econômicos alimentava inflação.
O confisco não liquidou a inflação, mas angariou a antipatia do povo.
Por outro lado, negando aos parlamentares recompensas e sinecuras enfraqueceu sua base parlamentar.
Estava assim alicerçada toda estratégia para seu afastamento do governo.
O final da história todo mundo sabe.
Collor, o primeiro Presidente eleito após o golpe militar de 64, deixou o Governo, compulsoriamente, no dia de 29 de Dezembro de 1992.
Posteriormente foi inocentado judicialmente por todas as acusações que lhe foram imputadas.
Sei não, comparando com os exemplos que se seguiram cada vez mais esse impeachment me parece uma pura armação.

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