terça-feira, 6 de outubro de 2009

CABARÉ OU SANATÓRIO

Hoje a preguiça me pegou e para não passar em branco transcrevo um comentário que enviei ao jornalista Carlos Roberto de Oliveira sobre um artigo que o mesmo escreveu comparando os poderes republicanos a um cabaré ou sanatório.

Caro amigo Carlos Roberto
Estava eu nesta quinta feira na sala de espera da Concessionária Renault aqui em JAMPA, quando tive a felicidade folhear uma revista e encontrar um artigo de sua lavra com o título “Sanatório geral ou cabaré, à escolha”.
Antes de continuar deixe-me dar uma dica pra você lembrar quem sou eu.
Sou aquele aposentado da SAELPA , aquele dos números fractais, lembra-se?
Muito bem, como dizia, li com muita atenção e redobrado interesse seu artigo que aborda com muita propriedade e inteligência um fenômeno atual do cotidiano brasileiro que temos vivenciado em nossas instituições políticas.
Neste momento minha intenção além da satisfação em comunicar-me com uma das mais brilhantes cabeças da comunicação é também, com sua permissão, fazer um pequeno comentário a guisa de reparação de um equivoco, no meu julgamento, inserido no cerne de seu artigo.
Amigo Carlos Roberto: julgo que comparar os poderes (apodrecidos) da República com um cabaré é uma afronta desmedida à instituição cabaré.
Todos nós sabemos que nos cabarés o jogo é perfeitamente definido. Já se sabe com antecedência e sem surpresas o que se vai encontrar ali. A licenciosidade e os prazeres da carne.
Não há subterfúgio nem enganação. Você entra paga e goza.
Não é o que ocorre em nossas instituições republicanas. Estas vendem uma fachada, uma imagem de defesa da representação democrática e escondem os trapos de uma catedral de sinecura, de nepotismo, de negociatas, de mensalão e de tráfico de influência das sanguessugas do poder.
Vergonha, traição, mentiras, engodo, prevaricação, corrupção, roubo, propina, cartel, quadrilha, falsidade, lama, cobiça, é o que se constata atualmente na Pátria desnuda e ultrajada.
O Congresso Nacional sangra numa UTI, ferido fulminantemente pela vergonhosa ação de seus membros corruptos e corruptores.
O Poder republicano fragilizado, ultimando-se e agonizante, refugia-se nos delírios pueris de seus arautos.
O Governo é a síntese do caos e a metáfora do rabo preso.
Os mais altos escalões republicanos vivem mergulhados num lamaçal, numa convivência promiscua com delinqüentes, meretrizes, gangsteres, traficantes, são as pústulas da nação.
Por isso meu caro amigo façamos uma ressalva aos cabarés. Quando muito vamos aceitar o sanatório geral.
Com os meus mais sinceros votos de apreço e admiração
Maurício Montenegro

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