“Vou gerar 10 milhões de empregos” – apregoou em campanha, irresponsavelmente, o candidato Lula.
Essa e outras promessas são ditas e repetidas em campanhas políticas.
Os candidatos na ânsia de se elegerem prometem desmedidamente, sem levar em conta as responsabilidades que estão assumindo.
No caso específico da geração de emprego há um fenômeno de âmbito mundial que incide frontalmente na redução da oferta da força global de trabalho.
Acabo de ler “O fim dos empregos” do economista americano Jeremy Rifkin. Um relato contundente e preocupante sobre o declínio sistemático dos empregos.
Para ele muitas funções em pouco tempo deixarão de existir. Operários, secretárias, recepcionistas, caixas de banco, telefonistas, são atividades brevemente fadadas a extinção.
O número de pessoas desempregadas ou subempregadas vem crescendo constante e rapidamente. São vítimas de uma extraordinária revolução da alta tecnologia. Computadores sofisticados, robótica, telecomunicações e outras tecnologias de ponta estão cada vez mais substituindo os seres humanos nas atividades produtivas.
“Caminha-se pára uma bipolarização de um lado, a elite da informação, que controla e administra a economia global de alta tecnologia, e de outro, o número crescente de trabalhadores deslocados, com poucas perspectivas e pequena esperança de encontrar bons empregos em um mundo cada vez mais automatizado”.
Rifkin cita um estudo da Federação Internacional dos Metalúrgicos, em Genebra, onde se prevê que dentro de 30 anos, menos de 2% da atual força de trabalho em todo m o mundo “será suficiente para produzir todos os bens necessários para atender a demanda total”.
Também menciona uma afirmação do arquiteto japonês Yoneji Masuda, responsável pelo plano japonês de tornar-se a primeira sociedade totalmente computadorizada, que “ no futuro próximo, a automação total de fábricas inteiras se concretizará e, durante os próximos 20 ou 30 anos, provavelmente surgirão... fábricas que dispensarão qualquer tipo de trabalho manual”.
Enquanto isso os políticos insistem apregoando que o setor de serviços e o trabalho administrativo serão capazes de absorver os milhões de trabalhadores que procuram o mercado de trabalho.
Não basta a intenção de criar novos empregos. Diante dos desafios da modernidade impõe-se a necessidade de redefinir o papel do indivíduo na sociedade. Há que se encontrar uma alternativa ao trabalho formal na economia de mercado. Esse é o grande desafio de cada país no Planeta.
Talvez a solução esteja no “terceiro setor”. Isto será assunto para outra conversa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário