sexta-feira, 9 de outubro de 2009

O Bessa e o Aeroclube.

Há décadas questiono a localização do aeroclube na praia do Bessa, ou Jardim Oceania, como quer a Prefeitura.
Exatamente há 22 anos participei da administração pública municipal na secretaria de Transportes e Obras, quando tive a oportunidade de comandar uma ação objetivando a relocalização do aeródromo.
Houve algumas reuniões com a Diretoria do ACP (Aeroclube da Paraíba) e com a associação dos moradores.
A mudança, reclamada pelos moradores e pela Administração Municipal, esteve por um triz para acontecer e tão somente não se consumou pela interferência de um importante personagem sócio e proprietário de uma aeronave que intercedeu obstaculando o processo.
Vez por outra o assunto recrudesce, mas sempre acontece de uma “força oculta” colocar panos quentes postergando as providências.
A cada ano a cidade cresce em todas suas dimensões.
Cresce a população, o volume de tráfego, a necessidade de mais habitações, cresce a demanda por mais infra-estrutura, só não cresce a extensão territorial do bairro. Aí o processo e é diferente.
A cidade “incha”.
O Bessa, um dos mais populosos bairros da urbe abriga um aeroclube que ocupa considerável área de seu território, mais de 30 hectares. Este equipamento além de obstacular o aperfeiçoamento de seus sistemas ( viário, esgotamento sanitário, moradias) , alberga uma atividade que põe em risco permanente tanto os aficionados da aviação como os moradores, devido a proximidade das habitações com as aeronaves em suas operações de pouso e decolagem.
Não se questiona a existência do Aeroclube, muito menos o direito de seus associados à prática de atividades aeronáuticas quer com fins esportivos, de lazer ou comerciais. O que se discute é sua a localização numa região altamente adensada impedindo a ação do poder público para a melhoria da qualidade de vidas de seus cidadãos.
Até quando vamos conviver com esta bomba de efeito retardado?
Será preciso ocorrer um desastre vitimando seres humanos para justificar uma ação enérgica reparadora?
Repita-se a retórica de Cícero ostracizando Catilina: Quosque tandem abutere Catilina patientia nostra?
Maurício Montenegro

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